Buscar no Cruzeiro

Buscar

Crise hídrica

Promotor Farto Neto diz ser importante racionar a água

Dia 12 de janeiro Prefeitura vai definir se a medida será implementada

28 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Promotor Fato Neto e prefeitos da região devem fazer visita técnica à represa de Itupararanga.
Promotor Fato Neto e prefeitos da região devem fazer visita técnica à represa de Itupararanga. (Crédito: CIBELLE FREITAS / CRUZEIRO FM 92,3)

O promotor de Justiça, Antonio Domingues Farto Neto, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), disse, ontem (27), pela manhã, em entrevista ao Jornal da Cruzeiro, na rádio Cruzeiro FM 92,3, que apoia a proposta da Prefeitura de Sorocaba, sobre a possibilidade de iniciar o racionamento de água na cidade no mês que vem. A medida será analisada pelo Executivo em reunião marcada para o próximo dia 12 de janeiro, por conta da crise hídrica que preocupa pelo menos 10 municípios da região de Sorocaba.

Durante a entrevista, o promotor falou sobre a situação atual dos mananciais, os cuidados que as autoridades devem ter com relação à represa de Itupararanga e da necessidade de se economizar água, a fim de evitar um racionamento. Mas não descartou, no ano que vem, o rodízio no abastecimento da cidade.

“A única forma que temos de tentar preservar um pouco mais de água no reservatório para enfrentar essa crise hídrica de 2022 é começar o racionamento já agora a partir do dia 12 de janeiro. Na minha ótica não há outra solução”, disse o promotor Farto Neto.

Segundo Farto, a expectativa é que venha uma crise em 2022 porque ainda deve chover pouco no ano que vem. “Esse olhar da parte dos prefeitos, eu acho muito importante. Em Salto já está ocorrendo o rodízio de água há bastante tempo. Em Itu também já está ocorrendo rodízio de água há bastante tempo. Então, a única forma que temos de tentar preservar um pouco mais de água no reservatório de Itupararanga e enfrentar essa crise hídrica de 2022, é começar o racionamento já agora a partir de 12 de janeiro. E é isso que está sendo planejado para que aconteça esse racionamento de água no fornecimento em Sorocaba”, disse o promotor.

Ainda conforme o representante do Gaema, o cenário é bastante preocupante, e que, por isso, convidou o prefeito de Sorocaba Rodrigo Manga e demais prefeitos da região para fazer uma visita de barco interna na represa para verificar os danos ambientais em decorrência da crise hídrica, e não só com relação a baixa quantidade de água. “Se for possível chegar nas nascentes para ver a degradação que tem ocorrido. A água das chuvas que infiltrava e que de certa forma corria para as nascentes, ainda que de forma subterrânea, essa água toda está sendo usada, está sendo consumida pela população, pelas indústrias e para a agricultura. E ela não está retornando na natureza, então, o ciclo da água não está retornando em grande parte porque nós não fazemos o tratamento completo da água que nós usamos. Muitas cidades não têm tratamento de água, por exemplo”, informou Farto Neto.

O promotor do Gaema também chama a atenção para o fato de que na região de Sorocaba não está chovendo o necessário-, e a previsão para 2022 é um ano de estiagem, ou seja, um ano bastante seco. “Nós vamos começar esse ano seco com os reservatórios no mínimo. Então, é uma situação preocupante”, destaca.

Farto Neto ainda ressaltou que o racionamento de água é uma medida importante porque Sorocaba é o maior tomador de água da represa de Itupararanga, que é responsável pelo abastecimento de 85% da cidade. “ A maior parte da água de Itupararanga é para o consumo humano, são as companhias Sabesp, Saae, Águas de Votorantim, Águas de Araçoiaba da Serra, que direta ou indiretamente captam água nos rios da nossa bacia”, afirma o promotor.

Confira a entrevista completa no site da rádio Cruzeiro FM 92,3 pelo endereço: https://bit.ly/3FzaMGa. (Da Redação)