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Eleição na OAB

Em busca de mais representatividade

Se eleita presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini se tornará a primeira mulher à frente da Ordem

06 de Novembro de 2021 às 00:01
Kally Momesso [email protected]
Patrícia Vanzolini e Leonardo Sica, candidatos a presidente e vice na chapa 4 Muda OAB-SP: dupla já disputou eleição em 2018, mas com a chapa
Patrícia Vanzolini e Leonardo Sica, candidatos a presidente e vice na chapa 4 Muda OAB-SP: dupla já disputou eleição em 2018, mas com a chapa "invertida". (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Apoio aos advogados, transparência e representatividade dentro da OAB são alguns dos pilares da campanha da advogada criminalista Drª Patrícia Vanzolini. A candidata à presidência estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) visitou a sede do Cruzeiro do Sul e expôs suas prioridades.

Vanzolini iniciou a conversa ressaltando a importância do apoio da Ordem ao profissional advogado. “A gente entende que a OAB tem que estar ao lado do advogado, prestando apoio e proteção das prerrogativas, prestando apoio material para a jovem advocacia e fornecendo cursos para os jovens advogados”, apontou.

Ela lembrou o cenário atual da advocacia brasileira e questionou a atual direção da OAB em relação às necessidades dos advogados. “A advocacia passou por muitas dificuldades, do mesmo jeito que toda a sociedade brasileira, tanto a dificuldade gerada pela pandemia, quanto a dificuldade gerada pela crise econômica que se abateu. Muitos advogados tiveram de fechar os escritórios por falta de condições. Entendemos que a atual gestão, a secção de São Paulo, não fez nada para amparar os advogados nesse momento de dificuldade”.

A advogada avalia que a classe foi abandonada pela instituição. “É justamente na dificuldade que a instituição deveria atuar com mais firmeza no amparo da classe”, acrescentou.

Para ela, outra prioridade é a transparência e a modernização. “A gente entende que a OAB não é transparente com os recursos que ela arrecada. Ela precisa ser modernizada, desburocratizada e informatizada para atender melhor aos advogados”.

A advogada criminalista também ressaltou a inclusão e a representatividade como pilar de sua campanha. Segundo ela, sua chapa -- 14 Muda OAB SP -- é a única que conta com duas mulheres no comando da instituição, sendo uma como presidente da seccional e outra como presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (Caasp).

Se eleita, Vanzolini se tornará a primeira mulher à frente da Ordem. “Eu serei a primeira mulher em 90 anos de instituição a presidir a OAB. A Caixa de Assistência dos Advogados, em 85 anos, também nunca teve uma presidente mulher, e as mulheres hoje já são mais do que 50% da advocacia e nunca foram devidamente representadas. Então nós entendemos que, neste momento, é muito importante ter uma mulher à frente da instituição”.

Conforme a candidata, é necessária maior representatividade do interior na Ordem dos Advogados do Brasil. Dessa forma, Drª Patrícia conta que dois terços dos integrantes da sua chapa são das subseções do interior. Representatividade racial e das pessoas com deficiência também são essenciais, na visão dela. “A chapa precisa ser plural e representar toda a advocacia”, reitera.

Nas eleições de 2018, mas invertida, a chapa já concorreu ao cargo. O atual candidato à vice-presidência, Dr. Leonardo Sica, encabeçou a candidatura à presidência, enquanto Vanzolini era a vice. De lá para cá, ambos trabalham para conhecer as necessidades da OAB. “Estamos há 3 anos e meio trabalhando para conhecer a advocacia de São Paulo e conhecer o que a OAB precisa fazer para melhorar o exercício da profissão”, disse Sica.

Sobre a inversão de papéis na chapa, o vice disse que a decisão conjunta foi em prol da representatividade e das experiências da aliada. “Nós tomamos essa decisão em conjunto pela representatividade e pelo destaque que a Patrícia teve nesses últimos anos. Ela trabalha há 20 anos com o exame da OAB. Nesse momento em que existe um enorme afastamento da advocacia com a OAB, ela teria um papel muito importante de trabalhar essa aproximação”.

O grupo ainda criou, há três anos, o Instituto M133, que visa apoiar o Art. 133 da Constituição Federal, que vê o advogado como indispensável à administração da Justiça. Assim, o Movimento 133 tem como finalidade principal a valorização da advocacia, do livre exercício da profissão e do papel social como meio de acesso à justiça. “Estamos trabalhando com propostas, projetos e programas que sejam de utilidade para a advocacia. Não foi uma chapa montada só para concorrer às eleições. É um trabalho que já vem há três anos e a gente vem compondo as propostas”, conclui Vanzolini.

Ela trabalha como advogada e com os exames da OAB há mais de 20 anos e é graduada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Concluiu o mestrado em Direito pela mesma universidade, em 2006, e doutorado em 2014. Já Sica é Doutor e Mestre em Direito Penal pela USP e foi presidente da Associação de Advogados de São Paulo (AASP) em 2015/16. As eleições da OAB-SP estão marcadas para o dia 25 de novembro, das 9h às 17h. (Kally Momesso - programa de estágio)