Trabalho reconhecido
FUA completa 58 anos com foco na educação, comunicação e filantropia
A Fundação Ubaldino do Amaral foi constituída em 31 de julho de 1964, dentro da Loja Maçônica Perseverança III, em prol da comunidade
A Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do jornal Cruzeiro do Sul e do Colégio Politécnico (Poli), acredita no poder transformador da educação há 58 anos, completados hoje (31). Este é, inclusive, um dos três pilares da entidade, juntamente com a comunicação e a filantropia. É justamente por crer na capacidade da educação de mudar vidas e a sociedade que a FUA já beneficiou cerca de 20 mil estudantes que puderam frequentar as aulas com bolsas de estudo ou gratuitamente no Colégio Politécnico. Alunos da educação infantil ao ensino médio foram contemplados, seja com auxílios de custo parcial ou integral.
Antes mesmo da fundação do Politécnico, a FUA já oferecia, por meio de convênios, bolsas de estudo para alunos que queriam estudar em outras instituições de Sorocaba. Para se ter uma ideia, entre 1965 e 1999, foram mais de 10 mil bolsas de estudo. Com a inauguração do colégio, em 1999, esse trabalho filantrópico se intensificou. Na primeira fase do Politécnico, de 2000 a 2015, o colégio era gratuito. Nesse período, todos os 7.595 estudantes puderam frequentá-lo sem pagar nada.
Em 2016, quando o Politécnico passou a cobrar mensalidades, os alunos que já haviam ingressado pelo sistema anterior, mantiveram o benefício da gratuidade e os novos estudantes passaram a pagar mensalidade. Mesmo na fase atual, a Fundação Ubaldino do Amaral mantém as bolsas de estudo no Colégio Politécnico. Nos últimos seis anos, a instituição acolheu 1.594 bolsistas. Só em 2022, foram ofertadas 265 bolsas de estudo.
Trabalho longevo
Segundo Laelso Rodrigues, único instituidor vivo da FUA, o trabalho da entidade nessa área começou anteriormente a sua instituição. A Loja Maçônica Perseverança III (PIII), a qual a Fundação está vinculada, desenvolve atividades educacionais desde a sua criação, em 1869. Por isso, pode-se dizer que essa frente de atuação perdura há mais de 153 anos. “A Loja Maçônica criou, no seu início, uma escola para ensinar as primeiras letras para escravos e filhos de escravos. A ideia abolicionista já estava presente em muitos membros da maçonaria, e era necessário preparar esses brasileiros, muitos deles oriundos da África, para a nova realidade que se avizinhava. Depois, com o passar dos anos, a PIII criou, também, uma escola para adultos analfabetos, principalmente agricultores e imigrantes”, contou o instituidor.
Como destacado por Laelso Rodrigues, desde o princípio, a FUA tem como um dos seus objetivos garantir educação de qualidade, sobretudo, a quem mais precisa. Neste sentido, para ele, as bolsas transformaram -- e continuam a mudar -- a vida de muita gente. Elas são concedidas, principalmente, a pessoas sem condições de pagar os estudos. Assim, a partir da educação de qualidade, elas têm a chance de escrever uma nova história para si e para seus familiares. “Graças a esse foco, foi possível formarmos milhares de pessoas, inclusive, em curso superior, atingindo um dos objetivos da criação da FUA”, enfatizou Laelso Rodrigues.
Politécnico é expoente
Hoje, esse trabalho continua agora com a liderança do Colégio Politécnico. Em 22 anos de história, a escola já formou mais de 8.300 estudantes, nos ensinos fundamental, médio, técnico e supletivo. Atualmente, são 1.502 alunos, divididos em duas unidades -- Vila Independência e Alto da Boa Vista, inaugurada em 1º de fevereiro de 2021.
As novidades não param por aí. A FUA vai investir em obras de modernização e aprimoramento das duas unidades. A informação foi adiantada pelo Presidente do Conselho de Administração da FUA, Hélio Sola Aro. “Estamos melhorando toda a infraestrutura da unidade 2, Poli Alto da Boa Vista, e, em breve, a unidade 1, do Centro, também passará por melhorias”, disse Hélio Sola Aro.
A unidade 2 ganhará uma quadra poliesportiva coberta, cuja construção está em andamento. Uma cantina também será inaugurada dentro do refeitório na próxima quarta-feira (3), data de retorno das aulas. Há pouco tempo, a nova escola já passou por outras melhorias. Uma delas foi a revitalização do playground. O local recebeu areia especial no entorno dos brinquedos, grama onde havia apenas terra e uma cobertura com proteção UV (para conter os raios ultravioleta emitidos pelo sol).
