A explosão de um veículo a base de Gás Natural Veicular (GNV) em Sorocaba, no domingo (5), levantou a discussão sobre uso deste combustível. O proprietário da empresa EA-Tech Módulos de injeção e GNV, Eric de Almeida, explicou ao Cruzeiro do Sul que a falta de conhecimento técnico pode levar a “gambiarras” perigosas. No entanto, um procedimento feito seguindo todas as normas técnicas, pode proporcionar uma economia de 50% se comparado a qualquer tipo de combustível líquido.

O veículo Pálio explodiu na tarde de domingo (5), em um posto de combustíveis localizado dentro do hipermercado Extra, no jardim Santa Rosália, em Sorocaba, ao abastecer o carro com gás natural. A análise preliminar, realizada junto aos peritos da polícia científica, verificou que o motorista tinha dois cilindros no veículo: um de GNV e outro de gás liquefeito de petróleo ou gás de cozinha (GLP), instalado de forma irregular e não apropriado para carro.

Para o Eric, dono da empresa credenciada pelo Inmetro para instalação do sistema GNV, o caso registrado domingo é um exemplo de como optar por instalações duvidosas pode causar riscos ao usuário. “Por falta de conhecimento técnico, ele não sabia que o GLP não suporta. Provavelmente, foi a primeira vez que ele abasteceu depois de fazer a ‘gambiarra’”.

O consumo do Gás Natural Veicular (GNV) aumentou 28%, nos primeiros sete meses de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme a Naturgy Energy Group S.A., concessionária que administra o serviço na cidade. Os números, por outro lado, mostram que ainda falta consumo para se chegar ao patamar de 2019. De acordo com a empresa, a média mensal de 87.588 metros cúbicos mensais de 2019 caiu para 61.387, em 2020. Neste ano, porém, mostrando sinal de recuperação, o consumo mensal foi a 78.606.

A Naturgy enfatizou algumas vantagens sobre o uso do GNV: o primeiro fator é a ecologia. “É um combustível totalmente limpo, que evita a geração de partículas para a atmosfera e também promove a diminuição das emissões de monóxido de carbono e enxofre, contribuindo positivamente para o meio ambiente”.

Atualmente, a transformação para o GNV custa cerca de R$ 4 mil, mas proporciona uma economia média entre 40% e 50% sob qualquer tipo de combustível líquido, afirmou Eric. “O sistema GNV não é uma novidade. Ele já atua no Brasil há mais de 70 anos e em Sorocaba há mais de 20 anos. Quem opta pelo GNV é quem tem um custo considerável com combustível e está procurando uma economia”, disse.

O empresário informou que são poucas as empresas sorocabanas credenciadas pelo Inmetro, que assegura a qualidade e segurança do sistema. “A gente segue normas de instalação, os regulamentos técnicos de qualidade. Nós precisamos passar por uma série de treinamentos exigidos pelo próprio Inmetro. Os critérios que eles exigem são muito rigorosos”, disse Eric.

A Naturgy também cita a questão da segurança. “A instalação dos kits deve ser realizada em oficinas homologadas pelo Inmetro, o que garante uma instalação correta e sem riscos de utilização, oferecendo segurança total ao condutor e aos passageiros”.

O veiculo com GNV passa por regulamentação é obrigado a fazer todo ano uma vistoria no Inmetro. O sistema também tem que passar por revisão quando for passar por essa vistoria. o cilindro também que passar por uma inspeção de segurança a cada 5 anos. (Kally Momesso - programa de estágio)