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Saúde

Data para próximo mutirão da saúde não está definida

Devido aos requisitos do edital, hospitais de Sorocaba optaram por ficar fora da licitação

06 de Janeiro de 2022 às 00:26
Vinicius Camargo [email protected]
Em novembro de 2021, foi realizado o mutirão de procedimentos oftalmológicos em parceria com o BOS
Em novembro de 2021, foi realizado o mutirão de procedimentos oftalmológicos em parceria com o BOS (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (8/11/2021) )

As próximas etapas do Mutirão da Saúde em Sorocaba não têm da para acontecer. A Prefeitura informou que a continuidade da iniciativa depende da homologação do edital de chamamento. A aprovação está prevista para o início deste ano. A primeira fase do mutirão ocorreu em novembro de 2021, na área oftalmológica. Desde então, não houve mais atendimentos.

Anunciado em agosto do ano passado, pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), o projeto visa zerar as filas de espera na rede municipal de saúde. O objetivo é realizar mais de 87.498 procedimentos, sendo 30.499 consultas, 48.205 exames e 8.794 cirurgias. A previsão inicial do Executivo era iniciar todos os procedimentos ainda em 2021.

Porém, em outubro do ano passado, a municipalidade informou o adiamento para 2022. À época, também apontou a homologação do edital como motivo para a postergação. Ainda na ocasião, disse que começaria o mutirão em novembro, mas apenas com consultas oftalmológicas.

A administração municipal cumpriu o previsto. Em parceria com o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), ofertou 12.698 atendimentos.

Para este ano, a intenção é retomar a iniciativa ainda no âmbito oftalmológico, mas não especificou quando. “Mais cerca de 9 mil consultas oftalmológicas serão ofertadas, zerando a fila por esse procedimento na cidade”, afirmou a Prefeitura, em nota. Já os atendimentos nas outras áreas seguem indefinidos.


Indefinição

Em entrevista ao Jornal da Cruzeiro da rádio Cruzeiro FM 92,3, na terça-feira (4), pela manhã, o presidente e gestor da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, padre Flávio Jorge Miguel Júnior, falou sobre o assunto. Segundo ele, devido aos requisitos do edital, o hospital e outras unidades de saúde da cidade decidiram não se candidatar à licitação.

Padre Flávio ainda informou que as unidades tomaram a decisão por receio de não conseguirem cumprir a demanda. “Não podíamos participar porque o edital saiu em três lotes, (sendo) consultas, imagens e cirurgias. Quem pegasse tinha que fazer tudo. Não vou assumir uma coisa que eu não posso fazer”, pontuou.

Ele disse discordar do formato do edital e que conversou sobre isso com o prefeito Manga e o secretário da Saúde, Vinícius Rodrigues. Conforme o gestor da Santa Casa, o prefeito teria mencionado a abertura de novo edital dividido por especialidades, se não houvesse interessados no anterior.

“Vamos, para tirar a vesícula, vamos falar assim, hérnia ou varizes, a Santa Casa entra. Mas, do modo que estava, não”, exemplificou.

Porém, segundo Padre Flávio, uma Organização Social (OS) já teria se candidatado ao processo licitatório e estaria na fase de apresentação de documentos. Contudo, ele afirmou que a OS não atenderia a todas as condições do edital.

“Não citarei o nome da OS, mas, que eu saiba, (ela) não tem rede hospitalar. Como que ela vai fazer tudo, eu não sei, porque o edital é claro, que quem pegar vai ter que fazer tudo”, pontuou.

“Eu não estou desabonando a entidade, mas se a Santa Casa, que tem hospital, tem centro cirúrgico, tem leito, não consegue, como uma outra que não tem nada disso, não tem nem equipe médica pode conseguir fazer?”, indagou.

Por isso, ele acredita na mudança da licitação. “Eu estou supondo que (o atual edital) será suspenso, pela lógica, e que vai ter um outro edital, com as especialidades”, frisou.

O Cruzeiro do Sul questionou o Executivo sobre a possível escolha da OS, bem como quanto à inadequação. A Secretaria da Saúde (SES) informou somente que “o processo de licitação encontra-se em andamento, portanto, ainda não havendo definições”.

 

Santa Casa fez cirurgias renais

Embora os mutirões não tenham começado nos três âmbitos previstos, padre Flávio citou que a Prefeitura já adotou medidas para reduzir as filas de espera. Conforme ele, ao menos para a Santa Casa, o Executivo destinou recursos para diversas cirurgias, principalmente, renais.

“O prefeito investiu cerca de R$ 300 mil, parece que é esse o valor, um pouquinho mais, talvez, para fazermos os 50 primeiros tratamentos. Foi um sucesso. Concluímos agora”.

Apesar dos impasses, o gestor do hospital crê na execução total e efetiva da iniciativa. “Eu torço e acredito que o prefeito Rodrigo Manga, quero deixar claro, vai conseguir, não em um ano, mas ao longo do seu governo, se não zerar, pelo menos melhorar muito, 80-90 porcento essa fila da saúde na cidade”, disse. (Vinícius Camargo)