Um Boituvense, morador de Paraty passou por momentos de tensão na última quinta-feira (31) após a cidade ser atingida por fortes chuvas. O psicanalista Jéslei Augusto Modesto, de 34 anos, vive há cerca de dois anos no município. Ele e o namorado, que é de Itapeva, moram em um sítio no bairro Portão Vermelho, onde há um conjunto com 11 casas e todas foram afetadas pela chuva. “Moramos em um bairro próximo da cidade, mas é cheio de rio em volta. A nossa casa encheu de água no quintal até o pescoço, se precisássemos sair do local teria que ser nadando. Por sorte a maioria das casas tem um mezanino, então conseguimos subir e salvar algumas coisas, como documentos e eletrônicos, mas foi uma catástrofe”, ressalta.

Além disso, a residência do casal teve a estrutura prejudicada e o local ainda está com muita lama. Sem condições de voltar para a casa, eles estão em uma residência de apoio no mesmo bairro. Para conseguir reestruturar a vida na cidade e também ajudar outras pessoas que perderam tudo, o psicanalista fez uma publicação nas redes sociais. Na postagem ele agradece as mensagens de apoio que recebeu e solicita assistência para as famílias do município. “Qualquer ajuda é bem-vinda. Estamos todos nos ajudando por aqui. Providenciando água e comida. Ainda tem muita previsão de chuva”, publicou ontem (3). 

Ao jornal Cruzeiro do Sul Modesto contou que nesta segunda-feira (4) a chuva deu uma amenizada e o dia está mais bonito. Agora, o que os moradores de Paraty e também de outras cidades atingidas pela chuva precisam é de auxílio com alimentos, materiais de higiene, fraldas, absorventes e diversos outros produtos. “A cidade inteira está um caos, vários bairros foram afetados, são muitas famílias desabrigadas, muitas famílias precisando de qualquer forma de apoio. Já existe uma movimentação bem bonita de solidariedade. Ontem (3) recebemos água potável, recebemos comida pronta, temos recebido bastante suporte. Agora as coisas começaram se acalmar e hoje não tem previsão de chuva. Agora é um momento de reconstrução. Eu perdi bens materiais, mas muitas pessoas perderam parentes”, declara.

Além de doações de dinheiro e produtos, Modesto também pede o apoio de profissionais, como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras, para ajudar as famílias através de serviços. "Agora é lidar com o emocional. Têm pessoas que estão em estado de choque e não conseguem olhar para a realidade. É tudo muito triste”, enfatiza. 

As doações em dinheiro para ajudar a cidade podem ser realizadas através do PIX do Jéslei: 15997995856 ou através da conta bancária da Prefeitura de Paraty. O banco é a Caixa Econômica Federal, agência 2914, operação 006 e conta 3-9. O CNPJ do município é o 29.172.475/0001-47. Nas redes sociais, a Prefeitura da cidade também informou que no momento o que mais estão precisando é de colchões de solteiros, água, roupas de cama e produtos de higiene pessoal. As entregas podem ser realizadas na escola Pequenininha Calixto. Mais informações no telefone (24) 3371-9915. (Vanessa Ferranti)

 

 

 

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Temporais

Os temporais que atingiram o Rio de Janeiro na semana passada já causaram a morte de 18 pessoas, incluindo crianças e adolescentes, entre quinta-feira (31) e sábado (2) em todo o Estado. Em Angra dos Reis, na região da Costa Verde, no litoral sul, dois corpos foram localizados em escombros pelo Corpo de Bombeiros na madrugada desta segunda-feira (4). O número de óbitos no município subiu para dez, de acordo com a Defesa Civil. A causa das mortes foi um deslizamento em Monsuaba, que atingiu quatro casas. Entre as vítimas, há pelo menos quatro pessoas da mesma família. Um morador desaparecido ainda é procurado. Em Paraty, também na Costa Verde, outras sete pessoas da mesma família morreram: uma mãe e seis filhos.

Uma criança da mesma família sobreviveu. Um homem morreu em Mesquita, na Baixada Fluminense. Os bombeiros ainda buscam cinco desaparecidos no sul do Estado, quatro em Angra dos Reis e um em Paraty. Um menino resgatado com vida pelo Corpo de Bombeiros na cidade foi internado em estado gravíssimo no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada.

De acordo com a prefeitura de Duque de Caxias, o garoto respira com a ajuda de ventilação mecânica no Centro de Tratamento Pediátrico .A prefeitura de Paraty decidiu antecipar o recesso escolar de meio de ano para o período de 4 a 18 de abril. A cidade também cancelou a Fest Juá, o Encontro de Ceramistas e o carnaval fora de época previsto para este mês. Em Angra dos Reis, 314 pessoas estão em pontos de apoio abertos pela prefeitura. A cidade está em situação de emergência. Segundo a prefeitura de Paraty, 219 famílias foram atingidas por alagamento ou perdas materiais, em 22 bairros. Há 15 famílias abrigadas em escolas municipais. (Estadão Conteúdo)