Estiagem
Precisa chover mais para aumentar nível de Itupararanga
Represa teve queda de 12,92% em relação ao início da estação anterior
As chuvas dos últimos dias na região de Sorocaba não foram suficientes para elevar o volume útil de água da represa de Itupararanga. Segundo a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), ontem (29), o volume do reservatório era de 37,23% e o nível estava em 819,84 metros acima do nível do mar. No último dia 14 de abril, a represa tinha superado a marca de 50% chegando na ocasião a 50,15% de seu volume útil, já no início do outono. Agora, com a chegada da primavera, o reservatório teve queda de 12,92% em relação ao mês de abril. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até a manhã de ontem, a estação do Inmet na Fatec, em Sorocaba, já registrava um acumulado de 113,3 mm neste mês, o que corresponde a um valor de 67 % maior que a climatologia de setembro, que é de 68 mm.
Segundo o meteorologista do Inmet, Franco Nadal Junqueira Villela, considerando o período de junho a setembro, a cidade de Sorocaba acumulou 192 mm, frente a uma média climatológica de 210 mm, ou seja, ligeiramente abaixo da normalidade de chuvas para a época. Villela afirma ainda que somente a quantidade de chuvas na região não é suficiente para explicar o atual volume de água da represa de Itupararanga. Para o meteorologista, também é preciso analisar as atuais condições da bacia hidrográfica da região, e o uso que é feito da água do reservatório para o abastecimento das cidades, indústria e agricultura.
Para os próximos três meses, que fazem parte do período normalmente chuvoso, principalmente por conta da proximidade com o verão, a previsão do Inmet é de chuvas ligeiramente abaixo da média climatológica para a época. “Para os meses de outubro a dezembro, temos uma previsão de 400 a 500 mm, sendo que a climatologia para esse trimestre é de 488 mm. Temos uma probabilidade maior de que ocorram chuvas de normal a ligeiramente abaixo da média climatológica”, afirma Villela.
A represa de Itupararanga é responsável pelo abastecimento de 85% de Sorocaba, além de outras cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). Lembrando que a cidade chegou a enfrentar um racionamento de água no início do ano, por conta da redução do volume útil da represa de Itupararanga que chegou a menos de 20% no fim do ano passado, quando foram registradas chuvas abaixo da média. Outros municípios da região também adotaram medidas por conta da estiagem, que afetou outros mananciais.
Janeiro e março foram os meses com mais chuvas
De acordo com os dados do Inmet, os meses de janeiro e março de 2022 foram os que mais registraram chuvas em Sorocaba. O total de chuvas em janeiro foi de 207,8 mm. Em março o total foi um pouco menor e chegou a 147,5 mm. Porém, em fevereiro, a chuva já foi bem menor: 55,5 mm.
O mês mais seco deste ano foi julho, quando praticamente não choveu na cidade: somente 6,0 mm. Os meses de abril, maio e junho, que naturalmente já bem menos chuvosos, tiveram poucas ocorrências pluviométricas: respectivamente 14,7 mm, 48,2 mm e 37,8.
O mês de agosto também registrou pouca chuva: 34,9 mm.
O Saae de Sorocaba informa que, junto com o Comitê interno, vêm avaliando constantemente os dados. A autarquia informa ainda que considera que o consumo consciente da água pela população é fundamental, sempre, para a preservação dos mananciais hídricos do município, independentemente da época do ano.
A orientação é evitar desperdícios. Fechar bem as torneiras após o uso e enquanto escova os dentes ou faz a barba e evitar banhos demorados são alguns dos cuidados que podem ser adotados por todos para utilizar a água de forma responsável. (Ana Claudia Martins)