Um dos quatro filhos da mulher suspeita de ter abandonado um bebê na linha férrea do Jardim Nova Esperança, em Sorocaba, contou à polícia que a mãe dava bebida alcoólica à todas as crianças, inclusive para o bebê de um ano. A Informação foi confirmada pelo adolescente de 15 anos. De acordo com o boletim de ocorrência, os menores também sofriam maus-tratos.

O caso aconteceu na manhã do último sábado (27). O bebê de um ano foi resgatado pela Guarda Civil Municipal em um local considerado ponto de tráfico de drogas. De acordo com a Prefeitura, a guarnição realizava um patrulhamento pela região da Zona Oeste, quando notou um homem na linha férrea. Ao avistar a GCM, a pessoa fugiu para uma área de mata e não foi localizada. Em seguida, os guardas ouviram o choro de um bebê e encontraram a criança sozinha. 

O Conselho Tutelar foi acionado, e a mãe da criança encontrada. Ela alegou que havia deixado o bebê ali, na intenção de comprar um cigarro. Um conselheiro tutelar foi até a residência da mulher e encontrou mais uma criança de onze anos, além do adolescente de 15. Segundo o boletim de ocorrência, um quarto filho, de sete anos também foi localizado na casa de um vizinho. Ele estava machucado, pois havia cortado o pé com um caco de vidro e estaria há alguns dias mancando.

Maus-tratos

No boletim de ocorrência consta também que as crianças sofriam maus-tratos, pois estavam sujas, desidratadas e com fome. Além disso, o bebê apresentou lesões e infecções na pele. Já a criança de sete anos estava com o abdômen globoso e flácido e a de 11 com lesões e bolhas nos lábios.

Segundo a Prefeitura, a mulher e os filhos foram levados à Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Oeste, onde receberam os primeiros atendimentos, ficando sob o acompanhamento de uma assistente social. Após o atendimento médico, a suspeita foi presa em flagrante. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher (DDM) e uma fiança de R$ 5 mil foi arbitrada, mas não foi paga.

No domingo (28), a mulher passou por uma audiência de custódia e foi liberada. De acordo com a Polícia Civil ela faz uso de drogas e deve receber tratamento da área da saúde do munícipio. Já os filhos, foram levados para um abrigo e serão ouvidos pelo programa de “Escuta Especializada” do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (GPACI).