Mais uma vez, um dos lagos do Parque das Águas, no Jardim Abaeté, estava encoberto. Quem passou próximo ao local, ontem (25), pôde ver um enorme “tapete verde”, formado por plantas aquáticas, que escondiam a água. Além disso, o descarte irregular de lixo também parece ter se tornado parte do cenário. Há poucos metros uma da outra, garrafas plásticas boiavam no lago revelando uma preocupação antiga do Poder Público: a recuperação do meio ambiente.

Embora a situação tenha sido flagrada ontem pela equipe do jornal Cruzeiro do Sul, essa não é a primeira vez — e nem a segunda — que isso acontece. Em março deste ano, a paisagem era a mesma de fevereiro, setembro e outubro de 2021. Desde então, a Prefeitura de Sorocaba tem realizado ações de retiradas dessa vegetação da água.

Para o biólogo André dos Santos, essas plantas flutuantes precisam de nutrientes na água por meio de matéria orgânica. Em áreas urbanas, de acordo com Santos, isso pode ter relação com o despejo de esgoto. Além disso, o processo de eutrofização, que é o aumento de nutrientes, pode tornar o lago em um pântano.

Segundo Renata Shiozaki, também bióloga, o excesso de nutrientes causa um desequilíbrio no ecossistema do lago. Isso porque a proliferação das algas causa diminuição de oxigênio, podendo ocasionar mortandade de peixes. Santos também destaca que as macrófitas aquáticas podem trazer malefícios à saúde pública por acumular água e ter potencial para se transformar num criadouro de mosquitos transmissores de doenças.

A Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) informou que fez, entre setembro e outubro do ano passado e em março deste ano, a retirada de plantas aquáticas do lago do parque. Também foi anunciada uma nova ação de limpeza, com início programado para esta semana.“Está prevista a implantação de barreiras para contenção e, assim, evitar que se espalhem pela água”, salientou. A ação ocorrerá com o apoio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e da Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo). (Wilma Antunes)