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Polícia

Operação da PF prende homem em Sorocaba e apreende dinheiro em Salto

A ação Descontaminação visa desmantelar quadrilha acusada de tráfico internacional de drogas

01 de Abril de 2022 às 11:46
Vinicius Camargo [email protected]
Em Salto, a Polícia Federal apreendeu quase R$ 370 mil, 53 mil dólares, dois veículos, documentos, uma arma e joias
Em Salto, a Polícia Federal apreendeu quase R$ 270 mil, 53 mil dólares, dois veículos, documentos, uma arma e joias (Crédito: Divulgação/ PF )

A Polícia Federal prendeu um homem em Sorocaba e apreendeu, entre outras coisas, quase R$ 300 mil e mais de 50 mil dólares, durante operação contra tráfico internacional de drogas. A ação, denominada Descontaminação, foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (1º). O objetivo foi desarticular uma organização criminosa. Foram cumpridos, ao todo, 12 mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva, em Salto, Sorocaba e três cidades da Bahia. 

Segundo o delegado Rodrigo Andrade Motta, da PF da Bahia, além de Sorocaba e Salto, a operação ocorreu, também, em Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, e em Salvador, Feira de Santana e Lauro de Freitas, na Bahia.

Motta informa que, em Sorocaba, foram cumpridos um mando de prisão e um de busca e apreensão na casa de um membro do bando. No apartamento dele, os policiais encontraram uma pistola .40, com a numeração raspada, e munições. O investigado foi preso e, além de cumprirem o mandado, os policiais também o autuaram em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Ele passará por audiência de custódia e, se mantida a prisão, irá para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba.  

Em salto, foram cumpridos dois mandados de prisão e um de busca e apreensão no imóvel de um casal também integrante da quadrilha. Na residência, os policiais aprenderam R$ 277 mil, aproximadamente 50 mil dólares, uma pistola glock 9 milímetros e munições. Havia, ainda, documentos, um RG falso do investigado, joias e um relógio avaliado em R$ 30 mil.  Ainda conforme Motta, no momento da averiguação, o homem e a mulher não estavam no local. No entanto, ambos foram localizados e presos posteriormente, em um apartamento em Santos. 

Outros dois investigados foram capturados em Salvador e um terceiro já estava preso em Presidente Venceslau, em São Paulo. Dessa forma, dos oito mandados de prisão, seis foram efetivamente cumpridos. Duas pessoas continuam foragidas. 

Na capital baiana, os policiais federais recolheram 50 quilos de cocaína, R$ 50 mil, uma arma, dois carros, sendo um de luxo, e uma impressora de lacres. Ainda na ação, foram apreendidos cinco veículos, sendo quatro de luxo. 

Todos os presos vão responder por tráfico internacional de entorpecentes e formação de organização criminosa. Além disso, a Justiça Federal determinou o bloqueio de contas bancárias de nove pessoas.  

O esquema 

Motta detalha que a quadrilha enviava cocaína à Europa por meio de portos do Nordeste do País, especialmente, pelo porto de Salvador. De acordo com ele, o bando pode ter ligação com facções de São Paulo, mas, inicialmente, está descartada relação com grupos criminosos da Bahia. 

Segundo o delegado, a organização criminosa agia em conluio com funcionários do local. Ainda conforme ele, os investigados moram em São Paulo, mas viajam à Bahia para subornar trabalhadores do porto. O objetivo era obter ajuda para entrar com a droga e colocá-la nas cargas. 

Motta diz que essa era justamente a função dos três investigados de Sorocaba e Salto. "Eles faziam parte do grupo de pessoas que ia para Salvador e outros portos também, como o de Fortaleza, no Ceará, para cooptar (aliciar) funcionários, com o objetivo de facilitar entrada a droga no porto". 

Segundo o delegado, como tinham acesso livre ao local, funcionários, tanto diretos, quanto terceirizados, entravam com a droga escondida em veículos. Depois, retiravam os lacres de contêineres que iam para o continente europeu, previamente demarcados, e colocavam os entorpecentes dentro. Em seguida, instalavam lacres falsos nos compartimentos. Os funcionários envolvidos no esquema já foram identificados.  

Investigações

As investigações começaram em 2019. À época, durante fiscalização, a Polícia Federal, juntamente com a Receita, encontrou grande quantidade de cocaína em um contêiner no porto de Salvador. A carga seria enviada para a Europa. A PF começou a apurar e descobriu o esquema envolvendo o bando e funcionários do local. Durante as investigações, que já duram mais de dois anos, houve seis apreensões da droga, no Brasil e no Exterior. Ao todo, foram encontradas mais de 3,5 toneladas (3.591 quilos). 

A última apreensão ocorreu na noite do dia 19 de setembro 2021. Na ocasião, um funcionário do Terminal de Contêineres (Tecon) de Salvador e outros dois de empresas terceirizadas foram flagrados inserindo 165 quilos da droga em um contêiner que ia para a Europa. Eles foram presos. 

A investigação continua. Agora, a polícia ouvirá as pessoas presas e analisará os materiais apreendidos nesta sexta-feira (1º). O objetivo é identificar os destinatários dos entorpecentes no continente europeu e possíveis outros membros da quadrilha no Brasil. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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