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Comportamento

Caso de grávida morta após abortar reforça necessidade de diálogo entre pais e filhos

Psicóloga orienta que pais e familiares estejam abertos a falar com os filhos adolescentes e jovens sobre temas ainda considerados tabus

28 de Outubro de 2021 às 16:09
Cruzeiro do Sul [email protected]
A.C.P. morreu após tomar medicamentos abortivos
A.C.P. morreu após tomar medicamentos abortivos (Crédito: Reprodução/ Facebook/ Camila Marques)

A psicóloga Laís Moriyama, da Clínica Caminhos Humanos, falou sobre a importância da abertura do diálogo entre pais e filhos, sejam adolescentes ou jovens adultos, sobre assuntos ainda considerados tabus, como sexo, drogas, gravidez indesejada, entre outros.

O assunto veio à tona por conta da morte de uma jovem de 20 anos, ocorrida na última terça-feira (26), em Votorantim, após uma tentativa de aborto.

Segundo o boletim de ocorrência divulgado pela Polícia Civil, a jovem teria pedido ajuda ao namorado para contar aos pais sobre os efeitos colaterais que estava sentindo após tomar um remédio para abortar pela internet.

Mas, conforme registrado no boletim, o namorado pediu que ela não contasse nada aos pais delas, pois eles temiam que a família descobrisse a gravidez e a tentativa de aborto.

Para a psicóloga, os pais, conforme maior a idade, têm mais dificuldade em falar abertamente com os filhos sobre assuntos que ainda são considerados tabu.

“Quanto maior a comunicação entre pais e filhos e sobre todos os assuntos, muito melhor é a busca por uma solução para o problema em questão”, destaca Laís.

A profissional afirma ainda que no caso da jovem de Votorantim, se ela tivesse contado aos pais e sido acolhida em relação à gravidez indesejada, talvez, o desfecho da história trágica fosse diferente.

“O adolescente é curioso por natureza e os assuntos relacionados ao sexo, drogas e gravidez indesejada, entre outros, é natural que ele queira saber a respeito, e se puder falar abertamente com os pais ou com outro familiar em casa, é o ideal”, destaca.

A psicóloga cita ainda que a família também pode buscar ajuda com profissionais da Psicologia ou ainda na escola para falar de assuntos como sexo, drogas e gravidez indesejada. “É muito melhor que a família, por exemplo, tenha essa abertura com os filhos e fale sobre os assuntos que eles queiram saber, conforme a idade, e assim passar orientação e informação de qualidade”, aponta.

Laís ressalta ainda que se o adolescente ou o jovem não tem com quem conversar abertamente em casa, sobre qualquer assunto, ele vai buscar informações sobre o que quer saber com outras pessoas, na própria internet, e nem sempre será a melhor informação a respeito de assuntos tão importantes”, orienta a profissional.

A psicóloga também destaca que, obviamente, os pais não precisam saber ou entender sobre todos os assuntos. “A família pode e deve buscar orientação profissional para falar abertamente com os filhos sobre qualquer assunto. Antigamente, era comum que os mais velhos não falassem nada sobre sexo, gravidez, métodos preventivos com os filhos em casa. Mas, atualmente, isso não deve existir. É muito melhor falar e orientar os adolescentes e jovens sobre qualquer assunto e da melhor forma e com informação de qualidade”, destaca. (Da Redação)