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Emoção e esperança marcam retorno da Romaria de Aparecidinha

Ato foi realizado na manhã deste sábado (1); evento estava suspenso em função da pandemia

01 de Janeiro de 2022 às 14:15
Marcel Scinocca [email protected]
Durante ato, parada para abençoar profissionais e pacientes da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba
Durante ato, parada para abençoar profissionais e pacientes da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba (Crédito: Fábio Rogério (JCS 2/01/2022))

Depois de três suspensões -- julho de 2020 e janeiro e julho de 2021 --, os católicos retomaram a tradicional Romaria de Aparecidinha neste sábado (1), com a transferência da imagem de Nossa Senhora Aparecida à Catedral Metropolitana de Sorocaba. O evento, que teve redução no número de participantes, começou por volta das 5h, em Aparecidinha, e foi concluído no fim da manhã. no Centro de Sorocaba.

Durante o percurso, centenas de pessoas que não estavam na procissão, fizeram questão de homenagear Nossa Senhora, cujo maior percurso da romaria é feito pela avenida São Paulo. Uma delas foi a dona Conceição Aparecida Fabri, de 88 anos. Era quase uma missão, mesmo com a dificuldade de locomoção. Conceição estava acompanhada filha, Joice Fabri.

Na Santa Casa, a tradicional parada para abençoar os pacientes e profissionais da unidade. Dessa vez, em função da pandemia, não houve visita da imagem a parte interna do hospital. “Esse ano, por causa da pandemia, o nosso bispo achou melhor fazer de fora e não entrar nos quartos para evitar a aglomeração. Não podemos perder esse momento que faz parte da história de Sorocaba”, destaca o gestor da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, padre Flávio Jorge Miguel.

Vários devotos deixaram pétalas sobre a calçada da Santa Casa. Outros entregaram rosas ao padre Flávio. Após uma Ave Maria, os romeiros seguiram rumo à missão final, levar a imagem até o altar da Catedral de Nossa Senhora da Ponte. Lá, centenas de pessoas já esperavam o desfecho do dia de fé, com uma celebração.

Por volta das 10h30, a imagem chegou catedral, se colocando no altar, emocionando os devotos e dando inicio à parte final do ofício religioso. “Tenho muito para agradecer. Foram muitas coisas conquistadas, tive muita fé”, diz Maria Benedita de Oliveira, de 63 anos, de Votorantim. Segundo ela, o filho teve câncer há 12 anos, foi curado e ela se sente na obrigação de agradecer todo ano.

Sem máscara, Ester Dias Ferraz, de 69 anos, não pôde entrar. Acompanhou o ato de fora e se emocionou ao agradecer por muitas graças recebidas. “Pelo casamento da minha filha, casamento do meu irmão e por estar viva, além de muitas outras coisas”, diz. Também do lado de fora, Lucimar Correa Santos. O momento era de intensificar o contato com Nossa Senhora e além de agradecimentos, fazer novos pedidos. “Vim agradecer pelo ano que a gente teve e pedir mais saúde para 2022”, conta. E esse ritual, ela faz há 30 anos, pelo menos. “Fazia com meu pai. Ele faleceu, mas eu continuo”, lembra.

Muitas pessoas vieram de outras cidades, como Maria Luiza dos Santos, de 53 anos, da cidade de Salto de Pirapora. “Vim agradecer. Tive um ano bem difícil. Foi tirado um tumor do meu intestino. Todo dia a gente agradece, mas hoje é um dia especial”, garante. “É muita emoção e só que faz o trajeto sabe descrever”, comenta.

Avaliação e reflexão

“Mesmo que a gente não tenha feito a Romaria de Aparecidinha, por três vezes, não faltou a nossa fé em Nossa Senhora, que nos ajudou a atravessar esse momento tão difícil, tão sofrido, em que tivemos que nos isolar em casa, tivemos que suspender as celebrações e as atividades religiosas”, afirma o arcebispo de Sorocaba, dom Julio Endi Akamine. “De qualquer maneira, sabemos que passamos por todo esse momento por causa da nossa fé em Jesus Cristo, nossa devoção em Nossa Senhora. É é muito bom a gente poder manifestar tudo isso publicamente, por meio dessa tradicional romaria”, acrecenta.

Ele também comentou sobre a redução no número de fieis. “A gente sabia que o número seria um pouco mais reduzido, mas não faltou devoção e amor à Nossa Senhora”, garante.“É uma retomada, lógico que uma retoma em tom menor, mas não na devoção, nem na fé. A gente compreende. Sabemos que muitos, de fato, tem evitado”, continua.

Por fim, ela também disse que para a continuidade das manifestações de fé em grupo, como o retorno de Nossa Senhora, no meio do ano, ao santuário de Aparecidinha, medidas de saúde precisam ser tomadas. “Para isso, a gente precisa que todo mundo se vacine e que use máscara. A gente continua tomando todos os cuidados necessário para o combate à pandemia. Fazendo tudo isso, e com fé em Deus e devoção em Nossa Senhora, temos certeza que poderemos fazer um grande manifestação para levar a imagem de volta ao Santuário.” “É alegria e emoção, um momento de renovar nossa fé. Retomamos de forma muito emocionada”, termina o Padre Tadeu Rocha Moraes.

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