Sorocaba
Exportações crescem 30% no 1º trimestre
Dados mostram que indústrias agrícolas e automotivas puxaram alta. Guerra na Ucrânia teve impacto negativo
As exportações de Sorocaba cresceram 30% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. Entre janeiro e março de 2022, as vendas das empresas da cidade para outros países somaram US$ 72,2 milhões, ante US$ 55,6 milhões no ano passado. Assim, nos três primeiros meses do ano, o município exportou US$ 16,6 milhões a mais do que em 2021. Os dados constam no Levantamento Exportação e Importação Municípios.
O levantamento mostra que março teve o melhor saldo, com US$ 29.059.111 em produtos enviados a outras nações. Depois, vem fevereiro, quando o resultado foi de US$ 23.490.314. A terceira colocação é ocupada por janeiro, com total de US$ 19.733.637.
Em 2021, a ordem foi a mesma. O mês de março aparece na primeira posição, com US$ 24.335.759. Em seguida, vêm fevereiro e janeiro, com US$ 16.375.290 e US$ 14.947.626, respectivamente.
Indústrias agrícolas e automotivas puxaram alta
O diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos, explica que as indústrias de máquinas agrícolas e automotivas da cidade puxaram a alta das exportações. De acordo com ele, no primeiro setor, destaca-se, principalmente, a CNH Industrial.
Ainda conforme Syllos, o setor de máquinas agrícolas está aquecido no Brasil e no mundo. Além disso, a CNH ampliou as suas atividades, bem como o seu portfólio de equipamentos, com opções mais tecnológicas. Por esses dois motivos, completa o especialista, a empresa conseguiu vender mais. “É um setor que está num momento altamente pujante. Há, inclusive, filas para a entrega de máquinas ao setor de agronegócio, como colheitadeiras e outros equipamentos”, comenta.
Já no ramo automotivo, segundo Syllos, a maior contribuinte para o cenário positivo foi a Toyota. Ele cita que a montadora também ampliou a sua produção. Assim, essa medida também favoreceu as suas exportações, especialmente, de motores. Ele lembra que a unidade da Toyota em Porto Feliz também está ligada à indústria de Sorocaba. A unidade, diz, está exportando um terço da sua produção de motores para os Estados Unidos.
Guerra na Ucrânia
Para o diretor do Ciesp, as exportações só não foram ainda maiores devido à falta de insumos industriais. De acordo com Syllos, devido à guerra na Ucrânia, as indústrias sorocabanas têm enfrentado dificuldades para importar matérias-primas da Europa. Alguns exemplos são: aço, alumínio e plástico.
Outro fator responsável por “frear” a alta, aponta ele, foi a redução das importações de alguns dos principais compradores, como Argentina e China. “Sorocaba sempre foi o exportador número um da Argentina, que também está com dificuldade econômica, problema de recessão. Então, (Sorocaba) deixou de exportar muito para a Argentina, nos últimos dois anos. Agora, (a cidade) já está em terceiro/quarto lugar em exportação (para a Argentina)”, detalha.
A nação asiática, por sua vez, enfrenta novo surto de Covid-19. Por isso, diversas cidades chinesas adotaram lockdown severo. Dentre elas, Xangai, onde fica um dos maiores portos do mundo. Desta forma, a cadeia mundial de importação e exportação sofre, como consequência do protocolo sanitário, atrasos nas entregas e recebimentos. “Há filas de contêineres, de navios. Em Xangai, está tudo parado. O porto de Xangai está totalmente congestionado, inclusive, para receber produtos fabricados na região ou no Brasil. O que antes levava um dia para descarregar, está demorando dez dias”, esclarece. (Vinícius Camargo)
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