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Sorocaba

Câmara discute passaporte sanitário em audiência nesta quarta

Documento comprova a vacinação contra a Covid-19 e permite o acesso a determinados eventos ou locais

10 de Novembro de 2021 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
Foco é a exigência ou não do documento que comprova a vacinação contra Covid-19.
Foco é a exigência ou não do documento que comprova a vacinação contra Covid-19. (Crédito: REPRODUÇÃO TWITTER)

A Câmara de Sorocaba realiza nesta quarta-feira (10) audiência pública para discutir a exigência de passaporte sanitário na cidade. Ele comprova a vacinação contra Covid-19 e é o documento que permite que pessoas possam acessar determinados eventos ou locais no município. O ato ocorre a partir das 14h.

Vinícius Aith (PRTB) é autor do projeto de lei número 325 de 2021, que prevê a proibição da exigência do passaporte na cidade. A matéria está em tramitação na Câmara e deverá ser discutida nos próximos dias. O parlamentar afirma que recebeu pedidos de um grupo de pessoas que apoiam sua proposta e consideram o passaporte um cerceamento à liberdade de ir e vir do cidadão, garantida pela Constituição Federal.

“O projeto do vereador defende como legítimo que cidadãos possam escolher entre tomar a vacina ou esperar maiores comprovações científicas de seus efeitos e consequências, considerando absurdo e autoritário proibir ou criar entraves discriminatórios para evitar que algumas pessoas frequentem espaços coletivos, exercendo sua cidadania, participando da vida em comunidade”, diz material do parlamentar distribuído para a imprensa.

A audiência será aberta ao público e contará com a participação de médicos e sanitaristas, além de outras autoridades, além do vereador Dylan Dantas (PSC), que também é favorável ao projeto do vereador Aith. Dantas informou que é defensor das liberdades individuais e liberdade de consciência, que apoia o PL. Ele lembra que recentemente teve aprovado na Câmara, uma moção de repúdio aos “passaportes sanitários” pelo Brasil, que foi encaminhado para a Prefeitura, Governo do Estado, Alesp, Câmara, Senado, STF e TSE.

Apoio

Mas os parlamentares não estão sozinhos na questão. Um grupo de mães e avós sorocabanas está fazendo uma mobilização no sentido de ao menos abrir o debate sobre o tema. “Essa vacina é experimental. Algumas pessoas estão tendo problemas. Nós estamos preocupadas com isso. Somos contrários ao passaporte”, diz a supervisora administrativa aposentada Tânia Regina Chiavegato.

Ela lembra que se o passaporte for inserido no dia a dia da cidade, as crianças terão que se vacinar também para ir à escola, por exemplo. “Meu filho já tomou a vacina, mas eu gostaria que minha neta -- de 9 anos -- não tomasse, por enquanto. Não somos contra a vacina. Ninguém do grupo é contra. Somos contra a obrigatoriedade, principalmente para as crianças”, argumenta.

Patricia Martins de Sousa, que tem um filho de 7 anos e criou um grupo de discussão em um aplicativo de troca de mensagem, afirma que o objetivo é mobilizar as pessoas. “Muitas pessoas estão preocupadas com a obrigatoriedade da vacina. Não pode ser algo que tem que ser imposto para a gente”, diz. “Analisando tudo, a gente fica com receio. Como você vai obrigar as pessoas a tomar algo que é experimental. Não pode obrigar as pessoas com algo que é muito recente”, enfatiza ela que ainda não se vacinou.

Outra mãe ouvida pela reportagem reclama da falta de abertura de diálogo para a questão. Ela ainda reclama que os médicos que são contra a vacinação de crianças não estão sendo ouvidos. “Nossa preocupação como é mãe grande. A filha tem cardiopatia congênita. Ela vai ser obrigada a tomar? São situação de muitas pessoas que estão no mesmo problema”, termina. A expectativa é de que 100 pessoas participem do evento. (Marcel Scinocca)