Além das melhorias estruturais, o sistema de ensino também está em constante atualização. A intenção é aplicar no processo de ensino-aprendizagem dos alunos os aspectos mais modernos da área. Outra meta é manter o colégio sempre na vanguarda da educação. “O Colégio Politécnico se adequará, cada vez mais, aos melhores padrões educacionais”, disse Hélio Sola Aro.
Para o Presidente do Conselho Superior da FUA, Marco Aurélio Laham Dottore, o Poli tem mais um diferencial. De acordo com ele, os ensinamentos da instituição não se limitam a conteúdos teóricos. Pelo contrário. Os estudantes aprendem lições para a sua formação enquanto seres humanos e sobre como fazer a diferença na sociedade. “No Poli, procuramos, além da educação formal de crianças e adolescentes, criar cidadãos que venham a contribuir com a nossa cidade e com o nosso País”, enfatizou Marco Aurélio Laham Dottore.
Dois outros pilares
A FUA ainda tem outros dois pilares -- comunicação, com o jornal Cruzeiro do Sul, e filantropia, com o assessoramento a entidades do terceiro setor. Os dois princípios, por sinal, têm relação com a educação. Nesse âmbito, o Cruzeiro leva, há 119 anos, completados em 12 de junho, informação confiável e de qualidade à população. Assim, contribui para o processo educacional dos sorocabanos. A tiragem diária do jornal Cruzeiro do Sul, somando impresso e digital, chega a 19.107 assinantes.
O matutino está entre os 29 jornais impressos em circulação há mais de um século no Brasil. O dado é da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Inclusive, é o maior jornal do interior do Estado de São Paulo.
Adaptado às novas tecnologias, o Cruzeiro, além da edição impressa, também está na internet, com o portal www.jornalcruzeiro.com.br. No site, o número mensal de visualizações supera 2,2 milhões. Já os usuários únicos, que visitam a página do jornal na internet pelo menos uma vez por mês, são mais de 777 mil. O perfil do Cruzeiro no Instagram tem mais de 88 mil seguidores, no Facebook são mais de 302 mil e cerca de 11 mil no YouTube. Todas essas plataformas somadas ajudam a manter firme a presença do Cruzeiro do Sul nas redes sociais.
A missão principal do jornal Cruzeiro do Sul continua sendo a de oferecer ao leitor informação ágil e confiável de assuntos que são relevantes para o sorocabano e para quem mora na Região Metropolitana de Sorocaba. Nos próximos anos, o jornal passará por novas atualizações. “O jornal Cruzeiro do Sul terá sua estrutura atualizada com o que há de mais moderno no mercado e com a entrada de novas parcerias, produzindo um jornalismo mais ágil e em consonância com os anseios da sociedade”, disse Hélio Sola Aro.
Filantropia
No tocante à filantropia, a FUA presta assessoramento a diversas entidades assistenciais, coligadas ou não. Os projetos sociais não recebem, necessariamente, auxílio financeiro, mas, sim, capacitação. A maioria das organizações beneficiadas está ligada à Loja Maçônica Perseverança III. São elas: Lar Escola Monteiro Lobato, Associação Protetora dos Insanos de Sorocaba, Serviço de Obras Sociais (SOS), Liga Sorocabana de Combate ao Câncer e Vila dos Velhinhos.
Longevidade
Hélio Sola Aro, Laelso Rodrigues e Marco Aurélio Laham Dottore são unânimes ao apontar os motivos da longevidade da FUA. Para todos, o fato de a entidade se modernizar, mas nunca abandonar os seus ideais é a razão central do sucesso. Atrelado a isso, eles citam o trabalho voluntário da diretoria como outro aspecto primordial para o crescimento da Fundação.
A entidade é gerida por um Conselho Superior, formado por 80 conselheiros, e pela diretoria. Os membros atuam de forma voluntária e abnegada, sem receber qualquer remuneração. Ninguém têm nenhum outro interesse que não seja atuar em prol da própria entidade. E isso influencia, é claro, diretamente nos resultados desse trabalho. “Com isso, nós pudemos crescer muito e nos tornarmos, de uma pequena empresa de (mais) 50 anos atrás, no complexo que é hoje a FUA”, pontuou Laelso Rodrigues.
