Mais de 20 obras de mobilidade urbana, cujos projetos estão em execução pela Prefeitura de Sorocaba, deverão atender demandas antigas dos moradores, como a pavimentação asfáltica da avenida Três de Março, que liga o bairro de Aparecidinha ao Alto da Boa Vista. A reivindicação dos moradores daquela região é antiga, mas nunca saiu do papel. Além disso, entre o total de 22 obras previstas, há projetos de construção de mais quatro pontes, a primeira etapa da marginal direita da avenida Dom Aguirre, entre a alameda Batatais e a rua Padre Madureira, a elevação da avenida 15 de Agosto, que costuma alagar principalmente nos períodos chuvosos, a nova rodoviária, e um novo parque, chamado de Metropolitano. O Cruzeiro do Sul teve acesso aos detalhes das futuras obras viárias da cidade.

Segundo a Prefeitura, 12 obras serão feitas em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), cujo contrato de financiamento foi assinado em 2018, com investimentos de até US$ 70 milhões, o que representa cerca de R$ 376 milhões, com o valor do dólar cotado a R$ 5,38 (cotação do último dia 13 de julho).

Até o momento, cerca de US$ 11 milhões já foram utilizados. Os recursos já possibilitaram a entrega, em 17 de julho do ano passado, do viaduto que foi construído na região da avenida J.J. Lacerda sobre a avenida Ipanema. A obra teve custo de R$ 10,9 milhões.

A construção do viaduto sobre a avenida Itavuvu está em fase final, e deverá ser liberado para o trânsito em agosto próximo. O viaduto ligará as avenidas Edward Fru-fru Marciano da Silva e a Ulysses Guimarães, terá 390 metros de extensão e 16,9 metros de largura, com quatro pistas de tráfego. O valor da obra é de R$ 22,2 milhões.

Segundo a Secretaria de Mobilidade (Semob), o novo viaduto permitirá a expansão do sistema viário e a criação de nova opção de interligação à região da zona norte de Sorocaba. A obra vai agilizar os deslocamentos na zona norte, incluindo o fluxo do transporte coletivo, sobretudo no corredor Itavuvu do BRT, e o acesso entre as avenidas Edward Fru-fru e Ulysses Guimarães será direto, sem passar pela Itavuvu.

Financiadas pelo CAF

O pacotão de obras de mobilidade urbana lançado pela Prefeitura faz parte do programa “Sorocaba tem Pressa”, cujos empreendimentos serão financiados pelo CAF e contemplam intervenções previstas no Plano Diretor. Do total de 12 obras anunciadas, uma delas já está em execução: é a marginal do córrego Itanguá. Conforme a Semob, a obra está organizada em dois trechos, sendo o primeiro em execução e com previsão de entrega parcial no mês que vem. A primeira etapa da obra interliga a avenida Adão Pereira de Camargo com as ruas Benedito Ferreira Telles (permitindo acesso à avenida General Carneiro) e avenida Miguel Patrício de Moraes (permitindo acesso à avenida Santa Cruz) e contempla, ainda, uma ponte transpondo a avenida Dr. Américo Figueiredo, sobre a marginal do córrego Itanguá.

O segundo trecho está em processo de licitação, e em breve o edital deverá ser publicado. “A previsão é que ainda no segundo semestre de 2022 esteja publicado o edital e, nos primeiros meses de 2023, dada a ordem de início para a execução da obra”, informou a Prefeitura. Com os dois trechos finalizados, haverá a interligação entre os dois pela avenida Miguel Patrício de Moraes, acessando a avenida Santa Cruz, e seguindo o corredor da marginal do córrego Itanguá, até interligar com a avenida Luis Mendes de Almeida. A obra prevê a pavimentação e toda a infraestrutura de redes de drenagem, galerias, esgoto, água, além de interferências com a rede de distribuição de energia. Toda a iluminação deverá ser implantada ou substituída por tecnologia em LED nos trechos existentes.

O projeto prevê, ainda, a implantação de uma ciclovia ao longo de todo o trecho, com extensão de aproximadamente quatro quilômetros, adequação do paisagismo, com a implantação de equipamentos de recreação e esporte, para integrar um grande Parque Linear na extensão desse novo corredor.

“Teremos uma ligação direta de trânsito, desde a avenida Dom Aguirre, passando pela General Osório, Adão Pereira de Camargo, Santa Cruz e Luis Mendes de Almeida, até chegar à rodovia Raposo Tavares. Será um corredor cruzando a zona oeste da cidade e desafogando o tráfego no Jardim Simus, facilitando o acesso aos demais bairros ao longo do córrego Itanguá”, disse o secretário de Mobilidade, Carlos Eduardo Paschoini.

Construção da marginal Direita está na previsão

Outra obra que deverá ser executada por meio do financiamento do CAF é a primeira etapa da marginal direita do rio Sorocaba, com trecho de aproximadamente 1.800 metros, entre a alameda Batatais e a rua Padre Madureira. A obra está em montagem de processo de licitação e prevê a implantação de via duplicada, com canteiro central, ciclovia no bordo lateral margeando o rio Sorocaba, sinalização e iluminação. A construção vai proporcionar mais uma opção de mobilidade para quem transita pela Dom Aguirre, dobrando a capacidade de fluidez.

