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Polícia

Golpistas agem em hospital de Itapetininga

As vítimas são parentes de pacientes que estão internados no hospital

25 de Setembro de 2022 às 00:01
Vanessa Ferranti [email protected]
Prédio do Hospital Doutor Léo Orsi Bernardes
Prédio do Hospital Doutor Léo Orsi Bernardes (Crédito: DIVULGAÇÃO/HLOB (23/09/2022))

Cinco pessoas procuraram o Hospital Doutor Léo Orsi Bernardes (HLOB) de Itapetininga informando que receberam ligações de golpistas pedindo dinheiro em nome da entidade. As vítimas são parentes de pacientes que estão internados no hospital. Entre essas famílias, uma fez a transferência bancária. De acordo com o HLOB, o valor enviado ao criminoso foi cerca de R$ 1.400. A situação foi repassada para a Polícia Civil.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que até quinta-feira (22), apenas uma pessoa havia registrado um boletim de ocorrência de tentativa de estelionato no Plantão Policial de Itapetininga. Trata-se de uma mulher de 49 anos. O caso é investigado pelo 1º DP da cidade.

A informação sobre os golpes chegou até o hospital na quarta-feira (21). Assim que a direção soube do problema, emitiu um comunicado alertando a população sobre o crime. Segundo a entidade, as vítimas relataram que uma pessoa entrou em contato, por ligação no celular, se passando por um suposto representante ou médico do hospital. Durante a conversa, o golpista passou informações incorretas sobre o estado de saúde dos pacientes e disse que, para continuar realizando os exames, seria necessário depositar uma determinada quantia em dinheiro em uma conta. Depois disso, a conversa continuou pelo WhatsApp, pedindo os dados bancários.

O hospital declarou que ainda não há informações sobre como o golpista teve acesso aos dados dos pacientes. Para descobrir, a entidade irá contar com investigação da Polícia Civil. Na quarta-feira, o prefeito de Itapetininga, Jeferson Brun, publicou um vídeo nas redes sociais: “Nós vamos descobrir como essas pessoas tiveram esse acesso, mas nenhuma pessoa está liberada a passar esses dados. Então, não deposite dinheiro. E se tiver qualquer informação, denuncie. Isso é mais que um crime, é desumano”, disse.

A analista de comunicação do HLOB, Fernanda Leme, explica que o hospital segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Sendo assim, quando a entidade precisa entrar em contato com a família de algum paciente, a ligação é feita pelo telefone fixo do HLOB. O número oficial é o (15) 3275-7800. Além disso, o familiar é chamado pessoalmente no hospital. Nenhuma informação é passada pelo telefone.

Leme ressalta ainda que todo o custeio do hospital é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, nada é cobrado. “Não cobramos por nenhum exame, por nenhum atendimento hospitalar. Se a família receber alguma ligação pedindo para depositar algum valor, pode ter certeza que é golpe”, informa.

Se alguém receber esse tipo de ligação em nome do hospital, o HLOB orienta o familiar a procurar a polícia para fazer a denúncia.

Golpe velho

Pacientes de outros hospitais da região passaram por situações semelhantes nos últimos anos. Em janeiro de 2020, pelo menos duas famílias de pacientes do Hospital Samaritano, em Sorocaba, foram vítimas dos criminosos. Para aplicar o golpe, o suspeito ligava para o quarto onde o paciente estava internado se passando por um médico. Em um dos casos, o paciente teria sido abordado, com a alegação de que teria uma enfermidade muito grave e os exames não seriam cobertos pelo convênio. Diante disso, a vítima teria autorizado sua esposa a transferir R$ 4,9 mil para a conta bancária apontada pelo golpista. Na época, o hospital informou que os pacientes “são informados verbalmente no ato da internação que, em nenhuma situação, o hospital faz qualquer contato telefônico solicitando pagamentos”.

Em 2019 um homem foi preso depois de se passar por agente do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci) de Sorocaba. O suspeito aplicava golpes em frequentadores de uma casa noturna na Vila Santana. Segundo testemunhas, ele conversava com diversas pessoas na fila de entrada e pedia a doação de R$ 5 para o Gpaci.

Em 2017, golpistas tentaram retirar dinheiro das famílias de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Sorocaba, também, se passando por médicos. Mas antes disso, em 2015, o mesmo golpe havia sido aplicado. (Vanessa Ferranti)