A Fundação Ubaldino do Amaral (FUA) foi fundada em 31 de julho de 1964, dentro da Loja Maçônica Perseverança III, por 21 instituidores. Suas atividades começaram a partir da compra da editora Cruzeiro do Sul S/A. A entidade carrega, como forma de homenagem, o nome de Ubaldino do Amaral Fontoura (1842-1920). O patrono da FUA foi um dos fundadores da PIII e da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS).
Membro do movimento abolicionista (pelo fim da escravidão), Ubaldino trabalhou, inicialmente, como jornalista, em Sorocaba. Depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde atuou como advogado, político, intendente (equivalente a prefeito), senador da República e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
E hoje o dia é de festa para a Fundação Ubaldino do Amaral. Neste 31 de julho também é comemorado o aniversário de 153 anos da Loja Maçônica Perseverança III (PIII), dentro da qual a FUA foi concebida e é aniversário da Fundação Cultural Cruzeiro do Sul, mantenedora da rádio Cruzeiro FM 92,3, que celebra 27 anos.
FUA está cada dia mais sólida. Interesse da sociedade é o foco
Sobre a importância do dia de hoje, Hélio Sola Aro, Presidente do Conselho de Administração da FUA, disse que “este 31 de julho é de muito orgulho para todos os conselheiros, diretores e principalmente para o único instituidor vivo da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), Laelso Rodrigues, que está vendo este filho completar mais um ano. Laelso permanece atuante na tesouraria deste Conselho que ora presido. Quero, na figura dele, parabenizar aos 21 instituidores e a todos que nos ajudaram a construir essa Fundação, cada dia mais sólida e atuante na defesa dos interesses da sociedade. Sem todos esses voluntários não estaríamos aqui hoje, podendo fazer filantropia, ajudando um número cada vez maior de pessoas, instituições e contribuindo para com a nossa Sorocaba”.
Hélio Sola Aro ainda completou: “A FUA completa 58 anos e é uma honra estar, nesta data, à frente desta renomada Fundação. Os objetivos iniciais dos instituidores foram cumpridos em sua trajetória. Só na educação, milhares de bolsas de estudos foram fornecidas, a criação do Colégio Politécnico também foi um marco. Investimos muito em comunicação com a modernização e a inovação do Jornal Cruzeiro do Sul e também ao assessoramento das entidades assistenciais coligadas ou não”.
O Presidente do Conselho de Administração da FUA disse que “para os próximos anos, a nossa intenção é investir, ainda mais, em informação e educação. O jornal Cruzeiro do Sul terá sua estrutura atualizada com o que há de mais moderno no mercado e com a entrada de novas parcerias, produzindo um jornalismo mais ágil e em consonância com os anseios da sociedade. Já o Colégio Politécnico se adequará, cada vez mais, aos melhores padrões educacionais. Estamos melhorando toda a infraestrutura da Unidade 2, Poli Alto da Boa Vista, e em breve a Unidade 1, do Centro, também passará por melhorias. Estamos presenteando Sorocaba, que em breve completará 368 anos, com uma escola de excelência. Parabéns à Fundação Ubaldino do Amaral e também a seus colaboradores, que contribuem para o engrandecimento dessa instituição nesses 58 anos”, enfatizou Hélio Sola Aro.
Marco Aurélio Laham Dottore, Presidente do Conselho Superior da FUA, disse que “sempre é uma alegria celebrar mais um aniversário da FUA. O mundo passa por transformações tecnológicas, sociais, culturais etc. É gratificante observar, ano a ano, a FUA se transformar, se adaptar e até mesmo liderar algumas dessas mudanças sem perder seus princípios, ética, seus valores, e a crença em Deus, na família e na educação. Nossos esforços para assessorar outras entidades, levar informação de qualidade a nossos leitores e nossos investimentos nos canais digitais e no Poli continuam com o mesmo entusiasmo de nossos precursores, e esse ciclo tem feito a diferença há 58 anos em Sorocaba e região”.
Bolsas de estudo e oportunidade transformaram a vida de alunos que estudaram no Colégio Politécnico
Frederico Hanczaryk é empresário há 17 anos. Adriana Paes é empreendedora há 33. Além de serem proprietários dos próprios negócios, os ex-alunos do Colégio Politécnico têm outra coisa em comum. Ambos acreditam que, se não fossem as bolsas de estudo concedidas pela Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), os seus destinos poderiam ter sido bem diferentes.
