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Retomada econômica

Cai inadimplência das empresas em Sorocaba no pós-pandemia

Mesmo pequena, melhora é reflexo da volta do consumo com a reabertura do comércio e do setor de serviços

07 de Julho de 2022 às 00:01
Virginia Kleinhappel Valio [email protected]
A entrada de recursos como o Auxílio Brasil e a liberação do Fundo de Garantia injetou dinheiro na economia.
A entrada de recursos como o Auxílio Brasil e a liberação do Fundo de Garantia injetou dinheiro na economia. (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / AGÊNCIA BRASIL)

A inadimplência de empresas de pequeno, médio e grande porte de Sorocaba registrou queda de 0,3%, se comparado ao mesmo período de 2019, antes da pandemia da Covid-19 afetar o cenário econômico mundial. A melhora do indicador, embora pequena, ocorre devido ao momento pós-pandemia, do qual os comércios reabriram e as pessoas voltaram a consumir, “Entre outros fatores que favoreceram a queda, estão a entrada de recursos, como o Auxílio Brasil e a liberação do Fundo de Garantia. Isso injeta dinheiro na economia”, disse o economista Geraldo Almeida.

A situação atinge 37.140 empresas que possuem uma dívida de, em média, R$ 2.208,20, totalizando R$ 631.207.060,69 em maio. No mesmo mês de 2019, o total da dívida era de R$ 633.059.648,17. Embora o setor de Serviços seja o que mais se recupera neste período, por outro lado, ele ainda sofre com as medidas impostas durante a pandemia, como o fechamento dos comércios.

Economista Geraldo Almeida. - CRUZEIRO FM 92,3
Economista Geraldo Almeida. (crédito: CRUZEIRO FM 92,3)

Para Almeida, embora o setor de Serviços tenha sido o mais afetado, ele vem se recuperando. “A pandemia deixou sequelas no setor -- como hotéis, viagens, restaurantes e bares, mas é o que mais tem se recuperado. Por sua vez, o setor primário, foi o menos atingido, destacando-se a agricultura e o agronegócio, que continuam fortes”.

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou que entre abril e maio de 2022 a maioria dos pequenos negócios (59%) teve mais de um terço dos custos mensais comprometidos com empréstimos e dívidas. As empresas de pequeno porte são as mais prejudicadas na hora de sair do negativo por conta da dificuldade de acesso ao crédito e devido aos juros mais altos. “As empresas de médio e grande porte têm mais linha de crédito e juros baixos. É preciso uma política que ajude as micro e pequenas empresas, afinal, elas geram empregos”.

As dívidas em empresas de médio e grande porte ocorrem, segundo o economista, por consequência do mercado. “É o caso das indústrias automobilísticas, por exemplo, que sofreram devido a problemas na cadeia de fornecedores”.

No Brasil

O indicador do Serasa revelou que 6.136.387 empresas estavam inadimplentes em maio deste ano. Nesse montante, o setor de Serviço também liderou, representando 52,7% do total. Em sequência estão os negócios do segmento de Comércio (38,1%), Indústria (7,9%) e setor Primário (0,9%).

Dentre os Estados brasileiros, o que mais possui inadimplentes é São Paulo, com 1.991.348 de empresas endividadas. Em seguida, Minas Gerais (609.770), Rio de Janeiro (542.581), Paraná (390.234) e Rio Grande do Sul (325.770)

Pessoa física

A inadimplência de pessoa física registrou queda em abril deste ano, informou a Associação Comercial de Sorocaba. O número de pessoas com o CPF negativado totalizou 40.875, uma queda de 20% em comparação com o mesmo período de 2021. Estima-se que, em média, cada pessoa inadimplente possui duas contas em atraso. A faixa etária que mais aparece no banco de dados é a de 31 a 40 anos, com o famoso “nome sujo” há 3 anos.

Já o valor total da dívida vem aumentando desde janeiro deste ano, representando cerca de R$ 44 milhões, resultado que reflete a sequência de aumento da taxa de juros pelo Banco Central (BC), elevando as demais taxas e o custo das operações de financiamento. (Virginia Kleinhappel Valio)

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