Acidente
Homem de 38 anos morre após saltar de paraquedas em Boituva
Ele era aluno em instrução e segundo a Polícia Civil, a causa do acidente será investigada
Um homem de 38 anos morreu na manhã desta terça-feira (19) durante um salto de paraquedas. Andrius Jamaico Pantaleão caiu no telhado de uma residência na rua José Scomparim, no Jardim Herminia, em Boituva. Ele era empresário e morava em Diadema. Segundo o administrador do Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), Marcelo Costa, Andrius era aluno em instrução e já havia realizado quatro saltos.
"O homem era aluno em instrução e documentado, bem como a escola. O equipamento usado para o salto estava totalmente em dia. Ainda não sabemos o que aconteceu de fato. Ele saiu do avião e perdeu a estabilidade. Em breve teremos mais detalhes”, disse o administrador do CNP.
A Prefeitura Municipal de Boituva informou que existe a suspeita de Andrius ter perdido a consciência durante o salto. No entanto, de acordo com o delegado da Polícia Civil, Emerson Jesus, ainda não é possível afirmar a causa do acidente “Não sabemos dizer ainda o que aconteceu. A causa do acidente será investigada. Ele era um homem novo, com quatro saltos”.
Este é o segundo acidente envolvendo saltos de paraquedas neste ano. O primeiro ocorreu em 24 de abril, quando a paraquedista do Exército Bruna Ploner, de 33 anos, tentou fazer uma manobra e caiu. Na queda, ela sofreu politraumatismo.
O Centro Nacional de Paraquedismo realiza cerca de 30 mil saltos no mês, sendo assim, acidentes com paraquedistas não podem ser considerados algo frequente, é o que defende o presidente da Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq), Uellinton Mendes de Jesus, “Se comparado ao número total de saltos no mês na cidade, o número não reflete falta de segurança, mesmo sendo considerado um esporte de risco. Ao contrário, os números de saltos, que não culminaram em acidentes, segue sendo maioria”, afirma.
Atletas experientes perderam a vida
Na maior parte dos casos que resultaram em mortes, os praticantes do esporte tinham uma vasta experiência em saltos, com centenas ou milhares de saltos. É o caso do aspirante e oficial do Exército, Felipe Carlos dos Reis, de 26 anos, que morreu durante um salto em Boituva, em 5 de dezembro de 2020. Ele havia se formado na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) cinco dias antes do acidente e era considerado um atleta experiente, instrutor e com mais de mil saltos.
De acordo com a Polícia Civil, durante o salto, houve um problema com o paraquedas principal de Felipe, que acionou o reserva, mas por conta da velocidade acelerada e descontrolada, a queda não foi amortecida.
Ainda em 2020, em 13 de novembro, o soldado aposentado João Marcelino Manassi, de 65 anos, morreu após cair em um pasto durante um pouso mal sucedido. Um mês antes, em 25 de outubro, o paraquedista Leandro Torelli, de 33 anos, perdeu a vida ao realizar uma manobra considerada arriscada no esporte, uma curva brusca em baixa altitude, que diminuiu a pressão no paraquedas e causou a fatalidade.
O presidente do CBPq ressalta que o paraquedista está sujeito ao risco “assim como um ciclista ou um piloto de Fórmula 1 estão sujeitos ao risco também”. “Seguimos normas mundiais e a grande maioria são paraquedistas experientes. A Confederação tem um código esportivo muito bem elaborado e cheio de normas, são as nossas regras de segurança. Não somos inconsequentes ou loucos. Adoramos adrenalina, mas com muita responsabilidade. Somos rígidos com a segurança”.