O Saae de Sorocaba suspendeu, preventivamente, a captação de água da represa de Ipaneminha, localizada no bairro Ipanema das Pedras, na zona oeste da cidade. Considerado o menor manancial do município, atende a 10% da demanda de consumo.

Moradores servidos pela represa de Ipaneninha relataram ontem (22) insatisfação com a qualidade da água fornecida. Rafael Chagas, morador do Villagio Torino, disse que a água que chega à sua residência está “com cheiro e sabor de barro desde de segunda-feira (19). O bairro todo tem reclamado do mesmo problema, mesmo filtrando, o gosto e cheiro permanece. Quando fui comprar água em uma padaria no Central Parque, a recepcionista disse que enfrenta o mesmo problema na casa dela”.

Após relatos, o Saae realizou novas coletas e análises da água dos mananciais de abastecimento, nas saídas das Estações de Tratamento de Água (ETAs) e de pontos de distribuição de água tratada. “Todos os parâmetros analisados indicam conformidade com a portaria/diretrizes do Ministério da Saúde, o que garante a potabilidade da água distribuída. Outro ponto observado foi a presença de algas em um dos mananciais de abastecimento, que pode ter relação com as percepções do gosto”.

Após a observação da presença de algas, foi determinada a suspensão da captação, “sem prejuízo ao abastecimento público”, afirma o Saae.

“Testes estão sendo feitos para adequar os parâmetros do manancial, a fim de retomar a captação o mais brevemente possível. A captação está mantida normalmente na represa de Itupararanga, que abastece a ETA Cerrado; no rio Sorocaba, que atende à ETA Vitória Régia, e nas represas do Ferraz/Castelinho, que abastecem a ETA Éden”, informou o Saae.

Reclamações

Rafael Chagas fez reclamação por meio do Whatsapp do Saae (15 - 99850-3936) e foi informado que o prazo para a manutenção de água é de 24 horas. Fátima Mora, moradora do Jardim Leocádia, também observou a alteração na qualidade da água que abastece a sua residência. “Já estávamos estranhando o gosto da água e notamos o cheiro. Minha mãe é do Barcelona e disse que lá a água também está com gosto de barro”, disse Fátima.

Reclamações também foram feitas por meio de grupos de redes sociais, onde munícipes de diversos bairros relataram o mesmo problema. Uma moradora do Lopes de Oliveira comentou: “A água não dá para beber, desde ontem. Meu marido fez café e quando eu tomei, estava horrível. Tem vizinhas minhas que ferveram a água e ela continua com o mesmo cheiro e gosto de terra muito forte. Não dá nem para fazer comida”. “Aqui no meu serviço, no Campolim, a água não tem gosto de nada, pura e deliciosa e nós, que moramos nos bairros simples de Sorocaba vamos beber água suja, sendo que pagamos pela mesma água que eles bebem. Meus patrões vão levar água para minha família beber, mas e os que não têm dinheiro para comprar água? Como ficam?”, comentou outra munícipe. (Da Redação)