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Crise hídrica

Araçoiaba da Serra suspende rodízio de água

Chuvas dos últimos dias amenizaram um pouco a crise hídrica na Região Metropolitana de Sorocaba

04 de Janeiro de 2022 às 08:50
Wilma Antunes [email protected]
Estação de Tratamento de Água (ETA) vereadora Valquiria Di Tata, de Araçoiaba da Serra
Estação de Tratamento de Água (ETA) vereadora Valquiria Di Tata, de Araçoiaba da Serra (Crédito: Divulgação)

As chuvas intensas que caíram sobre a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), nos últimos dias, amenizaram os efeitos da crise hídrica. A melhora nos níveis dos reservatórios foi suficiente para Araçoiaba da Serra suspender o racionamento de água. Por outro lado, Sorocaba ainda mantém a promessa de instaurar medidas de contingenciamento. O rio Sorocaba, responsável por parte da distribuição hídrica, opera atualmente com 1,75 metros cúbicos por segundo, informou a Prefeitura. Ainda que os impactos da seca tenham sido atenuados, a situação é considerada preocupante. O rodízio também continua em Itu, Porto Feliz e Salto, sem previsão para término.

A represa de Itupararanga, que abastece grande parte das cidades, apresentou, ontem (3), uma ligeira elevação em seu volume útil. De acordo com a Votorantim Energia, empresa responsável pelo reservatório, o nível registrado foi de 20,41%. Há uma semana, no dia 27 de dezembro, o índice era de 19,20%. Apesar disso, os números estão longe de serem considerados “normais”. Conforme a empresa, o manancial deveria ter, pelo menos, 52,95% -- dentro da faixa de operação da usina, mas abaixo da Média de Longo Termo (MLT).

Ainda em estado de alerta, a Prefeitura de Sorocaba mantém a decisão de estabelecer um racionamento de água na cidade e informou que já tem pronto um modelo feito pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Além disso, também reafirmou que mais detalhes sobre as ações de contingenciamento serão divulgadas no dia 12 de janeiro. “Apesar da chegada das chuvas, o baixo nível da represa sinalizou a necessidade da adoção de medidas emergenciais”, considerou o Executivo. De agosto de 2021 até agora, houve queda de apenas 6% no consumo de água no município.

Um levantamento realizado pelo Saae estimou que a alteração na distribuição de água resultará na economia de aproximadamente 400 litros de água por segundo, quantidade equivalente ao consumo da cidade de Votorantim. Ainda ontem, a autarquia informou que os níveis dos mananciais que abastecem a cidade operavam com níveis satisfatórios. O sistema Ferraz/Castelinho funcionava com 80% e o Ipaneminha, com 90%. No dia 27 de dezembro, os mesmos sistemas atuavam com 60% e 40%, respectivamente.

Itu também segue com cortes no abastecimento de água. A Prefeitura ituana informou que o ano de 2021 terminou com volume de chuvas 34,5% abaixo da média histórica dos últimos 10 anos, sendo o menor já registrado na cidade. No total, as precipitações acumuladas foram de 868,9 milímetros, bem diferente da média: 1.325,47 milímetros. Atualmente, as represas que abastecem o município operam com 49%. Já os sistemas Mombaça e Pirajibu funcionam com capacidade plena. “O cenário exige cautela constante e monitoramento nos mananciais”, destaca a administração municipal.

A única cidade que suspendeu o abastecimento periódico foi Araçoiaba da Serra. A decisão foi tomada na última quinta-feira (30), quando a vazão do rio Pirapora registrou 80 centímetros. “O mínimo necessário são 35 centímetros, o rodízio está suspenso e será adotado apenas excepcionalmente”, informou o Executivo. A reportagem questionou as prefeituras de Salto e Porto Feliz sobre os níveis dos mananciais que abastecem os municípios em questão, mas ambos não responderam até o fechamento desta edição.