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Zoológico

Precursor do ‘Quinzinho’, Jardim dos Bichos ficava no Centro

O Jardim dos Bichos abrigava animais silvestres encontrados na região, como jacarés e bichos-preguiça

15 de Janeiro de 2022 às 02:28
Cruzeiro do Sul [email protected]
O zoo de Sorocaba está desde 1968 na extensa área da antiga chácara da família Prestes de Barros
O zoo de Sorocaba está desde 1968 na extensa área da antiga chácara da família Prestes de Barros (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS (7/1/2021) )

Um dos pontos turísticos mais famosos de Sorocaba, o Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros completou 53 anos de existência no dia 20 de outubro de 2021. Mas sua história começa lá em 1916, onde, hoje, é a praça Frei Baraúna, no Centro.

O Jardim dos Bichos, como era chamado na época, abrigava animais silvestres encontrados na região, como jacarés, bichos-preguiça, veados, macacos, serpentes e aves. Porém as espécies viviam em condições precárias. O parque foi extinto em 1930.

Trinta e cinco anos depois, já no ano de 1965, a Prefeitura construiu uma área de lazer às margens do Rio Sorocaba, no espaço entre a ponte da rua XV de Novembro e a Praça Lions. Na área, foram inaugurados alguns recintos de animais, no ano seguinte. Mas o zoo funcionou ali por pouco tempo.

Ainda em 1966, a Prefeitura comprou a chácara da família Prestes de Barros e inaugurou, em 1968, o Quinzinho de Barros, na Vila Hortência, onde funciona atualmente. Em 2004, o espaço passou por uma grande reforma e ficou como é conhecido hoje.

Considerado um dos mais maiores e mais completos da América Latina, o zoológico abriga cerca de 1.200 animais, de 300 espécies. Cerca de 70% dos bichos são da fauna brasileira. O local é composto por uma área de 150 mil metros quadrados, dos quais 17 mil são ocupados por um lago e 36 mil por vegetação natural da Mata Atlântica. Lá está a maior coleção de répteis da América do Sul e a maior colônia de macacos-aranha de testa branca do Brasil.

Eleito por votação popular, na década de 1990, como símbolo de Sorocaba, o zoo recebe cerca de 500 mil visitantes por ano, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema). Mas o Quinzinho é muito mais do que um espaço para a contemplação dos animais. A instituição também promove ações de educação ambiental, trabalhos voltados à conservação de espécies e bem-estar animal.

Por ser referência em pesquisas científicas nas áreas de fisiologia, genética, comportamento e reprodução, recebe profissionais de todo o Brasil e até de outros países que vêm desenvolver estudos em Sorocaba. Luana Longon Roca, bióloga do “Quinzinho”, destaca as diferentes ações promovidas pelo zoo, inclusive na área científica.

“A pesquisa é uma das importantes funções que sustentam a existência dos zoológicos. Aqui, recebemos pesquisadores de vários níveis, desde estudantes que estão finalizando a sua graduação, com seus TCCs (Trabalho de Conclusão de Curso), até pessoas que estão cursando mestrados, doutorados e pós-doutorado. Todas as áreas são englobadas nas pesquisas, desde o comportamento e bem-estar dos animais até nutrição, entre outras questões de medicina veterinária”, conta.

A instituição atua, inclusive, na preservação de espécies ameaçadas de extinção. O zoo participa, por exemplo, de planos de manejo com a arara-azul, logo-guará e tamanduá-bandeira. O parque já até conseguiu fazer reproduzir alguns animais. Os filhotes nascidos no “Quinzinho”, além de fofos, contribuem para a continuidade das suas espécies.

Além do cuidado com animais moradores do zoológico, a instituição também realiza a reabilitação de bichos que são resgatados e encaminhados para receberem atendimento. Animais vítimas de atropelamento, por exemplo, são tratados no zoo e, quando estão em condições, são devolvidos à natureza. (Vinícius Camargo e Wilma Antunes)