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Sorocaba

Proximidade do verão faz aumentar o surgimento das pragas urbanas

23 de Novembro de 2021 às 00:01
Jéssica Nascimento [email protected]
Recomenda-se cuidados especiais e, em alguns casos, chamar a Zoonoses ou um serviço particular de dedetização.
Recomenda-se cuidados especiais e, em alguns casos, chamar a Zoonoses ou um serviço particular de dedetização. (Crédito: SENADO FEDERAL)

As altas temperaturas são propícias para o aumento da reprodução de moscas, pernilongos, formigas, baratas, cupins, carrapatos, ratos e escorpiões, conhecidos como pragas urbanas. O aparecimento desses bichos já começa a aumentar na primavera, apesar do auge ocorrer no verão. Só no ano passado, a Vigilância de Zoonoses de Sorocaba registrou 4.435 chamados por conta desses animais. No verão de 2020, entre janeiro e março, período mais quente do ano, foram 1.658 casos.

De acordo com a veterinária Thais Buti, coordenadora de Vigilância de Zoonoses, os insetos e os aracnídeos são animais que dependem da temperatura ambiental para realizar suas atividades metabólicas. É por isso que em temperaturas mais altas eles ficam mais ativos, se alimentam mais, se reproduzem mais e, consequentemente, há o aumento natural do número de indivíduos. “Por este motivo que na primavera e principalmente no verão temos o aumento da infestação destes animais”.

O problema é que muitos desses bichos trazem doenças aos seres humanos. Inclusive, destaca Thais, alguns são mais perigosos do que outros, como é o caso de roedores, carrapatos-estrela, Aedes aegypti e escorpiões. Quando encontrar um escorpião ou um desses bichos em casa, o munícipe poderá solicitar uma vistoria da Zoonoses por meio da Central de Atendimento pelo telefone 156 ou pelo WhatsApp (15) 99129-2426, da ouvidoria. Em caso de acidentes, o paciente deve procurar imediatamente uma unidade de saúde.

E para evitar o surgimentos desses bichos, a veterinária ressalta ser importante realizar o manejo ambiental, colocando em prática os “quatro A’s” - água, abrigo, alimento e acesso. Uma das tarefas é reduzir a oferta de água e alimento para estes animais. Outra coisa a se fazer é impedir o acesso ao imóvel com a utilização de telas de proteção para vedar frestas em portas e janelas, além de tampar os ralos. Também é preciso eliminar os abrigos, evitando deixar recipientes com água parada ou deixar entulhos, madeiras e materiais inservíveis no quintal. “Existem ainda as medidas de proteção individual, como uso de repelente, calça comprida e manga comprida”, completa.

Dedetização

A busca por serviços de dedetização para controle de pragas urbanas chega a aumentar até 40% no verão. É o que conta a química Priscila Valerinni Marin, responsável técnica de uma dedetizadora que fica no Jardim Santa Rosália. Nessa época do ano, a maior parte das buscas é para conter infestações em residências. “Esses animais são sinantrópicos. Eles aprenderam a se adaptar junto ao ser humano, mas infelizmente são vetores de doenças. Então, é preciso fazer o controle”.

Além de fazer o manejo ambiental, Priscila recomenda realizar a dedetização da propriedade a cada seis meses, utilizando produtos específicos para cada praga-alvo. “É um processo muito seguro, só é necessário ficar algumas horas fora da residência após a aplicação. Os produtos não trazem perigo para os seres humanos e para os animais domésticos”. Ao realizar o processo, o ambiente fica protegido por alguns meses após a aplicação dos produtos por conta do efeito residual. “A dedetização não impede a praga de entrar, mas garante a mortalidade ao entrar em contato com o produto”.

Foi após fazer uma dedetização que o analista de sistemas Mário Cesar encontrou uma infestação de escorpiões em sua casa. “Um vizinho meu estava encontrando escorpiões e fez a dedetização. Eu decidi fazer também”. Depois do processo, Marcos encontrou vários escorpiões em casa, quando descobriu que os bichos estavam no porão, que é compartilhado com outras residências. “Estava cheio de entulho, precisei limpar e tirar tudo. Fiz mais uma dedetização e depois não apareceram mais escorpiões”, conta.

A oficial militar Eliane Peres Bittencourt Siviero, de 39 anos, de Votorantim, precisou buscar os serviço de dedetização para conter infestações de escorpiões amarelos e aranhas em sua residência. Eliane mora em um bairro novo, onde há áreas de mata e terrenos baldios, o que facilita a proliferação dos bichos. “Antes de fazer a dedetização, tinha tentado evitar de outras formas caseiras, mas nada adiantou. Agora faço a cada três meses. Sempre que faço encontro vários escorpiões mortos, depois de dois ou três dias da aplicação. É uma questão de tranquilidade. Por ter criança e cachorro de pequeno porte em casa, acho mais seguro e eficaz”, finaliza. (Jéssica Nascimento)