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Sorocaba tem menor índice de mortalidade infantil em 20 anos

Taxa de 8,53 óbitos por mil crianças nascidas em Sorocaba no ano passado é melhor do que a média estadual (9,75) e do que o índice da RMS (9,42)

14 de Novembro de 2021 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
É a primeira vez em duas décadas que o índice sorocabano apresenta menos de dois dígitos, ou seja, fica dentro do padrão aceito pela OMS.
É a primeira vez em duas décadas que o índice sorocabano apresenta menos de dois dígitos, ou seja, fica dentro do padrão aceito pela OMS. (Crédito: DIVULGAÇÃO / SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE)

A taxa de mortalidade infantil registrada em Sorocaba em 2020, de 8,53 mortes para cada mil crianças nascidas vivas, é a menor em 20 anos. Os dados apontam índice inferior à média da região e do Estado. Além disso, a redução gradativa mostra que os índices baixaram quase 50% em 17 anos. Também é a primeira vez que a cidade registra o índice com menos de dois dígitos. As informações são do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), ligado ao Governo do Estado de São Paulo, e foram divulgadas na quinta-feira (11).

De acordo com as informações, a cidade teve 8.913 nascimentos em 2020. No mesmo período, foram 76 óbitos infantis, chegando ao índice de 8,53 para cada mil nascimentos, o menor desde 2000, quando as informações passaram a ser divulgadas pelo Seade. Nesse índice, consta 46 óbitos de nascimentos precoces -- coma até sete dias de vida -- e 15 de nascimentos tardios -- óbitos entre uma semana e 27 dias de vida --, além de 18 mortes pós-neonatal -- entre 28 e 364 dias de vida.

O índice da cidade também é melhor que o da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), que tem 9,42 mortes para cada mil crianças nascidas. O número do município também é menor que a média estadual, que fechou em 9,75.

Evolução

Sorocaba tem apresentado redução gradativa e constante da taxa de mortalidade infantil. Em 2000, quando os números passaram a ser divulgados, a cidade apresentava taxa de 16,54 para cada mil nascimentos. O número oscilou em 2001, indo a 16,85. Caiu, de novo, em 2002, chegando a 13,81. Em 2003, novo aumento. Dessa vez, indo a 16,87. Entre 2004 e 2014, o número oscilou entre 11,59 e 14,51. Já em 2015, fechou em 10,51, naquele momento, o melhor resultado em 15 anos. Em 2016, subiu para 10,67, caindo para 10,05, em 2017, e oscilando para 10,3, em 2018. Em 2019, foi a 10,76.

Manter bons números

“Comprova que atingimos o indicador considerado aceitável pela OMS (abaixo de 10/1.000 nascidos vivos) e que as ações estão sendo efetivas”, informa em nota a Secretaria de Saúde de Sorocaba. “A SES vem, há muitos anos, implantando e intensificando ações e programas voltados à assistência à gestante, ao parto e à criança, vigilância de crianças e gestantes faltosas das consultas e capacitação permanente dos profissionais de saúde, dentre outras ações”, continua.

Ainda conforme a SES, o programa Recém-Nascido de Risco garante o agendamento de consulta em até sete dias, nas Unidades de Saúde UBS/USF e/ou Policlínica e/ou SAME, para os recém-nascidos das maternidades SUS, bem como para as puérperas.

O Programa Bebê Saudável acompanha e monitora os bebês menores de um ano internados nas enfermarias nos hospitais SUS, garantindo que, na alta hospitalar, a criança já saia com o agendamento de sua consulta nas UBS/USF para o seguimento precoce.

Outra ação importante é o trabalho proativo das equipes de saúde na busca de crianças e gestantes que faltam às consultas programáticas e das que se encontram em situação de vulnerabilidade. “Nos últimos anos, a Secretaria da Saúde vem intensificando ações de educação continuada e treinamentos de suas equipes multiprofissionais, visando ao adequado acompanhamento de gestantes e crianças para o diagnóstico precoce dos agravos à saúde das mães e de seus filhos, além da revisão periódica dos protocolos assistenciais”, acrescenta.

Região Metropolitana

Na região Metropolitana, Sorocaba está entre as cidades de Mairinque, que tem 6,09 mortes para cada mil nascimentos, e Porto Feliz, que tem 8,78 mortes para o mesmo grupo de nascidos. Nas demais cidades, com exceção de Tapiraí, a situação é a seguinte: Alambari: 0 mortes para cada mil nascimentos; Jumirim: 0; Pilar do Sul; 0; Salto de Pirapora: 2; Araçoaiba da Serra: 2,73; Boituva: 5,2; São Roque: 5,26; Piedade: 6,06; Salto: 9,06; Itu: 9,53; São Miguel Arcanjo: 10,67; Itapetininga: 11,57; Iperó: 11,73; Tatuí: 11,74; Votorantim: 11,91; Cesário Lange: 12,55; Ibiúna: 12,78; Capela do Alto: 13,11; Tiête: 14,32; Araçariguama: 14,58; Alumínio: 15; Cerquilho: 17,17; e Sarapuí: 17,24.

Os dados mais preocupantes da RMS são da cidade de Tapiraí. No município, a taxa de mortes por mil crianças nascidas é de 40,4. Foram quatro mortes de bebês nessa faixa etária, em 2020, para 99 nascimentos. É o dobro da taxa registrada em 2019. Trata-se, ainda, do quinto ano seguido em que a cidade apresenta índice acima de 20 mortes por mil nascimentos.

Dez maiores cidades

Entre as 10 maiores cidades de São Paulo, incluindo a capital, Sorocaba tem o terceiro melhor resultado. A cidade só foi pior do que Campinas -- 7,7 --, e Ribeirão Preto -- 6,63. As demais, por ordem populacional apresentaram as seguintes taxas: São Paulo - 10,36; Guarulhos - 10,19; São Bernando do Campo - 8,87; Santo André - 8,82; Osasco - 10,33; São José dos Campos - 9,35; e Mauá - 10,13.

O Seade informa que produz estatísticas de mortalidade a partir dos registros de óbitos enviados mensalmente pelos cartórios de registro civil de todos os municípios paulistas. Ainda conforme a instituição, as taxas de mortalidade infantil podem apresentar oscilações no decorrer do período, por se tratar de um evento “que tem apresentado níveis cada vez menores principalmente nos municípios menores”. (Marcel Scinocca)