Frederico fez o curso técnico em contabilidade na escola em 1997, na primeira turma. Formou-se em 1999. Segundo ele, nos anos 90, o Brasil enfrentava uma severa crise econômica. Por isso, mesmo tendo apenas 14 anos, precisava conseguir um emprego para ajudar a família. Viu na realização de um curso técnico a porta de entrada para o mercado de trabalho. Porém, havia um empecilho: não tinha condições de pagar pelos estudos. De classe média baixa, vinha de uma família na qual os pais precisavam sustentar, além dele, mais dois filhos. “O País estava numa situação de desemprego e recessão muito grande. E precisávamos de (iniciativas de) escolas que permitissem que crianças de classe média que não tinham condições de pagar por cursos como esse (do Politécnico) pudessem acessá-las”, diz Frederico.
Foi então que ele foi informado sobre as bolsas concedidas pela FUA e decidiu se candidatar ao processo seletivo. O resultado foi além do esperado. Ele foi aprovado para o curso técnico e conseguiu a oportunidade de fazer o ensino médio no colégio. Dali em diante, a vida dele só progrediu. Ainda no último ano do curso, em 1999, aos 17 anos, conquistou o primeiro estágio, em um escritório de contabilidade. Depois, já graduado, atuou em diversos outros escritórios e empresas. Chegou, a ocupar cargos ainda mais importantes. Liderou, de 2014 e 2018, o Grupo de Líderes Empresariais (Lide) China, também foi vice-presidente do Centro de Intercâmbio Econômico Comercial Brasil-China (CIECBC), entre 2013 e 2019.
Mesmo muito jovem, aos 21 anos, Frederico Hanczaryk alçou um grande voo e fundou a sua primeira empresa -- a Heads -- Advisory & International -- em 2006. Ele está à frente do negócio até hoje, como executivo-chefe. A Heads, da área de consultoria, capta investimentos para empresas brasileiras junto a fundos internacionais.
Para o empresário sorocabano, o curso do Poli o ajudou no desenvolvimento de toda a sua carreira. Ele conta ter aprendido, nas aulas, de forma abrangente e aprofundada, todos os conteúdos necessários tanto para atuar no mercado de contabilidade, quanto para empreender. Ao longo da vida, Frederico buscou mais conhecimento, por meio de graduações, especializações e outros cursos. Mas, segundo ele, a base dada pelo colégio foi fundamental para prepará-lo em direção ao futuro. “O colégio foi fundamental para o meu desenvolvimento científico, para a minha habilidade em autodesenvolvimento. Ele me trouxe capacidade e autonomia muito grande para o meu próprio desenvolvimento. “O colégio me fez ser protagonista da minha história. Ele me permitiu acreditar em mim mesmo”, disse agradecido.
Curso trouxe certeza
Adriana Paes tinha dúvidas sobre qual carreira seguir. Empreendedora, abriu o seu primeiro negócio -- uma confecção de roupas -- aos 15 anos. À época, foi influenciada pela mãe, que é costureira. Porém, o seu sonho era ser médica veterinária. Tudo mudou quando ingressou, em 1999, aos 24 anos na primeira turma do curso de estilismo de moda do Politécnico. Durante as aulas, ela teve a certeza de que realmente possuía vocação para a área têxtil. “Quando comecei o curso de estilismo, mudou totalmente a minha vida, fui totalmente para a parte de confecção. Se não fosse esse curso, eu não teria engrenado na confecção”, disse.
Quando percebeu isso, ela iniciou esforços para ampliar a sua empresa. Com a ajuda da mãe, começou a vender salgados e roupas sob medida para comprar as suas primeiras máquinas. Primeiro, começou com um equipamento pequeno. Posteriormente, comprou mais dois. Até que, em 2004, ao notar erros de costura nos uniformes escolares do filho, teve a ideia de passar a confeccionar peças exclusivamente para ele. Adriana, então com 30 anos, apresentou os modelos para a escola onde o menino estudava, a instituição a contratou para fabricar as peças. Nascia, ali, a Mascotinhos Uniformes, hoje, com 18 anos no mercado.
Atualmente, a empresa fabrica uniformes e outros itens para mais de 50 escolas e emprega cerca de 30 funcionários. Ao relembrar de toda a sua evolução, Adriana se orgulha da própria trajetória. Além de muita determinação, coragem e ousadia, ela destaca ter alcançado tudo isso com o auxílio daquela bolsa de estudo. “A gente fazendo tudo certo, no caminho honesto, vai para a frente. Se você se empenhar de corpo e alma, não tem como dar errado”, disse Adriana Paes. (Vinicius Camargo)
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