Buscar no Cruzeiro

Buscar

Sorocaba

Clientes trocam socos e chutes durante briga em padaria no Campolim

Sete pessoas, sendo cinco homens e duas mulheres, se envolveram na confusão

29 de Outubro de 2021 às 14:15
Vinicius Camargo [email protected]
Durante a briga, um homem chega a arremessar um banco em direção a outro
Durante a briga, um homem chega a arremessar um banco em direção a outro (Crédito: Divulgação)

Um vídeo de uma briga entre clientes da padaria Real do Parque Campolim, em Sorocaba, tem chamado a atenção nas redes sociais. A confusão ocorreu na madrugada do último do domingo (24). Porém, as imagens, feitas por consumidores do estabelecimento, repercutiram nesta sexta-feira (29). Nos registros, nota-se o envolvimento de sete pessoas, sendo cinco homens e duas mulheres, no episódio de violência. Um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado na Polícia Civil.

Em entrevista à rádio Cruzeiro FM, uma das mulheres envolvidas, que preferiu não ser identificada, relatou o ocorrido. A versão passada por ela à rádio é a mesma descrita no BO. A vítima contou ter ido à padaria após sair de um aniversário, com o marido e mais um casal, para comer. Segundo ela, o tumulto começou no momento de pagar a conta. "O que aconteceu, na hora de pagar a conta, é que tinham lançado as coisas das quatro pessoas em uma comanda só. Daí, eu falei: 'ah, não tem problema'. Então, vamos passar todas as outras comandas, que devem estar vazias, e, aqui, a gente vai separar o que é de quem, do outro casal e o meu. E, no caso, a moça do caixa ficou nervosa com essa situação, não entendi por que, e acionou um botão e chamou o segurança", descreve.

Ao perceber a situação, a mulher falou que a sua amiga interveio e disse para a atendente não ser necessário acionar o segurança, pois o grupo não estava se negando a pagar. Na tentativa de acalmar os ânimos, a vítima pediu para a amiga deixá-la resolver sozinha. "Falei para a senhora (funcionária) simplesmente o que eu tinha pego, que eu iria passar o meu e o restante o outro casal ia passar", discorre.

Conforme ela, nesse momento, a briga começou. "Um pessoal que estava na fila começou a tirar sarro, e veio um rapaz no caixa do meu lado e falou para mim: 'nossa, como são duras' e começou a rir", relata. "Eu simplesmente falei: 'você não nos conhece, não sabe o que está acontecendo’' completa. Posteriormente, mais dos homens se aproximaram e iniciaram as agressões contra ela, o marido e o casal de amigos. "Vieram para cima da gente com socos e pontapés. Eu fiquei muito assustada com aquilo e comecei a gritar para parar, pelo amor de Deus".

Quando tentaram apartar o tumulto, ela informou ter sido atingida por um soco no olho. "Eu meio que perdi os sentidos e fui um pouco para trás, me afastei e falei que tinha sido atingida". Depois, acionou os seguranças, os notificou sobre a situação e lhes pediu para não deixarem o agressor sair do local, porque havia contatado a Polícia Miliar. "Eu tinha praticamente certeza de quem foi, porque eu olhei bem na direção da pessoa, mas o segurança deixou ele simplesmente ir embora, todos eles", acrescenta.

Após isso, todos saíram do estabelecimento. Contudo, a confusão continuou do lado de fora. "Eu pedi (aos seguranças) para sair, porque ia conversar com a viatura, que já estava vindo. No que eu e o meu marido pisamos para fora da padaria, dois homens, um já tinha sumido, os mesmos que estavam lá dentro, pararam o carro e vieram para cima da gente, nos agredir de novo", discorre. Ela afirma ter apanhado novamente. "Um deles me deu um soco no peito e me jogou no chão". Um vídeo mostra o momento em que a vítima cai no chão. Nele, os envolvidos trocam empurrões, socos e tapas, enquanto clientes tentam apartá-los. Um homem chega a arremessar um banco em direção a outro.

Mais uma vez, segundo ela, a atuação dos seguranças foi falha. "Os seguranças deixaram eles irem embora novamente, e eu não tive respaldo algum deles". Por conta disso, além dos agressores, a mulher espera que a padaria também seja responsabilizada. "Achei uma falta de respeito eles (seguranças) simplesmente deixarem (os homens) saírem. (Quando) eu falei para o segurança que a padaria também seria responsabilizada, ele deu risada. Foi esse o tratamento que eu tive", alega.

Ela afirma ainda não ter descoberto as identidades dos agressores, pois, após o fato, eles fugiram em um automóvel Kia Cerato Preto. Diz, ainda, que solicitou à padaria as imagens das câmeras de segurança para auxiliá-la nessa identificação. O estabelecimento, no entanto, teria se negado a fornecê-las. Em nota, a padaria Real pontuou repudiar "qualquer ato de violência, seja física ou verbal." Informou, ainda, estar à disposição das autoridades para esclarecimentos. Contudo, não abordou a atuação dos seguranças. "O propósito da empresa é, justamente, promover bons momentos entre todas as pessoas que passam por suas unidades, com atendimento atencioso, próximo e afetuoso", finaliza o estabelecimento.

A ocorrência foi registrada no 3º Distrito Policial (DP) de Sorocaba, responsável pela região do Campolim. A vítima informou igualmente já ter feito exame de corpo de delito. "Estou aguardando as providências. Eu espero, em primeiro lugar, que sejam identificados esses agressores, porque é um absurdo pessoas virem para cima de você, te agredir, principalmente, um homem. Eu quero que a justiça seja feita", desabafa ela.

Também em entrevista à Cruzeiro FM, a delegada Daniela Lara de Góes, do 3º DP, afirmou que o fato será investigado. Conforme ela, primeiramente, a polícia pedirá à padaria os registros do circuito interno de segurança. Por meio das imagens, o objetivo é identificar os agressores e averiguar o que realmente aconteceu. A postura dos seguranças igualmente será avaliada. Será analisado "se eles agiram dentro das possibilidades ou se poderiam ter tido outra conduta", explica Daniela.

Ainda serão colhidos os depoimentos da vítima e de eventuais testemunhas, para verificar se houve "algum crime, da parte de quem e individualizar as responsabilidades", detalha a delegada. A mulher falou estar envergonhada com a repercussão da situação. "Foi muito constrangedor ser agredida dentro da padaria, todo mundo vendo, todo mundo rindo, além de me machucar, meu olho ficou bem machucado", comenta.