As bancas de Sorocaba e região estão passando por um apagão na distribuição das principais revistas do Brasil, de notícias e de entretenimento. Títulos como Veja, Quatro Rodas e Coquetel não aparecem nos locais desde janeiro. Mas o problema, segundo os jornaleiros, acontece desde o dezembro do ano passado. Segundo eles, a distribuidora simplesmente deixou de abastecer os estabelecimentos.

“A cidade está inteira está sem abastecimento. Eles -- a distribuidora -- pararam de nos abastecer e simplesmente sumiram”, disse o jornaleiro Abílio Bistão, que nunca passou por esse tipo de situação e atua na zona leste da cidade. E o problema, segundo ele, não afeta só Sorocaba, a região está passando pelo mesma crise, incluindo Araçoiaba da Serra e Itu. “Isso já perdura por mais de 20 dias”, afirmou. Ele reclama que a situação está afetando financeiramente os microempresários da área. “O jornaleiro está sem ganho”, contou, relatando que o que tem, são de edições antigas ou de outros títulos, que não passam pela distribuidora de Sorocaba. “Todo mundo tem que sobreviver e não tem receita. E a cada dia que passa ela diminui um pouco mais”.

Outro jornaleiro que reclama da situação é Ivo Silvério da Rocha, que tem 29 anos de atividade no setor e nunca viu situação parecida. “São muitos títulos que estão faltando. Em janeiro não veio quase nada. As pessoas vem procurar e não temos nada. A cidade inteira está assim. O que nos mantém é a venda de outros produtos como cartão da Urbes e recarga de celular”, disse.

A reportagem esteve na sede da distribuidora, que fica no Jardim do Paço. Nenhum responsável pela empresa, a Soave e Martell Ltda., que pudesse falar com a imprensa, estava no local. Mesmo deixando o contato, ninguém retornou com um posicionamento sobre a situação e nem quando o problema será resolvido. As atividades de distribuição ocorriam no local, com a separação de itens.

A cidade de Indaiatuba, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), também está passando pela mesma situação. As entregas de exemplares para assinantes não foi afetada.

Ainda sobre o caso, as editoras Globo, Abril e Ediouro, que apresentam boa parte dos títulos faltantes, foram questionadas se têm conhecimento da situação e de que forma estão tratando o caso. Nenhuma retornou aos contatos. (Marcel Scinocca)