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Dia dos Pais

Pais presentes tornam-se inspiração para os filhos

São situações cotidianas que marcam a trajetória profissional e pessoal de pais, filhos e netos

14 de Agosto de 2022 às 00:01
Virginia Kleinhappel Valio [email protected]
Fábio aprendeu desde cedo a ter as mesmas paixões que Paulo
Fábio aprendeu desde cedo a ter as mesmas paixões que Paulo (Crédito: ACERVO PESSOAL)

Hoje é Dia dos Pais. Aqueles que nos inspiram e protegem, que dedicam suas vidas para que tenhamos o melhor exemplo de amor, respeito, caráter e honestidade. Para os que têm ou tiveram a sorte de ter uma figura paterna presente, a recompensa é evidente. E não é de hoje, eternizadas na literatura estão as palavras de William Shakespeare em 1596, no livro O Mercador de Veneza: “sábio é o pai que conhece o seu próprio filho”.

E basta prestar atenção para encontrar exemplos de relações saudáveis entre pais e filhos. Fábio Liparotti, 33 anos, é filho do fotógrafo sorocabano Paulo Liparotti, 60 anos, proprietário da Paulicolor Foto e Vídeo. Fábio começou a trabalhar com o pai quando tinha 12 anos. A primeira função foi no caixa, passou a office-boy, balcão, foto 3x4 e com a chegada do mundo digital, se especializou em Photoshop e tratamento de imagens. Assim, ganhou conhecimento sobre equipamentos e fotografia. Foi quando passou a se dedicar a mesma profissão que o pai, acompanhando-o em casamentos. Hoje, são 17 anos fotografando profissionalmente e mais de 500 casais devidamente registrados.

Atualmente, formado em Publicidade e Propaganda, Fábio tem uma agência que oferece trabalhos de marketing, fotografia e vídeo -- sua principal atividade. Vez ou outra, ele e o pai ainda trabalham juntos em eventos. O repertório de tudo o que ele conhece relacionado ao trabalho, é dedicado ao pai. Além da fotografia, outra paixão de Fábio influenciada por seu pai foi a aviação. “Meu pai é minha principal fonte de inspiração”, diz Fábio.

Paulo é uma grande referência na vida de Fábio pela honestidade, humildade e lealdade, “Ele é um homem simpático, brincalhão, educado e agradável. Meu pai é aquela pessoa que faz tudo para agradar, com uma leveza que nunca vi igual, então sempre tenho memórias afetivas quando estamos os três juntos (eu, meu filho e meu pai)”, comenta o profissional.

Com seu filho de 6 anos, Fábio diz ser um pai presente, independente do momento. “Sempre estou por perto, apoiando no que for preciso, mesmo que meu filho não esteja morando comigo, pois sou divorciado. Como também faço o curso de aviação em São Paulo, me desdobro para voltar na maioria das vezes somente para estar com ele”, explica.

Durante um passeio de helicóptero com o filho, Fábio recordou quando fotografava imagens aéreas e frequentava o aeroclube com o pai. “É uma sensação de poder passar a experiência da paixão pela aviação para ele. O Arthur (filho) é autista, por enquanto não verbal, mas consigo ver nos olhos e em todas as maneiras que ele se comunica comigo, a felicidade de estar vivendo momentos assim. Aliás, ele ama adrenalina, não tem medo de altura ou coisas assim, então é igual o pai e o avô”, comemora Fábio.

“Mais especial que isso vai ser poder levar meu pai e meu filho juntos comigo numa aeronave, quando eu estiver no comando. Esse é um grande sonho! Estou perto de realizar. Até me emociono ao pensar”, diz.

Parceiros de trabalho e de motocross

Vítor e Luís sempre estão cuidando um do outro - ACERVO PESSOAL
Vítor e Luís sempre estão cuidando um do outro (crédito: ACERVO PESSOAL)

Outra experiência, que reúne amor, cuidado e proteção é a que Vitor Proença, de 32 anos, tem com o pai, Luis Proença, de 60 anos. Aos 13 anos, Vitor começou a trabalhar na Principal Carnes e Assados, fundada por Luis em 1984. A experiência com ele, unida à paixão por cálculos, atendimento ao cliente e admiração ao trabalho e dedicação do pai, motivou Vitor a seguir seus passos. Quatro anos após se formar em Gastronomia, Vitor criou o Assados e Rotisseria e fez do seu sonho, uma realidade.

Luis e Vitor também compartilham outra paixão: automóveis e motos. “Meu pai e eu sempre tivemos paixão por motos. Me aventurei no motocross em 2004, quando tinha 14 anos. Em 2018, levei meu pai ao motocross para que pudesse curá-lo de uma depressão e para que ele pudesse ter uma vida mais leve e menos estressante”, conta.

Foi com o pai que Vitor aprendeu a andar de bicicleta, soltar pipa e nadar. Ele relembra o passeio que fizeram ao Beto Carrero em sua infância, onde brincaram bastante de carrinho de bate-bate e, a todo momento, seu pai tentava o proteger. Lições e momentos que passam de geração a geração. “Quando meu pai coloca meu filho no colo para passear, lembro a minha infância. Ele fazia isso comigo”, explica.

Na relação com o filho de 1 ano e 7 meses, Vitor busca repassar o amor, o respeito, a união e a amizade que possui com o pai, além, principalmente, da sua presença. “Todo tempo livre que tenho com ele faço algo especial, como um simples passeio ao parque ou de carro. Com ele todos momentos simples passam a ser especiais”, diz.

Relatos como esses reforçam a importância da presença e do companheirismo. Afinal, os relacionamentos se fortalecem por meio dos aprendizados e experiências conjuntas e nada melhor do que os pais para conduzir os filhos por esse caminho. (Virginia Kleinhappel Valio)

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