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Movimento no aeroporto Catarina, em São Roque, aumenta em 81%

O empreendimento, conforme a empresa e seus dados, é considerado como maior aeroporto executivo do País

29 de Janeiro de 2022 às 00:25
Marcel Scinocca [email protected]
Performance do Catarina é
Performance do Catarina é "tragédia" para Sorocaba, diz economista (Crédito: EMÍDIO MARQUES (16/12/2019))

A JHSF Participações S.A., dona do Aeroporto Internacional Catarina São Paulo, em São Roque, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), divulgou na semana passada que houve aumento de 81,2% no número de movimento do aeroporto e 134,4% em litros abastecidos no local na comparação do quarto trimestre de 2021, com mesmo período ano passado. A situação, segundo especialistas do setor, é mais que um alerta para Sorocaba, e para o economista Geraldo de Almeida, o fato representa quase que uma tragédia para a cidade, em termos de competitividade.

Os dados mostram o crescimento justamente no período de consolidação dos voos internacionais da empresa, que conseguiu autorização para receber aeronaves de outros países no meio do ano passado. O empreendimento, conforme a empresa e seus dados, é considerado como maior aeroporto executivo do País em número de aeronaves hangaradas. Enquanto isso, o processo de internacionalização de Sorocaba, que teve seu embrião em 2012, quando Geraldo Almeida era secretário municipal, não saiu do papel.

Segundo o economista, a situação mostra que houve descaso e falta de representatividade da cidade, aliada à burocracia no decorrer do processo. “É quase uma tragédia anunciada para Sorocaba”, afirmou. Conforme ele, faltou às instituições abraçar a causa. “A situação representa risco de perda de empregos e de recursos para a cidade. Estamos falando de 1.500 empregos diretos. Faltou ação. Era uma coisa que a gente estava prevendo há muito tempo”, lembrou.

Além da manutenção de aeronaves, o aeroporto de Sorocaba tem várias empresas que atuam no hangaragem, incluindo bens de multinacionais, empresas de vários setores e outras instituições, como igreja. Conforme relatou o Cruzeiro do Sul, no ano passado, algumas empresas já deixavam e outras estudavam deixar o aeroporto de Sorocaba, em virtude de propostas financeiras mais vantajosas na vizinha de São Roque.

Almeida adverte. “Sorocaba não pode perder mais empresas. Temos que lutar para “consertar” e preservar o nosso parque aeronáutico”, diz, argumentando ainda que faltou movimentação política com relação à questão.


O que diz o prefeito

Durante evento, ontem (28) à noite, questionado pelo Cruzeiro do Sul, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) comentou a situação. Para o chefe do Executivo, o problema foi gerado por administrações anteriores. “Demoram muito para agir”, afirmou. Ele lembrou que recebeu recentemente a promessa que de que o aeroporto seria internacionalizado. Entretanto, no mesmo período da promessa, conforme lembrou Manga, o processo do Catarina estava praticamente pronto.

“As gestões anteriores, infelizmente, deixaram a desejar nesse sentido, Poderiam ter investido mais tempo e se esforçado mais”, comentou. Para o prefeito, com a internacionalização e com a concessão do aeroporto, a expectativa é de que se aumente o volume de aeronaves para a manutenção.

Conforme o site Aeroin, especializado em publicações aeronáuticas, a fonte de receita desse segmento, os aeroportos, é composta por receita de hangaragem das aeronaves, revenda de combustível e receita de movimentos (pousos e decolagens).

Dados

Sabe-se que a internacionalização do aeroporto da cidade São Roque afetou Sorocaba depois da conclusão do processo e início da operação com voos internacionais. O problema é que não se consegue medir esse movimento. Desde 27 de dezembro de 2021 o Cruzeiro do Sul tem pedido acesso às informações que são públicas e deveriam ter acesso livre com dados abertos, na chamada transparência ativa, fato que não ocorre neste momento. Aliás, desde 2019 os dados deixaram de ser apresentados pelo Estado, prejudicando a transparência e estudos do setor. (Marcel Scinocca)