O artista ituano Adelson de Andrade, conhecido como "Grafi.Itu", foi obrigado pela prefeitura da cidade a apagar os grafites que ele havia feito em tapumes que compõem a estrutura de proteção de uma obra de restauro de um patrimônio histórico do município: praça Dom Pedro I, conhecida como praça do Cruzeiro, no centro da cidade.

Com o objetivo de prestar uma homenagem à comunidade negra, o artista grafitou três personagens históricos e que são considerados ícones da luta negra: Dandara, Zumbi e Tebas. Neste sábado, dia 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra.

A situação agravou-se depois que o prefeito da cidade, Guilherme, manifestou-se, segundo o artista, de maneira grosseira e desrespeitosa a ele e à comunidade negra.

Em um vídeo, Adelson relata o que ocorreu e diz, ao mesmo tempo, que estaria indo a um bar no município, onde o prefeito estaria para cobrar-lhe esclarecimentos sobre a situação constrangedora. Tanto esse vídeo quanto o que ele gravou no bar com as declarações do prefeito ganharam as mídias sociais e repercutem desde a tarde de quarta-feira, quando tudo aconteceu.

De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, o homem teria infringido a lei municipal 2.043/2019, que diz, em seu artigo terceiro, serem proibidas intervenções em tapumes de obras no centro da cidade. Este foi o único motivo pelo qual, segundo a prefeitura, o grafite precisou ser removido.

Ainda, conforme a nota da comunicação, o autor da intervenção não foi multado, porém recebeu uma notificação com um auto de infração. Agora, Adelson de Andrade tem até 30 dias para defender-se. "Caso a argumentação do munícipe seja indeferida, será expedida a multa que supera o valor de R$ 9 mil (4 mil UFMI – Unidade Fiscal do Município de Itu)", afirma a nota.

Por fim, a nota complementa que artistas interessados em realizar intervenções podem protocolar formalmente seus pedidos junto à Secretaria Municipal da Cultura e Patrimônio Histórico, fazendo a descrição e justificativa da obra pleiteada. Os pedidos são analisados e, se não houver impedimentos de qualquer ordem, é dada a autorização.

Adelson de Andrade sentiu-se ofendido pelo prefeito que ofendeu a ele e à obra dele e, depois de divulgar os vídeos nas mídias sociais, o artista recebeu a solidariedade das pessoas que entenderam que a atitude do prefeito foi desnecessária e que ele poderia ter apenas chamado o artista para conversar. (Da Redação)