Abandono
Prédio desocupado causa transtornos a comerciantes e moradores
A edificação está sem portões, janelas, portas, vidros, corrimãos, entre outras coisas
Um prédio vazio na avenida General Carneiro, na altura do número 1.017, tem causado transtornos para comerciantes e moradores vizinhos. No local, funcionava uma agência do Itaú, mas a unidade foi desativada recentemente. Agora, as antigas instalações do banco estão completamente depredadas e vandalizadas. Desde o fechamento, ladrões estariam furtando diversos itens. Além disso, pessoas em situação de rua ocuparam o imóvel.
Na manhã de terça-feira (9), a equipe do jornal Cruzeiro do Sul foi até o local. O prédio está sem portões, janelas, portas, vidros, corrimãos, entre outras coisas. Na parte de dentro e do lado de fora, onde era o estacionamento, há lixo e entulho acumulados. Cobertores estão espalhados pelo chão; a reportagem encontrou duas pessoas dormindo no local.
O serralheiro Deusdete dos Santos, de 75 anos, mora e tem um comércio do ramo nas proximidades do imóvel. Segundo ele, vândalos retiram diariamente os itens, principalmente, aqueles com cobre. Santos diz que até os equipamentos de ar condicionado e peças dos elevadores foram levados. Além disso, os invasores teriam colocado fogo no segundo andar. De acordo com ele, nem mesmo o fato de a Delegacia Seccional de Polícia estar localizada em frente ao prédio inibe tais ações.
Santos ainda fala que o local atrai muitas pessoas em situação de rua e usuários de drogas, sobretudo, à noite. Devido à situação, instaurou-se um clima de insegurança. Ainda conforme ele, esse cenário mudou a rotina na região. “À noite, não passamos perto (do prédio), por medo”, conta.
O medo é compartilhado por Paulo Sergio Goes, de 55 anos, e Juliana Goes, 31 anos, proprietários de um ateliê de costura vizinho. Segundo ela, depois de furtarem quase tudo do espaço, os ladrões teriam começado a invadir prédios residenciais vizinhos e, em uma das vezes, levado a caixa d’água.
De acordo com a empresária, a polícia foi acionada várias vezes, mas nenhuma providência é tomada. Diante disso, em busca de solução, Paulo tentou descobrir quem é o dono local, mas não conseguiu. Segundo informações levantadas por Juliana e ele, o proprietário teria morrido e o prédio estaria sob responsabilidade dos filhos dele. Como todos supostamente viveriam no exterior, não haveria ninguém para tomar conta. Porém, Deusdete dos Santos menciona que o espaço ainda estaria em nome do Itaú. Enquanto esse impasse perdura e nada é feito, os comerciantes convivem com o receio todos os dias. “Acabou o sossego”, desabafa Paulo.
Respostas
Em nota, o Itaú Unibanco informa que o imóvel em questão não é de propriedade do banco e receberá, a partir desta semana, obras de recomposição após o encerramento das atividades da agência. Além disso, irá manter o serviço de portaria para guarda e zeladoria do local até a conclusão das obras, quando o imóvel será devolvido ao proprietário. Já a Polícia Militar afirma não ter sido acionada para atender a ocorrências de furto ou depredação no prédio. A PM menciona, ainda, ser responsável apenas pelo planejamento e execução do policiamento, cabendo à Prefeitura fiscalizar o local. A Polícia Civil também diz não ter localizado, até o momento, registros de ocorrências dos casos mencionados na reportagem.
A Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (Seurb), por sua vez, se compromete a realizar a fiscalização. Segundo a pasta, se for constatado abandono, o proprietário será intimado e haverá o fechamento do espaço, em até 30 dias. Por fim, a secretaria alega que não havia recebido, até agora, reclamação referente ao endereço. (Vinicius Camargo)