Pouso forçado
Avião de pequeno porte cai em área rural de Boituva
Quinze paraquedistas e um piloto estavam a bordo da aeronave; dois óbitos foram confirmados
Um avião de pequeno porte, que prestava serviço para os paraquedistas no Centro de Paraquedismo de Boituva, caiu em uma área rural do munícipio, no início da tarde desta quarta-feira (11). De acordo com a Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq), quinze paraquedistas e um piloto estavam a bordo da aeronave. As vítimas foram encaminhadas para o hospital municipal São Luís. Dois paraquedistas não resistiram aos ferimentos e morreram a caminho da unidade hospitalar.
Segundo o administrador do Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), Marcelo Costa, o avião decolou com quinze paraquedistas e um piloto a bordo e, ao atingir a altura de mil pés, teve um problema no motor “Não sabemos ainda qual foi o problema, mas a aeronave não bateu em nenhuma torre ou outro lugar. Infelizmente, durante o pouso forçado em uma área de pasto, a bequilha quebrou, o que travou a frente da aeronave, que capotou”.
Bequilha é a parte do trem de pouso do avião destinada a suportar o peso da parte traseira da fuselagem quando o mesmo está no solo. Ainda conforme o CNP, a aeronave estava homologada e com certificado de aeronavegabilidade em dia, bem como as inspeções anuais e manutenções.
As vítimas do acidente aéreo são Wilson José Romão Júnior, de 38 anos, atleta do paraquedismo e instrutor com cerca de dois mil saltos realizados ao longo da carreira; e o funcionário da área de tecnologia e diretor de filmes, André Luiz Warwar, de 53 anos, que havia descoberto a paixão pelo esporte há pouco tempo.
Processo de investigação
Em nota, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) esclarece que deu início às investigações. Conforme o órgão, serão utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoas qualificadas e credenciadas, as quais realizam a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação.
O objetivo é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. A conclusão das investigações terão o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes.
Prefeitura de Boituva lamenta acidente
A Prefeitura de Boituva divulgou nota na tarde desta quarta-feira (11) sobre o acidente ocorrido com um avião de pequeno porte no município. "A prefeitura lamenta o pouso forçado com a aeronave (prefixo PT-OQR), que decolou do Centro Nacional de Paraquedismo de Boituva nesta quarta com 16 pessoas", diz trecho da nota oficial.
A prefeitura informa que o avião tinha, no total, 16 pessoas a bordo, sendo o piloto e mais 15 passageiros, e que a queda da aeronave ocorreu na estrada Alfredo Boratini. "Duas pessoas que estavam no avião faleceram ao darem entrada no Hospital São Luiz", informou a assessoria de imprensa do município.
A Prefeitura de Boituva informou ainda que a aeronave pertence a empresa de Serviço Aéreo Especializado "Skydrive4Fun", instalada no Centro Nacional de Paraquedismo, com sede no município, de onde o avião decolou para atividades de salto de paraquedismo.
"Viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM), da Polícia Militar e dois helicópteros Águia prestaram os primeiros socorros no local do acidente", destaca a prefeitura.
O prefeito de Boituva, Edson Marcusso, também lamentou o ocorrido. "Em 50 anos de história do paraquedismo em Boituva, é o primeiro acidente com uma aeronave do Centro Nacional de Paraquedismo. Um dia muito triste para nossa cidade, considerada a capital nacional do paraquedismo e do balonismo", disse o chefe do Executivo municipal.
Reuniões discutiram medidas de segurança
De acordo com a Prefeitura de Boituva, duas reuniões foram realizadas na sede do Executivo municipal nos últimos dias 5 e 9 de maio sobre o protocolo de atendimento de segurança, adoção de procedimentos e melhorias na gestão, estrutura e operação das atividades no Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), com medidas jurídicas e institucionais para a ampliação do atendimento de emergências.
Os encontros debateram ainda a criação de um termo de cooperação das atividades para regulação dos serviços dentro do CNP, visando proporcionar mais facilidade na fiscalização do local.
Participaram das reuniões, o secretário de Administração, Desenvolvimento Econômico e Inovação, Adriano Ferraris, o presidente da Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq), Uellinton Mendes de Jesus, o presidente da Associação de Paraquedismo (ABP/CNP), Marcello Sergio Ramos Costa, e José Henrique Gracioso Moraes e Thalles Francisco Coutinho Nunes Pereira. (Virgínia Kleinhappel Valio)