Sorocaba
Parque da Biodiversidade, que custou R$ 2 milhões, está abandonado
Espaço foi inaugurado em junho de 2013 como forma de compensação ambiental por parte da iniciativa privada

O Parque Natural Municipal Corredores de Biodiversidade “Marco Flávio da Costa Chaves” está abandonado. A área é anexa ao Parque Tecnológico, na avenida Itavuvu, zona norte de Sorocaba. De acordo com a população, o local teve as portas e janelas arrancadas e está com muita sujeira.
Após as denúncias, a reportagem do jornal Cruzeiro do Sul esteve no parque no domingo (18) para verificar a situação. Logo na entrada é possível ver que o setor de informações está danificado, com paredes quebradas e sem os extintores, permanecendo somente os quadros indicativos dos equipamentos. Vidros e um móvel também estão jogados na sala da recepção. Na parede, há uma placa com a seguinte informação: “Sorria, você está sendo filmado”, porém, a câmera de segurança foi retirada do espaço. No parque também existe um comunicado de área monitorada.
No salão principal, que recebe o nome de Centro de Visitantes, a situação é ainda pior. Muitas pedras, vidros, fios e até calçados espalhados pelo chão. Em uma das salas também há madeiras que foram retiradas do teto, deixando um buraco na estrutura do imóvel.
Rafael Guazzelli, músico e professor, de 34 anos, conta que foi até o parque pela primeira vez durante a pandemia, e aparentemente, o local estava conservado. Porém, na ocasião, por conta da crise sanitária, não foi possível acessar o parque. “O portão estava pintado e fechado, até tinha um segurança na guarita”, relata. Quando retornou ao parque, no final de 2021, o encontrou abandonado. “Pagar os impostos para encontrar o parque, que deveria ser aberto para a população, em um estado totalmente degradado, esquecido pelo poder público, é simplesmente triste. É um absurdo você querer utilizar o parque, um espaço público e não ter nenhum tipo de estrutura”, lamenta.
Quase R$ 2 milhões foram investidos
O Parque de Biodiversidade foi inaugurado em junho de 2013, durante o governo de Antônio Carlos Pannunzio. Para a realização das obras, foram investidos aproximadamente R$ 2 milhões de reais provenientes da iniciativa privada. A verba foi aplicada por uma empresa como forma de compensação ambiental pela implantação de um complexo industrial na cidade.
O investimento resultou em uma área que conta com estacionamento, espaço multiúso, quiosque e portaria, todos com acessibilidade. A área verde é de 600 mil metros quadrados, com vegetação predominantemente do Cerrado e da Mata Atlântica. Segundo reportagem do jornal Cruzeiro do Sul, publicada no dia da inauguração, a principal função do espaço era proteger integralmente a fauna e a flora típicas da região, ampliando os cuidados com as áreas de proteção permanente (APPs) dos afluentes do rio Sorocaba.
No espaço também ocorriam atividades de educação ambiental e era permitido o desenvolvimento de pesquisa científica, além de visitação e turismo ecológico.
O que diz a Prefeitura
Questionada, a Prefeitura de Sorocaba respondeu que “a retirada do segurança do parque ocorreu na gestão anterior e a atual Administração estuda propostas para providenciar, o mais brevemente possível, a revitalização, manutenção, conservação e segurança do local, por meio do programa Adote Sorocaba (Lei Municipal nº 12.494/2022), para, assim, reabrir o espaço à população”. (Vanessa Ferranti)
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