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Saúde

Falta de insumos provoca atraso de cirurgias cardíacas em Sorocaba

Dois pacientes do Hospital Santa Lucinda aguardam válvula mitral

02 de Janeiro de 2022 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
Fachada do Hospital Santa Lucinda
Fachada do Hospital Santa Lucinda (Crédito: Arquivo Jornal Cruzeiro do Sul)

Ao menos duas pessoas internadas no Hospital Santa Lucinda, em Sorocaba, tiveram suas cirurgias adiadas por falta de vários insumos para os procedimentos relacionados ao sistema vascular. A situação estaria prejudicando inclusive cirurgias cardiovasculares, envolvendo a válvula mitral. Familiares de um dos pacientes critica a situação e diz que pode ter havido falta de planejamento.

No caso do aposentado João Damasio Neto, de 79 anos, a cirurgia estava agendada para 30 de dezembro. Mas os familiares foram informados de que ele ainda terá de esperar cerca de 40 dias para o procedimento. O paciente vive com uma válvula mitral mecânica instalada em seu coração há 23 anos. Porém, o equipamento está calcificado e precisa ser substituído rapidamente. A filha de João, Marcilene Aparecida Damasio, explicou, neste sábado (1º), que o pai está internado no hospital há 15 dias, por conta de um coágulo. Entretanto, ele permanece acordado e lúcido. Ela reclama não ter sido informada com antecedência sobre a falta do equipamento para a cirurgia.

Questionado sobre a situação, o Hospital Santa Lucinda afirmou que o senhor João Damasio Neto “é um dos dois pacientes que necessitam de válvula mitral, a qual só pode ser adquirida em um único fornecedor no Brasil, pois somente esta empresa a comercializa dentro do valor estabelecido pelo Ministério da Saúde/SUS”. “Lamentavelmente, o fabricante alega falta de insumos para a fabricação. Assim, a válvula só estará disponível quando retomarem o fornecimento”, argumenta.

A unidade de saúde ainda garantiu que assim que o problema foi identificado, e não podendo adquirir o produto fora da tabela SUS, “recorremos a outras instituições hospitalares no sentido de que nos emprestassem uma válvula, a qual reporíamos tão logo conseguíssemos comprar outra no mercado. Infelizmente, até o momento não conseguimos”. Porém, o hospital informa que “os pacientes encontram-se sob os cuidados médicos necessários”. A Prefeitura de Sorocaba também estaria tentado ajudar a solucionar o problema. (Marcel Scinocca)