Já não é novidade que a pandemia do coronavírus não trouxe apenas o isolamento social e as medidas de segurança, mas serviu também como a gota d'água para muitas mulheres que precisavam ressignificar a vida profissional.

Pesquisas apontam que mais de 6 milhões de mulheres foram demitidas e viram suas rendas caírem drasticamente. Já a violência doméstica aumentou e ficou em evidência, neste mesmo período. De acordo com o levantamento da Rede Mulher Empreendedora, 34% das mulheres já sofreram algum tipo de agressão em relações conjugais e, ao empreender, 48% delas conseguiram sair desses relacionamentos abusivos e até violentos.

Vivendo sob pressão e sem perspectiva de voltar ao trabalho anterior, várias dessas mulheres encontram no empreendedorismo a força que faltava para recomeçar.

“Nós sabemos o quanto é importante ter um local onde a mulher se sinta segura e possa tirar dúvidas de como empreender, fazer networking e se sentir apoiada por pessoas que entendem sua realidade”, afirma Daniela Gyarfi, uma das organizadoras do LINDAS.

Aqui em Sorocaba a rede de apoio às mulheres empreendedoras, o LINDAS (Líderes Independentes Associadas), foi criado há 7 anos, com o intuito de incentivar o empreendedorismo feminino. Cerca de 40 mulheres se reúnem mensalmente e podem falar dos seus produtos e serviços, fazer parcerias, indicar profissionais e falar das dores e belezas do mundo dos negócios. Desde a sua fundação o grupo já movimentou mais de R$ 5 milhões. O balanço é feito mensalmente.

“Antigamente a mulher que tinha um trabalho próprio ou artesanal era vista como alguém que tinha um passatempo, não um negócio. Aqui nós temos toda estrutura para fortalecer essa imagem e mostrar que sim, somos mulheres de negócios, que podemos crescer juntas se tornando uma rede, e não concorrentes”, finaliza Gyarfi.