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Economia

13º injetará R$ 700 milhões em Sorocaba

Dinheiro extra irá movimentar a economia local tanto para o pagamento de contas como compras de Natal

24 de Novembro de 2021 às 00:01
Vinicius Camargo [email protected]
(Crédito: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil)

O pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 700 milhões na economia de Sorocaba. O cálculo aproximado foi feito pelo Cruzeiro do Sul, com base na previsão nacional, de R$ 232,6 bilhões, divulgada pela Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A estimativa do jornal considerou, ainda, a população total da cidade, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontam 687.357 habitantes.

Segundo o Dieese, até o final do ano, cerca de 83 milhões de brasileiros serão beneficiados com o valor extra. Cada um receberá, em média, R$ 2.539. Pela legislação, as empresas têm de pagar a primeira parcela do 13º aos trabalhadores até o dia 30 de novembro. Já o prazo limite para o depósito da segunda parcela é o dia 20 de dezembro.

O dinheiro extra vai fazer a diferença no bolso de muitas pessoas. O valor deve ser utilizado, principalmente, para o pagamento de contas e despesas de início de ano. A controladora de benefícios Cristiane Martins Rainha, de 47 anos, já recebeu e utilizou a primeira parcela do benefício. “A primeira parcela foi destinada para algumas despesas da casa. Com o aumento de todas as coisas, como combustível e alimentos, foi para (pagar) isso, e comprar um tênis novo para a minha filha”, conta.

Já a segunda parcela ela vai reservar para custear os gastos comuns de janeiro, como faz todos os anos. “Normalmente, eu deixo uma parte do 13º para suprir a demanda do começo do ano, que é alta, porque tenho dois filhos em período escolar. Então, tem a escola, material escolar, tudo isso”, diz ela, que é mãe de um adolescente de 15 anos e de uma menina de 9.

Cristiane gostaria de usar o benefício para outras finalidades, mas, devido à crise econômica que afeta o País, não é possível. “Gostaria de usar esse dinheiro para outras coisas, para viajar, por exemplo, mas não dá, infelizmente. Não dá nem para pensar em comprar um presente para alguém. Nada disso”, pontua.

Uma das destinações de parte do 13º da assistente financeira Ana Carolini de Assis, de 28 anos, será, justamente, para pagar uma viagem. Com o restante, ela quitará o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) de 2022 do seu veículo. Segundo ela, o valor a mais na renda contribui para manter as finanças em ordem. “No fim do ano, já gastamos bastante e começamos o (próximo) ano apertados. Então, já contamos com esse dinheiro”, fala.

Avaliar necessidades

O economista e professor universitário Geraldo Almeida diz não haver uma regra sobre como o 13º salário deve ser gasto. De acordo com o especialista, cada pessoa deve avaliar as suas necessidades momentâneas e utilizar a verba para saná-las. “Se a pessoa está com a vida tranquila e não tem contas atrasadas, pode gastar. Mas, se tem algum problema, deve parar e pensar para colocar a vida financeira um pouco mais em ordem para 2022”, orienta.

Segundo Almeida, para um planejamento adequado, é importante estabelecer prioridades. O economista frisa que é preciso dar o destino adequado ao dinheiro para evitar, inclusive, iniciar o novo ano com dificuldades financeiras. “O segredo é a pessoa pensar com calma e colocar no papel quanto vai ter de entrada e de saída (de dinheiro) e (avaliar) como essa conta cabe no bolso dela”, recomenda.

Para Almeida, o foco deve sempre ser a regularização da situação financeira, com o pagamento de despesas ou dívidas atrasadas. Ele destaca que, por isso, o dinheiro não pode ser gasto com impulsividade, para fins supérfluos. Caso isso ocorra, além de não sanar problemas anteriores, a pessoa pode ficar ainda mais endividada. “Se eu tenho um problema, eu tenho que sair dele, e não aumentá-lo”, reforça. “É hora de ter um pouco de prioridade e fazer com que o 13º caiba para ter um Natal e um fim de ano mais tranquilo e um início de ano mais sossegado”, completa. (Vinicius Camargo)