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Medida de segurança

Alumínio decreta toque de recolher para conter assaltos

Horário de funcionamento de espaços, como bares e restaurantes, passa a ser até às 22h

23 de Junho de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
Estabelecimento que descumprir regra pode ser multado e ter alvará cassado.
Estabelecimento que descumprir regra pode ser multado e ter alvará cassado. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A Prefeitura de Alumínio publicou, na terça-feira (21), um decreto que impõe toque de recolher na cidade. De acordo com a norma, as atividades comerciais do município devem se encerrar às 22h. A justificativa é o aumento de assaltos em estabelecimentos durante o período da noite. Entretanto, nenhuma pesquisa que comprove o argumento foi apresentada pelo Poder Executivo.

O documento, assinado pelo prefeito Antonio Piassentini (Solidariedade), destaca que determinação se trata de uma medida de segurança contra os roubos recorrentes em Alumínio. O ato administrativo entrou em vigor ontem (22) e proíbe que espaços, como bares e restaurantes, permaneçam abertos após o horário determinado. O estabelecimento que descumprir a regra pode ser multado e ter o alvará cassado.

O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura sobre a decisão e os dados sobre a taxa de criminalidade na cidade. Nenhuma resposta foi enviada até o fechamento desta edição. Conforme os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, entre os anos de 2020 e 2021, o total de roubos, em Alumínio, passou de 13 para 23, respectivamente. O aumento de delitos foi de 76,9%. Ainda não é possível fazer a comparação do quantitativo do ano passado em relação a 2022 por que o sistema da SSP só tem dados registrados até abril deste ano. Até o momento, é de conhecimento público que 12 assaltos ocorreram no município durante o primeiro quadrimestre.

Já a quantidade de furtos na cidade é mais expressiva. Em 2020, o município registrou 107 ocorrências envolvendo furtos. No ano seguinte, em 2021, o número foi praticamente o mesmo: 106 casos. Até abril de 2022, haviam sido registrados 64 furtos.

A decisão do toque de recolher não agradou todos os comerciantes. É o caso de Flávio Richard, proprietário da Padaria Nova Pedágio. Ele contou que, apesar de pensar na possibilidade de fechar o estabelecimento mais cedo, não concorda completamente com a medida. “A Prefeitura, junto ao Estado, deveria pensar em uma forma melhor para controlar a situação e não obrigar os comerciantes a fecharem seus estabelecimentos. Outro erro foi não passar nos comércios para ouvir opiniões”, ponderou.

O comerciante ainda disse que a norma também afeta a vida de trabalhadores. “Nós atendemos desde pessoas que começam a trabalhar às 5h até as que saem umas 23h. Onde esse trabalhador vai comer quando sair da empresa?”, salientou. A reportagem tentou entrar em contato com a Associação Comercial Industrial Agropecuária Alumínio, mas não obteve sucesso. (Wilma Antunes)