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Sorocaba

Clientes do Iguatemi confiam na segurança

Assalto no sábado não mudou o hábito dos frequentadores do centro de compras, mas eles fazem sugestões

17 de Novembro de 2021 às 09:18
Vinicius Camargo [email protected]
Roubo a joalheria do shopping Iguatemi Esplanada, em Sorocaba, aconteceu no último sábado (13)
Roubo a joalheria do shopping Iguatemi Esplanada, em Sorocaba, aconteceu no último sábado (13) (Crédito: Divulgação)

Apesar do susto por conta do assalto a uma relojoaria, consumidores se sentem seguros para voltar a frequentar o shopping Iguatemi Esplanada. Clientes ouvidos pelo Cruzeiro do Sul informaram não terem medo de ir ao local por se tratar de uma ocorrência isolada. Além disso, consideram adequado o esquema de segurança do local. Uma loja do estabelecimento, situado no Parque Campolim, na divisa entre Sorocaba e Votorantim, foi roubada por uma quadrilha na noite do último sábado (13). O bando levou quase R$ 800 mil reais em itens.

O shopping voltou a funcionar normalmente no domingo (14). O Cruzeiro do Sul procurou o Iguatemi Esplanada para verificar se houve mudanças nas ações de segurança depois do crime, como reforço na equipe e adoção de novas medidas. O shopping, porém, informou que não vai se manifestar. A reportagem também tentou entrar em contato, por telefone, com a loja assaltada, sem sucesso.

O professor Thiago Hopper, de 37 anos, fazia compras, no momento do assalto. Ele relata não ter ouvido o barulho dos tiros. Por isso, de imediato, não entendeu o que estava acontecendo Nos deparamos com o pessoal correndo. ‘Nos deparamos com o pessoal correndo. Corremos para o carro e conseguimos sair de imediato. Fiquei sabendo quando estava no carro, pois a minha cunhada ainda estava no interior do shopping e me ligou para saber onde estávamos’, conta. ‘Quando ouvimos o alarme, achamos que era algum princípio de incêndio, somente quando ela me ligou, que ficamos sabendo o real motivo da correria’, completa.

Segundo ele, foram momentos de tensão. ‘(Houve) correria, muitas pessoas assustadas e correndo sem saber o motivo, pois muitos se desesperaram pelo desespero daqueles que sabiam o que houve’. Mesmo assim, Hopper afirma não ter qualquer problema em voltar ao shopping, por ter sido um caso isolado. Ele considera o sistema de segurança efetivo, mas sugere uma única mudança: a instalação de detectores de metal.

O engenheiro elétrico Rinaldo Oliveira Gonçalves, 49 anos, morador da capital paulista, está em Sorocaba a passeio. Aproveitou a visita à cidade para ir ao shopping com a esposa, a bancária Alice Lima, de 51 anos, na manhã de ontem (16). No dia do crime, o casal estava em São Paulo e ficou sabendo do ocorrido pelo noticiário.

Pelo mesmo motivo que Thiago, Gonçalves informou não ter medo de ir ao local quatro dias após o assalto. Para ele, o episódio não ocorreu devido a falhas na segurança do shopping, pois considera o esquema adequado. Gonçalves acredita que a violência é causada por problemas sociais e estruturais mais profundos de segurança pública. Ele defende que a mudança desse cenário, para evitar novos episódios como este, depende da reforma dos sistemas punitivo e Judiciário. ‘O problema não é shopping, é a segurança pública. O shopping é refém da situação. Tem que ter ações (de segurança) com mais efetividade’, diz.

O agente de portaria Jonathan Lemes Martins, 31 anos, também foi ao local para fazer compras. O fato de ter sido um caso raro igualmente o faz se sentir seguro. Martins também acha as medidas de proteção do Iguatemi Esplanada apropriadas. Contudo, identificou alguns pontos de melhorias. ‘Acho que poderia melhorar, principalmente, a quantidade de seguranças e vigilantes e o sistema de câmeras, porque tem muitos pontos cegos (locais sem os equipamentos), cita.

Conforme ele, deveria haver mais câmeras nas áreas comuns, como a praça de alimentação, por exemplo. “Como eu trabalho na área, quando eu chego no lugar, a primeira coisa que eu percebo são esses pontos fracos’, fala. Martins foi com a esposa ao Iguatemi na manhã do dia do crime, para contratar um plano de internet. Pretendia voltar à noite, no intuito de ir ao cinema e jantar. “No fim, deixamos para outro dia, graças a Deus. Só de estar no meio da confusão, por mais que não aconteça nada com a gente, podemos entrar em pânico’, destaca.

Investigações continuam

As investigações do crime começaram no sábado (13). A apuração é conduzida pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba. Os delegados Wilson Negrão, Rodrigo Ayres e Felipe Orosco estão à frente do caso. “As equipes, desde que os casos ocorreram, estão nas ruas - e não pararam nenhum instante - com o objetivo de esclarecê-los o mais breve possível”, informou a Deic, em nota. Até o momento, no entanto, ninguém foi preso, mas as polícias Civil e Militar continuam as buscas.

Os trabalhos começaram logo após o roubo. Ainda na noite de sábado (13), os investigadores foram ao shopping, onde permaneceram até a madrugada de domingo (14), para coletar provas e preservar o local.

Carros encontrados

Uma das frentes da investigação é a perícia nos carros usados pelo grupo no assalto. Os dois automóveis, um Volkswagen VW Virtus prata e um Honda Civic branco, foram encontrados no domingo (14), em um posto de combustíveis na rodovia Senador José Ermírio de Moraes (SP-75), conhecida como Castelinho, em Itu.

Uma equipe da Polícia Rodoviária de Sorocaba os localizou durante patrulhamento. Ambos eram roubados. Conforme a polícia, os veículos estavam com as placas adulteradas. De acordo com a Polícia Militar de Votorantim, eles podem ter sido clonados, mas ainda não é possível afirmar. A PM ainda disse que um deles está registrado em endereço de Sorocaba.

Os automóveis passaram por perícia ainda no local. O trabalho foi acompanhado pelos delegados Negrão, Ayres e Orosco. Segundo a Deic, as equipes de investigação também procuraram coletar informações naquela região.