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Sorocaba lidera ranking de ‘gatos de energia’

No ano passado foram 2.846 registros na cidade. Dados contemplam área de atuação da CPFL Piratininga

19 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Vinicius Camargo [email protected]
Em 2021, empresa conseguiu recuperar 15,7 gigawatts por hora (GWh) ao combater ligações irregulares.
Em 2021, empresa conseguiu recuperar 15,7 gigawatts por hora (GWh) ao combater ligações irregulares. (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (18/2/2022))

Sorocaba é a primeira colocada no ranking das 15 cidades da região de atuação CPFL Piratininga com maior número de fraudes e furtos de energia em 2021. Ao todo, foram 2.846 registros no ano passado. Os dados foram divulgados pela empresa de distribuição de energia, que identifica as irregularidades durante inspeções de rotina. Apenas com o combate aos chamados “gatos de energia” descobertos no município em 2021, a empresa conseguiu recuperar 15,7 gigawatts por hora (GWh).

O número de ocorrências contabilizadas em Sorocaba é quase dobro das ligações clandestinas desfeitas em Indaiatuba (1.598), a segunda cidade da lista. Na terceira posição, aparece Itu, com 927 fraudes e furtos. Depois, Iperó, com 787; Boituva, com 781; Porto Feliz, com 753; Votorantim, com 653; Salto, com 649; São Roque, com 558; Ibiúna, com 465; Jundiaí, com 427; e Mairinque, com 264. Os três últimos lugares são ocupados, respectivamente, por Araçoiaba da Serra, com 215; Campo Limpo Paulista, com 177; e Salto de Pirapora, com 169.

Considerando só Sorocaba e os municípios da Região Metropolitana -- Itu, Iperó, Boituva, Porto Feliz, Votorantim, Salto, São Roque, Ibiúna, Mairinque, Araçoiaba e Salto de Pirapora -- houve, ao todo, 9.067 registros. Com o desligamento dos “gatos” nessas cidades, a CPFL recuperou 43,9 gigawatts por hora. Já incluindo Jundiaí e Campo Paulista, as ocorrências aumentam para 9.671, enquanto a energia recuperada alcançou 51,8 GWh.

No ano passado, a concessionária realizou 76,8 mil ações, em 22 municípios das regiões de Sorocaba e Jundiaí. Segundo a empresa, foram identificadas 11,9 mil fraudes. As inspeções resultaram em 63,6 GWh de energia recuperada, o que abasteceria cerca de 29 mil residências por um ano.

De acordo com a CPFL Piratininga, as fiscalizações são contínuas e contemplam diversas estratégias, inclusive, em parceria com a Polícia Civil. A maioria das inspeções é realizada a partir de levantamento prévio, feito por sistemas tecnológicos que usam inteligência artificial. “Por meio de dados de consumo, a distribuidora consegue mapear clientes que tiveram oscilações incomuns na quantidade de energia consumida. Com este levantamento e cruzamento de dados, as inspeções em campo se tornam cada vez mais assertivas”.

A operação mais recente em Sorocaba ocorreu no dia 25 de janeiro deste ano, no bairro Iporanga. Na ocasião, a concessionária contou com o apoio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Polícia Civil. Segundo a empresa, foram vistoriadas 40 residências e detectadas irregularidades, com risco iminente de dados a pessoas e ao sistema elétrico.

“No local, havia ligação clandestina sem o conhecimento da empresa e sem respeitar às normas técnicas e de segurança, não estando de acordo com a resolução 1.000 da Aneel. As equipes retiraram 1000 metros de ramais secundário, 700 metros de rede primária, um transformador de 12 KVA e dois postes”, informou a empresa.

Prática é crime previsto no Código Penal

A CPFL Piratininga enfatiza que, ao fazer um “gato”, a pessoa coloca risco a si, a sua residência ou comércio, a vizinhança e o sistema elétrico. A rede segue padrões e normas de segurança para a sua construção e manutenção, incluindo as novas ligações. Por isso, somente técnicos da distribuidora podem mexer no sistema.

As irregularidades também causam o aumento da contas de luz de todos os consumidores. Conforme explica a empresa, isso ocorre porque a Aneel reconhece a ação como uma “perda comercial.” Dessa forma, o valor “perdido” é dividido entre todos os clientes da distribuidora. “Outra consequência é a piora na qualidade do serviço de distribuição de energia, uma vez que as ligações clandestinas sobrecarregam as redes da distribuidora”, completa.

Além de tudo isso, fraudes e furtos de energia são crimes previstos no Código Penal. As penas podem chegar a até quatro anos de prisão. “Além disso, a pessoa que for flagrada cometendo a irregularidade terá cobrados os valores retroativos referentes ao período em que deixou de pagar pelo fornecimento. (Vinicius Camargo)