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Eleições 2022

É importante votar em candidatos locais

Região metropolitana de Sorocaba tem 91 postulantes: 54 deputado estadual e 37 federal

25 de Setembro de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
Para os especialistas, representantes da região no Congresso Nacional (foto) e na Assembleia Legislativa podem se tornar um forte instrumento de mudança política e social
Para os especialistas, representantes da região no Congresso Nacional (foto) e na Assembleia Legislativa podem se tornar um forte instrumento de mudança política e social (Crédito: DIVULGAÇÃO / CONGRESSO NACIONAL)

Faltando apenas uma semana para as Eleições 2022, é comum se deparar com pessoas que ainda não escolheram seus candidatos para ocupar as cadeiras do Congresso Nacional e da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Afinal, as propagandas eleitorais bombardeiam quem passa em sua frente na tentativa de converter votos. Essas incontáveis possibilidades, em muitas das vezes, atrapalham a tomada de decisão dos eleitores. Como consequência, interrogações pairam sobre as cabeças dos cidadãos. Enquanto isso, candidatos locais se mostram acessíveis aos anseios da população. Para os especialistas, representantes da região podem se tornar um forte instrumento de mudança política e social.

Somente na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), constituída por 27 municípios, foram oficializadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 91 candidaturas -- sendo 54 para deputado estadual e 37 para deputado federal. Alguns candidatos tentam a reeleição, outros já tiveram experiência no Poder Legislativo municipal. Também há casos de quem está em sua primeira experiência política. Para o advogado Jomar Bellini, especialista em administração pública, o voto em candidatos da região ajuda a preservar os desejos e benefícios para a metrópole, que conta com 1.637.205 eleitores aptos a votar. Entretanto, essas não são as únicas responsabilidades dos agentes políticos.

Bellini contou que a participação de representantes locais no Congresso Nacional e na Alesp é, de fato, importante. Com isso, as cidades pertencentes à região podem ser beneficiadas com obras e políticas públicas, porém, fez ressalvas sobre as obrigações de deputados e senadores. O especialista disse que os deputados, ainda que sejam da região, não podem deixar de atender suas obrigações quanto as questões nacionais e estaduais.

“Quando se tem deputados da região há uma certa pressão por parte dos agentes políticos municipais. Eles têm uma certa aproximação pessoal, porque foram companheiros em outros momentos. Isso faz com que se tenha pressão maior sobre o deputado e traz, em razão desse relacionamento, a priorização de alguns pontos para a região. Se Sorocaba, por exemplo, eleger dois ou três candidatos, com certeza a região estará representada na Alesp ou no Congresso Nacional e terá, sim, indicações de prioridades de políticas públicas. Mas não é só a responsabilidade do deputado, eles são pressionados, com certeza, pelos políticos locais. Até porque esses também querem se reeleger ou eleger na eleição daqui dois anos”, declarou.

Já sobre candidatos de outras regiões, Bellini apontou que, alguns deles, têm interesse em buscar votos para complementar a votação, ou então, para validar a reeleição em outras regiões diferentes de suas atuações originárias. Normalmente, segundo o advogado, esses representantes traçam planos para o Estado ou País de forma geral, sem necessariamente puxar para o regionalismo. Contudo, essa falta de afetividade com as lideranças políticas locais pode não colaborar para a manutenção do mandato na próxima eleição. Isso porque o envio de políticas públicas para a região acaba não sendo priorizado.

Apesar de muito se falar sobre a inclusão da região em ações desenvolvida pelo governo federal ou estadual, o especialista destacou que o planejamento para os municípios é mais importante que a quantidade de recurso destinado pelos parlamentares. Isso porque cada microrregião tem suas peculiaridades e o que cai bem para determinada área, pode não funcionar para outra. “Construir um Hospital Regional -- como em Sorocaba -- custa alguns milhões de reais. Eventualmente, em uma cidade pequena, gastando alguns milhares de reais pode-se trazer um retorno muito maior em termos de atendimento. Agora, dá sim para notar quais são os deputados mais esforçados, mais presentes, preocupados. Nota-se pela quantidade de vezes que o deputado visita a região”, disse.

Senado

Embora as eleições para o Senado ocorram de quatro em quatro anos, o mandato de cada senador dura oito anos e conta com dois suplentes fixos. Assim, a cada eleição, a Casa renova, alternadamente, um terço e dois terços de suas 81 cadeiras. O sistema utilizado para eleger os representantes é o majoritário. Isso significa que é eleito o candidato que obtiver o maior número dos votos apurados no estado em que concorre. Em outubro, São Paulo renovará apenas uma cadeira.

“No Senado se discute questões internacionais que o Brasil participa, entre outras atividades. Porém, os senadores também passam a ser figuras importantes para trazer benefício às cidades. Os senadores estão cada vez mais atuantes, enviam recursos financeiros ou incluem regiões em políticas públicas, situação que há 20 anos não víamos por conta da sua atuação institucional junto ao Congresso Nacional”, concluiu Bellini.