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Votorantim

Murilo volta à vereança, mas mandato corre risco

Parlamentar estava suspenso havia 60 dias como penalidade determinada pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar

21 de Maio de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
Vereador foi investigado por irregularidade em suposta viagem de assessor à Europa
Vereador foi investigado por irregularidade em suposta viagem de assessor à Europa (Crédito: REPRODUÇÃO)

O vereador Murilo Piatti (PSDB) reassumiu função depois de passar 60 dias com o mandato suspenso. A penalidade foi determinada pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Votorantim, após apuração de gastos em uma viagem a São Paulo, realizada no dia 26 de agosto de 2021. Embora Piatti tenha acabado de retornar à Casa Legislativa, ele ainda corre risco de ser cassado. Isso porque uma segunda comissão apura a viagem de seu ex-assessor, que estava na Europa durante expediente, em fevereiro deste ano.

O motivo para a suspensão do mandato foi o pedido de reembolso de R$ 302,17, para bancar o almoço em um restaurante japonês na Alameda Lorena, área nobre da capital paulista. O ticket médio para alimentação de membros da Câmara é de R$ 30 por dia. Além disso, houve pagamento de R$ 27,47 para gorjeta, o que é proibido por regulamentação.

Piatti disse que está animado para voltar a atender os munícipes em seu gabinete. “Não parei de pensar na população durante esses dias porque já venho realizando trabalhos sociais há muito tempo, bem antes de ser vereador, e não é uma suspensão que vai mudar isso, embora eu respeite a decisão dos outros colegas parlamentares. Tudo já foi explicado”, esclareceu.

Uma segunda Comissão de Ética e Decoro Parlamentar também foi executada em desfavor de Piatti, com objetivo apurar a viagem do ex-assessor Davi Leandro de Souza, que trabalhava com o vereador. O então funcionário postou fotos em Lisboa (Portugal) nas redes sociais quando, em tese, deveria estar prestando serviços na cidade. Enquanto ocupava o cargo de assessor parlamentar, Souza ganhava R$ 3,4 mil.

Na época, o gabinete de Piatti afirmou que houve um mal entendido no caso envolvendo seu assessor, pois, oficialmente, suas férias estavam previstas para ocorrer entre os dias 3 de janeiro e 22 de janeiro de 2022. No entanto, em acordo feito com o parlamentar, o assessor teria agendado suas férias entre os dias 24 de janeiro e 9 de fevereiro.

A conclusão da Comissão foi pela cassação do parlamentar, que tem 30 dias -- a partir da notificação para apresentar sua defesa diante do relatório entregue ao presidente da Câmara, José Cláudio Pereira (PT), Zelão. O prazo vence dia 30 de maio. Após essa data, o processo seguirá para Comissão de Justiça do Legislativo que emitirá um parecer, e posteriormente, devolvido à presidência da Casa.

Depois desse procedimento, o parecer deve ser encaminhado por Zelão ao plenário, onde será votado pelos vereadores, que decidirão se acatam ou não a decisão da Comissão de Ética. Conforme apurado pelo Cruzeiro do Sul, Piatti precisa de quatro votos favoráveis para continuar como vereador. No entanto, se receber oito votos contrários, terá o mandato cassado. (Wilma Antunes)