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Sorocaba

Quatro guardas civis suspeitos de torturar pessoas são presos

Segundo as investigações, os agentes batiam nas vítimas durante as revistas, em busca de armas e drogas, por exemplo

05 de Agosto de 2022 às 09:41
Vinicius Camargo [email protected]
Quatro guardas civis municipais de Sorocaba foram presos na manhã desta sexta-feira (5)
Quatro guardas civis municipais de Sorocaba foram presos na manhã desta sexta-feira (5) (Crédito: Vinicius Camargo)

*Atualizada às 14h08

Quatro guardas civis municipais de Sorocaba foram presos na manhã desta sexta-feira (5) suspeitos de torturar pessoas durante abordagens. Eles foram capturados pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), durante a Operação Pantera Negra, deflagrada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). Na ação, foram cumpridos os quatros mandados de prisão e outros de busca e apreensão, em vários locais. Uma garrucha irregular foi apreendida com um dos agentes de segurança.

Segundo as investigações do MP, os GCMs batiam nas vítimas durante as revistas, em busca de armas e drogas, por exemplo. Eles as agrediam, dentre outras maneiras, com socos e até pedaço de madeira. Até o momento, os promotores identificaram uma vítima. Ela chegou a ser levada para um galpão na zona norte da cidade, onde foi espancada. Outros casos também são investigados.

Os servidores municipais foram ouvidos na sede do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Os depoimentos duraram cerca de sete horas. Eles chegaram ao local em torno das 6h e saíram por volta das 13h, em viaturas do Dope. Em seguida, compareceram ao Instituto Médico Legal (IML), onde fizeram exames de corpo de delito. Depois, foram encaminhados para uma cadeia em Itatinga. Inicialmente, todos devem ficar presos temporariamente por 30 dias. Posteriormente, o MP pedirá a Justiça a prorrogação das prisões por mais 30 dias. Os suspeitos passarão por audiência de custódia neste sábado (6).

O caso, igualmente, será encaminhado à Corregedoria Geral do Município (CGM), para que o órgão apure as denúncias e tome as providências cabíveis. O Ministério Público ainda entrará com ação civil pública contra os guardas por improbidade, afim de tentar destitui-los dos cargos.

Investigações

As investigações começaram há 45 dias, após testemunhas denunciarem os atos dos agentes de segurança ao MP. A apuração continua. Agora, além de buscar outras possíveis vítimas, o órgão irá averiguar se há o envolvimento de outros GCMs. Em nota, a Guarda Civil Municipal (GCM) informa que irá colaborar com a investigação, assim como a Prefeitura. Ainda segundo o comunicado, todas as medidas necessárias serão adotadas.