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Racismo e misoginia

Claudião Oklahoma tem mandato cassado após acusações

O vereador de Tatuí está inelegível por oito anos e será substituído por seu primeiro suplente, Levi Soares (PSL)

12 de Julho de 2022 às 18:50
Wilma Antunes [email protected]
Claudião Oklahoma tem mandato cassado após acusações de racismo e misoginia
Claudião Oklahoma tem mandato cassado após acusações de racismo e misoginia (Crédito: Divulgação)

O vereador Cláudio dos Santos (PSL), conhecido como Claudião Oklahoma, teve o mandato cassado pela Câmara Municipal de Tatuí. A sessão de julgamento teve inicio na noite desta segunda-feira (11) e foi concluída nesta terça (12). A decisão do Poder Legislativo ocorreu por conta do escândalo que o parlamentar se envolveu em março deste ano. Ele foi acusado de misoginia e racismo após proferir xingamentos em um grupo de WhatsApp contra uma mulher.

Toda a situação custou o mandato de Cláudio, agora inelegível por oito anos e substituído por seu primeiro suplente, Levi Soares (PSL). A sessão de julgamento foi comandada pelo vereador Antônio Marcos de Abreu (PSDB), o Marquinho, e teve 16 votos favoráveis à cassação. Não votaram o presidente, Claudião Oklahoma e o vereador Eduardo Sallum (PT), por reconhecimento de suspeição pela Comissão Processante. Sallum foi subtituído na votação pelo suplente Dione Batista (PT).

Nas mensagens vazadas de um grupo do WhatsApp, Claudião chamava a vítima de "dragão desgraçada de feia, carvão queimado", "chita", “paquita negra”, além de outras ofensas direcionadas à mulher. O filho da vítima também não escapou das agressões verbais do vereador. "É tão feio que acho que criaram a placenta e jogaram o feto fora". Depois do vazamento das mensagens, a vítima registrou boletim de ocorrência. Ela seria esposa do administrador de uma página no Facebook, com quem o então membro da Câmara teria uma desavença política.

Logo quando a situação tornou-se pública, movimentos feministas e antirracistas pediram a cassação do parlamentar. Na época, Cláudio se justificou dizendo que as mensagens foram enviadas em um grupo denominado “Espetinhos do João”, com mais de 80 integrantes. Ele ainda alegou que o conteúdo era sobre seu primo, que se chama João e vende espetos de carne assada na cidade. “Durante o preparo, o João acaba passando a mão no carvão, depois na carne e acaba esbarrando na boca. Aí a boca dele fica suja de carvão. Por isso escrevi ‘comedor de carvão’. Não tem nada a ver com a mulher, nem citei o nome dela”.

O vereador cassado também disse que, devido a perda de 150 quilos, tirou uma foto sem camisa na frente do espelho e brincou afirmando que era o “Tarzan” e sua esposa era a “Chita”. Embora apareça sozinho na imagem, o político assegurou que a palavra não foi direcionada à vítima. Ele ainda falou que o grupo de WhatsApp, do qual fazia parte, teria “tudo de ruim”, além de líderes de militância que “queriam derrubá-lo”.

O Cruzeiro do Sul procurou por Cláudio dos Santos, mas ele não quis se manifestar a respeito da perda do mandato.