Os vereadores da Câmara de Iperó recuaram e aprovaram novo projeto que permite o uso da tribuna por todos os cidadãos da cidade. Na semana passada, um projeto de resolução aprovado restringiu o uso. Na sessão de terça-feira (22), foi aprovado o projeto de resolução 4 de 2022, que entrou na pauta em regime de urgência. O texto corrige a norma anterior, voltando o uso da tribuna nos termos da resolução anterior a da semana passada.

Aurílio Reginaldo dos Santos (Cidadania) abriu seu discurso falando do alvoroço que a Casa teria causado com a aprovação. “Aqui, ele -- o cidadão -- pode, aqui ele tem voz. Quem nunca errou nessa vida?”, questionou o parlamentar ao mudar de posição sobre o assunto. “Eu errei, sem a intenção de prejudicar ninguém. A gente erra, tem que reconhecer o erro”, avalia o parlamentar. Ele ainda disse que o projeto foi aprovado de forma equivocada.

“Estou aqui revendo o meu voto”, afirmou Valéria Regina Matheus (PSB), destacando que na semana passada a Casa não teve sabedoria e que o povo é soberano e não foi consultado sobre o projeto. O vereador Luis Rodrigues Moreira (PSC) afirmou que o projeto acabou com ele nas redes sociais. “Fui o mais massacrado nessa rede social. Penso: eu errei? Errei! Eu votei errado, sim”, disse. Ele ainda afirmou que a situação foi “pouca vergonha”. “Essa Casa de Leis não é minha, mas de todo o povo de Iperó. Essa é tribuna é do povo”, garantiu.

O vereador José Alberto Lima (PV) também usou a tribuna para falar sobre o projeto. Ele reforçou sua posição da semana passada, contrária ao projeto. O vereador Fernando Daki (PV), que também já tinha votado contra o projeto na semana passada, afirmou que a participação popular é fundamental. Ele atribuiu a mudança à pressão popular. “Acho que independente do que vai ser dito, as cobranças devem existir de forma respeitosa”.

O presidente da Câmara, Angelo Valário (PTB) afirmou que em momento algum o objetivo era de cerceamento, mas disse que a situação foram jogadas em redes sociais de forma desonesta. Ele também pediu desculpas aos vereadores que foram atacados nas redes sociais. Porém, mesmo votando a favor do projeto, ele alegou que a tribuna é do vereador, antes de ser do povo.

Conforme texto do jornal Cruzeiro do Sul, publicado em 18 de fevereiro, na coluna Informação Livre, o presidente da Casa afirmou a ideia era de valorizar os vereadores. “Porque a cada dia estão tentando nos diminuir. Nós temos que dar as mãos e lutar pelos nossos direitos, porque daqui a pouco, a gente vai ser chutado”, comentou.

O projeto, que altera o Regimento Interno, restabelecendo o uso da tribuna, foi aprovado por unanimidade. (Marcel Scinocca)