Na mesma região, também estão previstas outras duas obras: uma ponte sobre o rio Sorocaba interligando as avenidas Arthur Bernardes e a 15 de Agosto, no trecho próximo a entrada do Jardim Iguatemi, e a elevação da avenida 15 de Agosto, que sofre com alagamentos e interrupção do tráfego, principalmente nos períodos de chuva. A ponte será mais uma opção de transposição sobre o rio, diminuindo o fluxo diário em outras passagens como, por exemplo, nas pontes Pinga-Pinga, Fernando de Luca Neto e Dom José Melhado Campos. A elevação da 15 de Agosto deverá ser realizada com recursos do Banco de Desenvolvimento/Fonplata.

Outras três obras irão trazer melhorias para as regiões da zona industrial, zona leste e zona sul. A duplicação da avenida Pereira da Fonseca vai permitir um melhor escoamento da produção das indústrias do Éden, com ligação com a rodovia José Ermírio de Moraes (Castelinho). A interligação da avenida Jerome Case precisa ser adequada para atender as demandas decorrentes, pois a situação atual é de traçados viários com baixa capacidade de fluxo, ocasionando congestionamento em alguns pontos. A obra está com edital aberto, com a entrega das propostas em estágio de análise, e a expectativa é ter uma empresa com ordem de início em até 90 dias. A obra prevê pavimentação, a duplicação de aproximadamente 1,5 quilômetro, incluindo ciclovia e iluminação em LED.

Com processo de licitação em andamento para a publicação de edital, a avenida Três de Março deverá ser duplicada até a estrada da Serrinha. Nesse trecho, além da duplicação, haverá a revitalização do canteiro central, com a recuperação da ciclovia e a implantação da iluminação em LED, além de rotatórias.

Em continuidade a essa intervenção, está prevista implantação da pavimentação da Três de Março, entre a estrada da Serrinha e a Aparecidinha. Trata-se de um trecho de mais de 4 quilômetros, em via de mão dupla, o que permitirá o acesso de Aparecidinha ao Alto da Boa Vista, evitando a Castelinho e dando maior agilidade e segurança aos munícipes. A obra prevê sinalização, calçadas e ciclovia, além da iluminação e sistema de rotatórias, implantação de rede de drenagem, esgoto e água, rede de energia para a iluminação, já que o trecho não contempla rede de eletricidade.

No Campolim, está prevista obra de implantação de via de ligação das avenidas Antônio Carlos Comitre e a Mário Campolim, com a rua Romeu do Nascimento, inclusive travessia de córrego. Essa intervenção tem por objetivo servir de acesso alternativo para a ligação do Campolim com o Jardim Emília e Portal da Colina.

Nova rodoviária também está na programação

A construção da nova rodoviária também está prevista no pacotão de obras. Com previsão para começar no fim de 2022 ou início de 2023, o projeto deve ser construído na zona oeste, na altura do km 106 da Raposo Tavares. A proposta prevê em anexo um terminal de ônibus urbano. O processo da nova rodoviária está sendo tratado no momento junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) pela Unidade Executora do Programa (UEP), que integra o Centro de Aceleração Desenvolvimento e Inovação (Cadi) da Prefeitura, que realiza a gestão das obras do programa financiado pelo CAF. O prazo do contrato com o CAF termina em 2022, porém, a Prefeitura solicitou a prorrogação até 2024, inclusive com a autorização de novas obras, que já estão no plano de governo.

A cidade também deverá ganhar um novo parque, que integrará os já existentes Jardim Botânico, Parque das Águas, Porto das Águas e Parque Linear do rio Sorocaba, em uma junção com o antigo aterro sanitário, que deverá chamar Parque Metropolitano. O processo está em estudos para licitação.

Outras obras previstas no pacotão do CAF são: construção de um viaduto de ligação das avenidas Fernando Stecca e Independência, possibilitando interconexão com a Castelinho; requalificação de vias e recuperação de pavimento nas alimentadoras BRT Parque São Bento e BRT Zona Oeste, e uma minicidade do trânsito, no Parque Tecnológico de Sorocaba, que deverá ser utilizada para a educação infantil, com ações de Educação para o Trânsito da Semob/Urbes.

Mais 10 obras

A Prefeitura ainda prevê outras 10 obras, que serão financiadas pelo Banco de Desenvolvimento/Fonplata, todas na área de mobilidade urbana.

As obras previstas são: ligação das ruas Francisco Augusto (Jardim São Guilherme 2) com a rua Alcindo Leite (Jardim Paulista); ligação das avenidas Olinda Aires Paulete (Jardim Santa Lúcia) com a Ulysses Guimarães; obra de travessia sobre córrego interligando a rua Walter Lacava com a Nelson Juliano (Wanel Ville 4); obra de elevação da 15 de Agosto; pavimentação asfáltica e construção de ponte ligando os bairros Parque São Bento e Residencial Carandá; macrodrenagem do Jardim Nilton Torres; execução de uma via marginal ao córrego Piratininga, no Jardim Guariglia, com objetivo de melhoria do sistema viário na região, possibilitando acesso da avenida São Paulo à futura marginal direita; prolongamento da avenida Três de Março até rodovia Celso Charuri; recuperação de infraestrutura das regiões norte, leste, oeste e central com requalificação da malha viária urbana e construção geral de pavimento asfáltico, e intervenção no cruzamento de vias, de modo a manter uma das vias em nível e a outra (que cruza) em um nível inferior nas avenidas Antônio Carlos Comitre, Washington Luis e Barão de Tatuí, e nas avenidas Edward Fru-fru Marciano da Silva e rua Atanázio Soares. (Ana Claudia Martins)