A motorista por aplicativo que caiu com o carro no rio Sorocaba no início do mês, agora busca outro emprego. Com a perda do veículo, Simone Magalhães precisa de uma nova fonte de renda para continuar cuidando de suas três filhas. O acidente foi registrado durante a madrugada do dia 12 de outubro, quando ela perdeu o controle do carro que dirigia e caiu no rio, próximo à ponte Francisco Dellosso, no final da rua XV de Novembro, em Sorocaba.

Simone é mãe solo de três meninas, de 4, 10 e 15 anos, e vive o drama de milhares de brasileiros: o desemprego. Natural de São Paulo, ela vive em Sorocaba há cerca de cinco anos e trabalhava como motorista de aplicativo há três anos. Entretanto, o acidente no início de outubro deixou mais difícil para ela conseguir sustentar uma família sozinha.

Por conta das despesas, contas a pagar e filhas para criar, hoje, ela busca um trabalho em qualquer segmento do mercado. Ela é formada em educação física e conta que costumava trabalhar em sua área quando morava em São Paulo. Entretanto, em Sorocaba, ela conseguiu apenas um emprego de um ano como professora de ginástica laboral.

“Perdi meu carro e meu trabalho. Está muito difícil. Estou vivendo com o básico e meus pais estão me ajudando, mas também na medida do possível. Eles já são de idade e não tem a obrigação de ficar me ajudando, mas, por conta das crianças, eles me ajudam.”, contou ao jornal Cruzeiro do Sul.

Conforme a ex-motorista por aplicativo, o faturamento familiar já era baixo antes do incidente. “Trabalhava a tarde para comer a noite. Eu não conseguia pagar as contas de casa, mas, pelo menos, eu conseguia comer e pagar as continhas menores. Descontando combustível, eu conseguia uns R$ 2 mil. Já é pouco, mas, graças a Deus, eu tinha esse emprego para sustentar a minha casa”, relembrou.

Na data dos fatos

A mulher conduzia um Nissan March 2012, que ainda contava com 12 prestações de R$ 1 mil para pagar a seu irmão, quando, pela ponte Francisco Delosso, perdeu o controle do carro, subiu a calçada e caiu do alto da ponte no leito do rio, parando com as rodas para o alto. Parte da defensa metálica da ponte também despencou com a pancada.

Simone afirmou que não se lembra de como se acidentou. “Eu fico pensando, tentando lembrar o que aconteceu. Eu não sei se a pista estava molhada, não sei se eu estava rápido, eu não sei como eu consegui quebrar a ponte. Eu já dirigia faz tempo e achava que eu dirigia bem”.

A mulher trabalhou até às 5h da tarde naquele dia. Horas antes, foi ao encontro de uma amiga, a qual pediu para Simone ajudá-la a levar cobertas na casa de sua avó. A motorista deixou as cobertas, deixou a amiga em sua casa e não se lembra de mais nada depois disso.

Após ser resgatada e receber os primeiros socorros do Corpo de Bombeiros, Simone foi levada ao Hospital Regional. “Eu estava toda amarrada na prancha e nem sabia o que tinha acontecido. A assistente social foi falar comigo e disse que o carro estava no rio Sorocaba e que eu tinha capotado o carro. Eu fiquei desesperada, porque eu não tinha noção do que tinha acontecido comigo”, recordou.

Ela afirmou que cortou a mão esquerda na hora de tentar sair do carro, teve dois cortes na testa, um roxo suave do lado esquerdo do rosto e um roxo na perna. “Foi um milagre eu não ter quebrado nada, mas a perda material foi muito grande”, disse Simone. (Kally Momesso)