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Sorocaba

Marginais do Itanguá contemplam acesso subterrâneo para animais

30 de Abril de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Equipe técnica ambiental da Prefeitura observou 105 diferentes espécimes no local.
Equipe técnica ambiental da Prefeitura observou 105 diferentes espécimes no local. (Crédito: SECOM SOROCABA)

A construção das avenidas marginais do córrego Itanguá, na zona oeste de Sorocaba, atingiu 32,3% do total previsto e mantém a previsão de conclusão para dezembro próximo. Uma das etapas do projeto, a construção de passagens subterrâneas para animais, está praticamente concluída.

Conforme levantamento técnico, a eficácia da travessia de fauna já pode ser verificada, inclusive, por meio de vestígios de pegadas dos animais. Os acessos permitem o deslocamento de espécimes entre duas áreas de matas remanescentes nos arredores, conectando o Parque Ouro Fino ao córrego do Itanguá. Uma das passagens subterrâneas é seca, medindo 57 metros de comprimento, e a outra, úmida, com 63 metros. Ambas possuem estruturas de proteção em suas aberturas, bem como postos que auxiliam na iluminação e ventilação.

As travessias foram propostas como medida mitigadora, a partir do trabalho de monitoramento da fauna desses fragmentos de mata, em cumprimento ao Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, firmado entre a Prefeitura e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O monitoramento dos animais ocorreu em três momentos: anteriormente ao manejo florestal, em 2019; posterior e ao início das obras, em 2021, e após a implantação da travessia de fauna, em 2022. O estudo utilizou metodologia da Cetesb e foi realizado pela equipe técnica do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, da Secretaria do Meio Ambiente, Bem-Estar e Proteção Animal (Sema) e do Centro de Aceleração, Desenvolvimento e Inovação (Cadi), ligado à Secretaria de Administração (Sead) e responsável pelo gerenciamento da obra.

Espécies identificadas

O gerente socioambiental do Programa de Obras do Cadi, o ecólogo José Carmelo, informou que foi observado um total de 105 espécies da fauna silvestre. Nenhuma delas está presente na lista de ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (Iunc) e no livro vermelho da fauna brasileira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Entre os beneficiados com a travessia de fauna implantada estão, principalmente, os representantes da mastofauna local, como as espécimes de gambás, o mamífero carnívoro mão-pelada e o sagui-de-tufo-preto. “Além disso, durante o levantamento, foi realizado o primeiro registro, segundo a plataforma Wiki-Aves, da espécie gavião-asa-de-telha na cidade de Sorocaba”, disse Carmelo.

O projeto da marginal Itanguá engloba, ainda, a realização de um trabalho de restauração ecológica, onde o trecho de estudo receberá cerca de 2.700 mudas nativas de árvores. “A medida facilitará a ocupação pela fauna silvestre, fornecendo abrigo e recursos alimentícios, além do benefício mútuo, já que boa parte da fauna observada possui relação de dispersão de sementes com a flora local, atuando como regeneradores naturais do ecossistema”, explicou.

Construção das pistas

A construção das avenidas marginais do córrego Itanguá é executada por meio de financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O empreendimento vai ligar, em um primeiro momento, a avenida Adão Pereira Camargo, passando pela avenida Américo Figueiredo, com acesso chegando à rua Miguel Patrício de Moraes.

A segunda fase das obras nas marginais do córrego Itanguá, ligando a região da avenida Santa Cruz à avenida Luís Mendes de Almeida, até chegar à rodovia Raposo Tavares, está nos planos da Prefeitura. (Da Redação)