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Sorocaba

Pessoas se arriscam no lago do Parque Porto das Águas

É proibido nadar. Profundidade chega a 26 metros. Munícipes pedem fiscalização

06 de Março de 2022 às 00:01
Vanessa Ferranti [email protected]
No dia 1º de janeiro, um paulistano morreu afogado. Seu corpo foi localizado no dia seguinte.
No dia 1º de janeiro, um paulistano morreu afogado. Seu corpo foi localizado no dia seguinte. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (1/3/2022))

As altas temperaturas dos últimos meses em Sorocaba motivaram pessoas a procurarem lugares para se refrescar, nem sempre seguros. Lagos, represas e cachoeiras são atrativos nesta época do ano, porém muitas dessas áreas oferecem riscos, mesmo para quem sabe nadar. Um exemplo é o lago do Parque Porto das Águas, localizado à margem direita do rio Sorocaba, na região do Retiro São João. O lago possui um volume de cerca de 60 mil metros cúbicos e de acordo com medição oficial, feita em 2016, profundidade de 26 metros, o equivalente a um prédio de sete a oito andares. No primeiro dia deste ano, um paulistano, de 30 anos, morreu afogado no local. Equipes do Corpo de Bombeiros encontraram o corpo um dia depois. E esse não foi o único caso. Em setembro de 2020, um jovem de 18 anos também morreu afogado no local. As buscas pelo corpo duraram 40 minutos.

Mesmo diante dessas situações, há pessoas que continuam se arriscando nas águas. No parque existem duas placas de orientação, em uma delas consta em letras pequenas a profundidade do lago. Já a outra placa, localizada na lateral do parque, informa que é proibido nadar no local. Porém, de acordo pescadores e frequentadores, muitas vezes, ela não é respeitada. “As pessoas se arriscam, chegam bêbadas para cá e entram no lago. Aqui é muito fundo e perigoso”, comentou um pescador.

José Adalto da Silva, de 70 anos, trabalha no parque como vendedor há um ano e também já presenciou essa situação. Ele conta que o movimento maior é no fim de semana e algumas pessoas se arriscam nadando no lago, principalmente os jovens. Para José, o ideal seria que houvesse uma fiscalização no local. “Aqui é bem frequentado, mas não tem ninguém para fiscalizar, o povo fica à vontade. O certo seria ter uma fiscalização não para proibir as pessoas de ficarem no parque, mas para orientar sobre a profundidade do lago. Porque na placa marca, mas ninguém vê”, disse.

Outro problema que José relatou é em relação a falta de manutenção do parque. Há mato no local, inclusive às margens do lago, chegando a cobrir parte de uma das placas de orientação, além da falta de banheiros químicos para os frequentadores. “Precisava dar uma ajeitada, colocar banheiro. É um lugar bonito, com sombra, o povo gosta de vir aqui”, disse.

O que diz a Prefeitura

O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de Sorocaba sobre as questões apontadas na reportagem. A Secretaria de Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) informou por meio de nota que há placas de sinalização no parque Porto das Águas e, ainda assim, vai providenciar novo reforço na sinalização de advertência sobre a proibição de nadar no local, bem como outras melhorias. “É importante que as pessoas se conscientizem e cumpram as orientações, ao observar a sinalização e, de maneira alguma, entrem no lago e se coloquem espontaneamente em situação de risco”.

A administração disse ainda que a Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo) realiza, continuamente, o serviço de roçagem no local. Já a Secretaria de Segurança Urbana (Sesu) informa que a Guarda Civil Municipal mantém o patrulhamento regular no local. No caso de indivíduos flagrados em desrespeito à determinação de ser proibido nadar no local, essas pessoas são orientadas quanto à proibição e a deixar o lago. (Vanessa Ferranti)