Sorocaba vacinou, contra a Covid-19, 42.210 crianças de 5 a 11 anos, com ou sem comorbidades, desde o início da campanha até ontem (21). Segundo a Prefeitura de Sorocaba, o total representa 73,85% da projeção populacional (57.155), segundo a Fundação Seade. O número está acima da média do Estado que até ontem vacinou 64% das crianças de 5 a 11 anos com a primeira dose.

Conforme a Secretaria da Saúde (SES) de Sorocaba, o município dispõe de estoque suficiente para a vacinação desse público. No último domingo (20), foi realizada uma repescagem e 482 crianças foram vacinadas contra a doença na cidade. Atualmente, a vacinação contra a Covid-19 para a faixa etária de 5 a 11 anos ocorre em Sorocaba de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, em 32 Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

No ato da imunização toda criança precisa estar acompanhada dos pais ou responsáveis e portando a carteirinha de vacinação, o documento de identidade e o CPF ou cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), todos estes documentos sendo da criança. Para crianças com comorbidades ou deficiências também é necessária a apresentação do comprovante da condição de risco (exames, receitas, relatório médico, prescrição médica ou cadastro já existente na UBS).

As crianças de 5 anos e as imunossuprimidas -- de 5 a 11 anos -- só podem receber o imunizante da Pfizer, enquanto as demais podem ser vacinadas com a Coronavac. A vacinação infantil começou em São Paulo no último dia 14 de janeiro deste ano com as crianças com comorbidades.

Segundo o governo estadual, desde o início da campanha, já foram vacinadas 2.626.333 crianças de 5 a 11 anos em todo o Estado, o que representa 65% do público-alvo. O número é referente a primeira dose. Já o total de crianças que tomaram a segunda dose é de 1,63%.

O prazo para a segunda dose da Coronavac é de 28 dias, e para as crianças que tomaram o imunizante pediátrico da Pfizer, como crianças de 5 anos ou imunossuprimidas, o intervalo que deve ser aguardado para o recebimento da segunda dose é de 56 dias ou oito semanas.

UBS Vila Haro

Apesar de algumas dúvidas sobre a imunização de crianças, Priscila Bonás Gonçalves levou a filha Luísa Bonás G. Monteiro, de 8 anos, para tomar a primeira dose contra a Covid-19 na UBS da Vila Haro.

“Fiquei com algumas dúvidas, conversei com algumas pessoas e com o pediatra e achei melhor imunizar a minha filha”, afirma Priscila.

Júlia Brito de Oliveira, 10 anos, também tomou a primeira dose na tarde de ontem na mesma UBS. A avó dela contou que não levou a neta antes porque a menina pegou a doença no início do mês passado. “Minha neta pegou Covid e teve alguns sintomas como febre, dor de garganta e dor de cabeça. Daí por orientação médica foi preciso esperar um tempo antes de tomar a vacina. É melhor vacinar e se prevenir”, disse Gislene Rolim de Oliveira.

Para a médica e infectologista Naihma Fontana, a vacinação de crianças de 5 a 11 anos é indicada e os imunizantes são seguros. “Nenhum efeito adverso grave foi observado durante o estudo. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de oito milhões de crianças já foram imunizadas e apenas oito eventos adversos leves foram registrados. As vacinas não são experimentais e foram aprovadas pela Anvisa. Elas estão na fase 4, de farmacovigilância, e todos os medicamentos, depois de aprovados, continuam a ser monitorados. Por isso, é importante relatar qualquer efeito adverso para serem investigados e determinado se a causa foi ou não a vacina”, disse a médica.

Número relevante

Na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) não há uma pesquisa sobre o quantitativo de crianças já imunizadas contra a Covid-19. Já na Região Metropolitana de Campinas (RMC), uma pesquisa feita sobre a vacinação desse público, até a semana passada, mostra que a cidade que mais aplicou doses em crianças foi Indaiatuba com 62,8% de cobertura vacinal, seguida por Paulínia (48,4%), Jaguariúna (41%), Hortolândia (40%), Campinas (30,1%), Valinhos (30%) e Sumaré (29,9%).

O governo estadual informa ainda que o avanço da vacinação infantil contra Covid-19 no Estado de São Paulo já supera, em um mês, os números de países desenvolvidos e chega quase ao dobro dos Estados Unidos. (Ana Cláudia Martins)