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Polícia Federal

Operação prende 7 pessoas acusadas de contrabando de migrantes

Operação da Polícia Federal cumpriu 13 mandados de prisão temporária e 21 busca e apreensão; ação aconteceu em Salto e mais três cidades do país

02 de Dezembro de 2021 às 12:46
Vanessa Ferranti [email protected]
Vítimas são migrantes de Bangladesh que iam para os Estados Unidos, com passagem pelo Brasil
Vítimas são migrantes de Bangladesh que iam para os Estados Unidos, com passagem pelo Brasil (Crédito: Divulgação / Polícia Federal )

Sete pessoas foram presas nesta quinta-feira (02) durante a operação Laços de Sangue deflagrada pela Polícia Federal. A ação investiga o contrabando de migrantes. Foram cumpridos 13 mandados de prisão temporária e 21 de busca e apreensão em Salto, Santos, São Paulo e Uberlândia.

A investigação, iniciada a partir de Relatório de Inteligência Financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), tem como foco os responsáveis pela solicitação de refúgio antes mesmo do ingresso dos migrantes em território nacional. Outros alvos são os responsáveis pela logística relacionada ao transporte de Bangladesh para o Brasil, alojamento temporário, regularização da situação migratória e transporte para a fronteira com outros países da rota do contrabando de migrantes.

Durante coletiva de imprensa, a PF informou que o grupo de Bangladesh traz pessoas do mesmo país para o Brasil, e em seguida, as vítimas seguem para os Estados Unidos. Entre as prisões, está a de uma advogada que cuidou do processo de 150 pessoas. Foi constado que ela orientava os migrantes sobre como proceder para conseguir refúgio e trabalho no Brasil, mediante utilização fraudulenta do instituto humanitário do refúgio. Depois de ganhar dinheiro no país, os estrangeiros seguiam para os Estados Unidos. Por lá, a advogada arrumava casamentos para esses migrantes conseguirem autorização de residência, tudo por meio de fralde.

Mais de 80 policiais participaram da ação. A operação conta com o apoio da Coordenação-Geral de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Direitos Humanos da Polícia Federal (CGMADH) e com a cooperação da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da embaixada dos EUA. A Polícia Federal continua investigando o caso. 

O nome da operação está relacionado ao vínculo entre os migrantes contrabandeados e seus parentes que permaneceram em Bangladesh e ficam responsáveis por honrar o pagamento devido ao contrabandista. Também remete à prática, por parte de alguns investigados, da simulação de casamentos e uniões estáveis com o objetivo de viabilizar a obtenção de autorização de residência de estrangeiros no Brasil.