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Pandemia

Vacinação de crianças aguarda orientação e doses

Desde o início da pandemia até o momento, a cidade registrou o total de 2.256 crianças, de 0 a 11 anos, que testaram positivo

08 de Janeiro de 2022 às 00:50
Ana Claudia Martins [email protected]
Formulação da dose pediátrica equivale a um terço da usada em pessoas com mais de 12 anos e o frasco é da cor laranja
Formulação da dose pediátrica equivale a um terço da usada em pessoas com mais de 12 anos e o frasco é da cor laranja (Crédito: DIVULGAÇÃO / PFIZER )

A Prefeitura de Sorocaba informou ontem (7) que aguarda o envio de documento técnico do governo estadual e de novas doses da vacina contra a Covid-19 para iniciar a imunização de crianças de 5 a 11 anos.

Desde o início da pandemia até o momento, a cidade registrou o total de 2.256 crianças, de 0 a 11 anos, que testaram positivo para a doença e somente um óbito, uma bebê de um mês, ocorrido no dia 10 de março do ano passado.

Segundo dados da própria Prefeitura de Sorocaba, até a última quinta-feira (6), a cidade registrou 87.285 casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Em relação ao total de crianças infectadas o número é bem menor (2.256), o que representa 2,58% do total geral de casos da doença.
J
á em relação ao número de óbitos, o total de mortes por Covid-19 é bastante superior nas demais faixas etárias do que em crianças. Até o boletim do último dia 6, Sorocaba totalizou 2.873 óbitos pela doença, sendo um na faixa etária de 0 a 11 anos.

A vacinação contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e incluída no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) pelo Ministério da Saúde no último dia 5 de janeiro. Mas, a imunização de crianças contra a doença não é obrigatória e divide opiniões, tanto dos pais como de especialistas.

A previsão do Ministério da Saúde é que a aplicação das doses comece em todo o País a partir da segunda quinzena deste mês. O público-alvo é estimado em cerca de 20 milhões de crianças em todo o Brasil. Em Sorocaba, a estimativa é que existam aproximadamente entre 50 mil a 60 mil crianças na faixa etária de 5 a 11 anos que podem ser vacinadas contra a Covid-19.

Conforme o governo federal, a imunização de crianças deve ser realizada por faixa etária com prioridade para as que possuem comorbidades ou deficiências permanentes.

“Os pais ou responsáveis têm que estar presentes manifestando sua concordância com a vacinação. Em caso de ausência, a vacinação deve ser autorizada por um termo de consentimento assinado por eles, isso está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, afirma a secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde.

Lembrando que a imunização só poderá ser feita com a vacina da Pfizer, única até o momento autorizada para aplicação no público infantil pela Anvisa, com intervalo de 8 semanas entre a primeira e a segunda dose. Além disso, a formulação da dose pediátrica equivale a um terço da usada em pessoas com mais de 12 anos, e o frasco é da cor laranja.

O governo federal também sugere que os pais procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização. Conforme o Ministério da Saúde, a contaminação e os casos confirmados de Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos representam 0,34% do total registrado no Brasil de março de 2020 a dezembro de 2021.


Sala exclusiva e treinamento

A Anvisa listou 17 recomendações para evitar erros na aplicação das doses contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Na série de sugestões, estão incluídos o uso de um ambiente exclusivo para esta faixa etária e o treinamento completo das equipes de saúde. “A imunização desta faixa etária deve começar após treinamento completo das equipes de saúde”, informa a Agência.

No Estado de São Paulo, o governo anunciou na última quarta-feira (5) que liberou o uso de escolas estaduais para a vacinação de crianças. Em Sorocaba, a Secretaria da Saúde (SES) ainda não divulgou qual será a estratégia para a aplicação das doses e será usar escolas estaduais e municipais para a imunização.

A Anvisa também informou que seja evitada a imunização das crianças em postos drive-thru. Recomendou ainda que as doses contra a Covid não sejam administradas, de forma concomitante, a outras vacinas do calendário infantil, por precaução, sendo recomendado um intervalo de 15 dias.

Outra recomendação é que a vacinação de crianças seja feita em um ambiente separado da imunização dos adultos e que não sejam aproveitadas outras salas, mesmo que pediátricas.

Além disso, antes de imunizar as crianças, os profissionais de saúde devem mostrar ao responsável que se trata da vacina contra a Covid.

“O frasco é da cor laranja e a dose é de 0,2ml, com 10 mcg do imunizante Comirnaty (Pfizer/Wyeth). A seringa a ser utilizada (1 mL) e o volume a ser aplicado (0,2mL) também devem ser apresentados aos pais ou responsáveis. Eles também devem ser orientados a procurar o médico se a criança apresentar dores repentinas no peito, falta de ar ou palpitações após a aplicação da vacina”, destaca a Anvisa.

A Agência ressalta que “a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do produto”.

Em Sorocaba, por exemplo, houve o caso de administração errada de vacinas em dois bebês no mês passado, que receberam doses de um imunizante contra a Covid-19 no lugar da vacina Pentavalente.

Foi no dia 1º de dezembro, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Nova Sorocaba. Os bebês receberam erroneamente vacina da Pfizer e apresentaram reações e ficaram cerca de 10 dias internados, até receberem alta hospitalar. (Ana Cláudia Martins)