O jovem acusado de atropelar um ciclista na avenida Washington Luíz, zona sul de Sorocaba, em 26 de dezembro, fugindo do local sem prestar socorro, se apresentou à Polícia Civil nesta terça-feira (4). Acompanhado do advogado Pedro José de Lima, ele prestou depoimentos no 3° DP, no Campolim, por cerca de uma hora. Ele não é habilitado e estaria arrependido do ocorrido.

O rapaz é mecânico e tem 20 ano. Segundo o advogado, que acompanhou o acusado no depoimento, ele temia ser agredido, por isso não prestou socorro. O jovem também teria argumentado que pensou que tivesse atropelado a bicicleta.

“Falei para ele que falasse a verdade, que é que basta para a gente”, diz o advogado, que contou ainda que o rapaz assumiu o erro. O carro teria sido comprado de um primo. “Ele está arrependendido. É uma pessoa do bem”, diz Lima. Ele também teria assumido que cometeu o atropelamento em um boletim de ocorrência, feito de forma on-line.

A delegada Daniela Cavalheiro Lara de Góes, responsável pelo caso, afirmou que tem 30 dias para concluir o inquérito. O prazo pode ser prorrogado por igual período. Ainda conforme a autoridade, ele poderá responder por lesão corporal culposa, omissão de socorro e por dirigir sem habilitação.

Conforme ela, durante o depoimento, ele alegou que se envolveu em uma briga no interior do bar, onde ele estava antes do fatos, “que ele saiu correndo porque já estava sendo agredido lá dentro”. “Para se desvincilhar da briga, ele entrou no carro e saiu em disparada. Nem notou que estava na contramão e alega que não viu que acabou atropelado uma pessoa. Alega que viu a bicicleta, achou que tinha passado em cima apenas da bicicleta”, diz Daniela.

O próximo passo da polícia é comprovar ou não a autenticidade dessas declarações. “Mas tem alguns fatos que não tem mais o que se discutir. Ele declarou que não é habilitado e as imagens deixam claro o ingresso dele na avenida de grande fluxo. Então, em alguns pontos a gente está bem posicionado”, garante.

Ainda conforme ela, um dos pontos da investigação é a questão da ingestão ou não de bebida alcóolica do rapaz. “Ele não se demonstra arrependido. Ele acha que a atitude dele está respaldada nessa agressão que ele alega que sofreu”, lembra.

O carro e a bicicleta passarão por perícia. A pessoa identificada no Detran como proprietária do veículo também prestará depoimento. (Marcel Scinocca)