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Cidades

Professor explica luminárias inteligentes

Tecnologia 5G será acessível para automatização de cidades e indústrias e demorará chegar ao usuário final

12 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Vinicius Camargo [email protected]
Roberto Silva Netto é engenheiro eletricista e professor da Facens.
Roberto Silva Netto é engenheiro eletricista e professor da Facens. (Crédito: ARQUIVO PESSOAL)

 

A proposta do 5G é oferecer internet mais rápida e estável, além de maior capacidade de transmissão de dados. Contudo, segundo Roberto Silva Netto, engenheiro eletricista e professor da Facens, inicialmente, esta tecnologia estará disponível apenas para automatização de cidades e indústrias, por exemplo. Desta forma, ainda vai demorar para chegar ao usuário final.

Por isso, o especialista em conectividade aponta que, para tornar os municípios mais inteligentes, as luminárias são eficazes. De acordo com ele, as antenas 5G armazenam grande quantidade de informações, com qualidade melhor e de forma mais veloz. Na prática, isso significa, por exemplo, que os aparelhos de iluminação comportam várias câmeras de monitoramento. Os equipamentos de segurança, por sua vez, registram imagens mais nítidas.

Assim, conforme Netto, o setor responsável pelo trânsito consegue visualizar claramente áreas maiores, de todos os ângulos. Com isso, a gestão do tráfego torna-se mais eficiente e minuciosa. É possível, inclusive, beneficiar diretamente os motoristas, lhes passando informações precisas. “As marginais, dependendo das quantidades de chuvas, alagam. É possível informar todos os veículos que estão naquele ponto que a marginal vai alagar. A pessoa prevê essa demora no trânsito e toma caminhos alternativos, evitando ficar parada em pontos de alagamentos”, exemplificou.

Já o uso das luminárias para o fornecimento de internet é complexo. Segundo Netto, nesse caso, a Prefeitura teria de prover todo o sistema. Os requisitos incluem criação da própria rede 5G; contratação de operadora de internet para distribuir o sinal; e ampliação da rede para toda a cidade. “Isso pode demandar recursos e tempo muito grande”, disse.

Além disso, a rede 5G é mais restrita, em relação às outras. Comumente, conexões compartilhadas, como em shoppings, são acessadas via wi-fi, a partir de um cadastro. Por outro lado, explica o professor, devido a questões de proteção, além de celular compatível, o 5G demanda um chip específico.

Dessa maneira, o usuário só consegue se cadastrar e entrar na rede se tiver o dispositivo necessário. De acordo com o especialista, o Poder Público também deve disponibilizar esse chip para cada munícipe. “O wi-fi é um modelo de acesso simplificado, baseado somente em usuário e senha, enquanto o 5G é baseado na tecnologia celular e a premissa dele é segurança. Então, só é possível se conectar à rede pessoas autorizadas ou com um sincard (chip) autorizado”, esclareceu. (Vinicius Camargo)